Nesse contexto os maiores devoradores seriam os superesportivos como Porsche, BMW e Ferrari – e agora o GT-R também.
O Nissan GT-R tem fome de asfalto e apetite incontrolável por combustível. Retribui com fortes emoções e injeção de adrenalina no corpo, o que, de maneira geral, ajuda na circulação do sangue. Viu como um carro pode fazer bem à saúde?
Brincadeiras à parte, o modelo cheio de estilo da marca japonesa chegou ao mercado em 2007, em substituição ao mito Skyline. O primeiro puro-sangue japonês feito para arrancar o piso da rua foi o Skyline GT-R, em 1969. Esse modelo tem um aspecto incrível, com rodas pintadas de preto e sobre-aros, além dos retrovisores posicionados na parte da frente da máquina.
As gerações seguintes cresceram em tamanho e potência, tornando-se um dos maiores orgulhos nipônicos. A adoção dos motores de seis cilindros em linha transformou definitivamente o esportivo em algo imortal. E todas as gerações fariam muito sucesso na série de games Gran Turismo.
A evolução continua. O exemplar que o leitor conhece na matéria é esse aqui. O desenho cheio de cortes e detalhes aerodinâmicos surgiu da criatividade de Kazutoshi Mizuno. Ele passa uma idéia muito interessante de aerodinâmica. Os vidros, por exemplo, formam um ângulo logo acima da porta. O capô conta com tomadas de ar, para que o monstro possa respirar a cada acelerada.
Alguém pode estar se perguntando: por que Godzilla? Simples. O monstro criado na década de 50 fez tanto sucesso, dentro e fora do Japão, que seus efeitos “devastadores” foram comparados ao desempenho espetacular do carro. O GT-R tem duas personalidades, como veremos a seguir.
Saímos da loja com o motor ainda frio. O ronco chega a ser discreto – em baixa rotação – e passei a reparar nos detalhes do acabamento. Os assentos são esportivos e confortáveis. Apesar dele não ser um carro pequeno, a sensação é que veste o motorista. Tudo está à mão, desde os comandos dos faróis, sistema de som (da Bose, aliás) e a tela central.
A tela central é um item muito bacana. Ela mostra absolutamente tudo que acontece com o carro. Pressão das turbinas, água, óleo, gráfico que analisa o desempenho, marcha engatada e até mesmo a força G durante as curvas. Simplesmente fantástico. Valeria a pena ficar um bom tempo estudando isso.
Mas eu só tinha duas horas e o tempo voa. A caixa de transmissão tem seis velocidades com dupla embreagem e faz as trocas de modo suave. O difícil é passar despercebido no trânsito. Mesmo na cor preta, o esportivo não é nada discreto.
Lembra que falei da dupla personalidade? Pois é, bastou encontrar um espaço vazio para que o Godzilla mostrasse a que veio (em parte, claro). Se até ali ele passeava tranqüilamente, acima dos 3.500 giros o som das duas turbinas IHI parece transformá-lo em um jato prestes a decolar. O ponteiro sobre rapidamente e pede trocas na borboleta. As quatro saídas de escape emitem um som delicioso de ser ouvido.
O motor de 3,8 litros e 480 cv é um de seus pontos fortes. As rodas de 20 polegadas calçam pneus de perfil baixo e trabalham em conjunto com a tração integral permanente, coladas no asfalto. Para frear, um conjunto poderoso da Brembo.
O motorista tem ainda três opções de calibragem da suspensão: Comfort, Normal e R. Só pude utilizar as duas primeiras e fiquei imaginando quão diabólico fica o esportivo na terceira, já que diversas modificações são feitas no setup para deixá-lo pronto pra pista.
Voltamos à loja e me despedi do bólido. Agora fica a expectativa para guiar a versão mais nova, com 530 cv. De qualquer modo, o Nissan GT-R é um carro feito com a conhecida precisão oriental e que, sem sombra de dúvida, chegou muito perto da perfeição.
Exemplar cedido para matéria pela Só Veículos (11) 3825-5000
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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