8 de jul. de 2011

Teste: Jaguar XJ é resgate da ousadia

Fotos: Divulgação
Teste: Jaguar XJ é resgate da ousadia
Após longo período de timidez, Jaguar volta a impressionar com o sedã XJ

por Túlio Moreira
Auto Press


Alguns carros são pensados para vender. Outros, para enfrentar grandes desafios. O Jaguar XJ é um exemplo do segundo caso. Desenvolvido para encarar a difícil missão de reconstruir a imagem da marca britânica – após um longo e opaco período sob controle da norte-americana Ford –, o modelo teve que atualizar os rumos da Jaguar sem deixar de lado a tradição e o prestígio da empresa inglesa. Afinal, o sedã é o carro-chefe da marca desde 1968.


Trata-se do primeiro modelo gestado inteiramente na empresa depois que a marca foi adquirida pelo grupo indiano Tata Motors, em 2008. Desde que passou para o controle da Ford, em 1989, a Jaguar deixou um pouco de lado sua especialidade em criar propostas inovadoras para veículos de alto luxo em nome da sinergia com os projetos oriundos da Ford.

Quando optou por se desfazer da marca – no mesmo pacote que incluiu a Land Rover –, a Ford amargava queda de 19% nas vendas dos modelos Jaguar. O novo XJ foi desenvolvido como alternativa de sedã executivo ante os mais badalados Audi A8, BMW Série 7 e Mercedes-Benz Classe S. Desde que a produção do novo modelo começou, em setembro de 2009, o XJ tem se consolidado como uma aposta certeira. O modelo já é responsável por 40% do volume de vendas da Jaguar nos Estados Unidos, onde a marca fechou 2010 com 13.340 unidades comercializadas. Na Inglaterra, o XJ se tornou o carro oficial do primeiro-ministro britânico.

No Brasil, a Jaguar vende apenas a versão topo de linha Supersport, com acabamento mais requintado, por elevados R$ 580 mil. Com seus 5,11 metros de comprimento, 1,44 m de altura e 1,89 m de largura, a carroceria do sedã é completamente fabricada com alumínio, para garantir a maior leveza possível. Com isso, o peso bruto do veículo passa em pouco as duas toneladas. As linhas ficaram por conta do designer Ian Callum, criador de modelos como o sedã médio-grande Jaguar XF, o esportivo Aston Martin DB9 e o conceito superesportivo híbrido Jaguar C-X75, e responsável pelo novo cânone estético da marca inglesa.

O propulsor que equipa a máquina é um AJ, introduzido em 1997. Trata-se de um V8 5.0 litros supercharged a gasolina. Este motor desenvolve 510 cv de potência e tem velocidade máxima limitada a 250 km/h. O modelo consegue sair da inércia e atingir os 100 km/h em apenas 4.9 segundos, de acordo com o fabricante. O motor está conectado a uma transmissão ZF automática de seis velocidades, com tração concentrada nas rodas traseiras.

No interior, a tecnologia ditou os rumos para o desenvolvimento dos comandos. Os mostradores do painel já não “existem” mais – deram lugar a uma tela digital que exibe as informações e “simula” os instrumentos. O motorista ainda conta com tela sensível ao toque para comandar os sistemas de navegação e interagir com outros recursos, como o conjunto de som com Bluetooth, que também pode ser acionado por voz.

Por aqui, o XJ é responsável por 25% do volume de vendas da Jaguar – foram 9 unidades vendidas no primeiro semestre deste ano. A marca fechou o período de janeiro a junho com 38 unidades vendidas de seus três modelos – além do XJ, a britânica disponibiliza o sedã médio-grande XF e o cupê XK. Um aumento de 8% em comparação ao mesmo período do ano passado. Com a chegada do XJ, em dezembro passado, a tendência é que a empresa feche 2011 com um crescimento ainda mais significativo.

Primeiras impressões

Um lorde inglês

por Héctor Mañón
do AutoCosmos.com/México
exclusivo para Auto Press


Cidade do México/México – Sem dúvidas, o XJ é o mais chamativo entre todos os representantes do segmento dos sedãs grandes, os chamados “carros executivos”. E isso é facilmente comprovado quando o carro circula pelas ruas, já que grande parte do “público” para e observa . O XJ tem traços que o aproximam do XF, como a forma dos faróis e a grade frontal, que remetem à nova imagem da marca, estabelecida pelo renomado designer Ian Callum. As linhas sutis o deixam com aspecto de cupê.

A geração passada do XJ tinha interior bastante confortável, mas que havia estagnado nos anos 80, com excesso de madeira e um design simplório. Agora, o modelo apresenta o que provavelmente é um dos melhores interiores de seu segmento. O painel é delimitado por uma circunferência em madeira que contorna todo o console até chegar às portas. Depois aparecem as quatro saídas de ar condicionado, em formato redondo e cromadas, que contrastam com o estilo clássico da madeira.

Tudo o que está ao alcance das mãos e dos olhos evoca luxo, demonstrando a preocupação da Jaguar quanto à qualidade do seu modelo. Contudo, os comandos do volante poderiam ter sido mais bem desenhados, pois não estão à altura do restante do interior. Por outro lado, o interior resume o novo lado moderno da Jaguar, que além de manter esse luxo clássico característico, agora apresenta um ar tecnológico e vanguardista que equilibra o conjunto final. Um exemplo é a alavanca de velocidades, na verdade um seletor redondo que é girado para selecionar P (parking), N (neutral), D (drive), R (reverse) ou S (sport).

A desenvoltura com que o Jaguar XJ roda é realmente impressionante. A combinação de um motor potente e uma carroceria leve, fabricada em alumínio, resulta no desempenho de um esportivo em um sedã superluxuoso. A sensação ao volante também é empolgante, porque mesmo depois de se acostumar à resposta do acelerador, o motorista continua sendo surpreendido pelo motor quando pisa fundo. E o permanente equilíbrio dinâmico nas retas e curvas também é digno de nota.

No segmento dos grandes sedãs, se costuma dizer que o mais confortável é o Mercedes-Benz Classe S, o de melhor desempenho é o BMW Série 7 e o de interior mais requintado e tecnológico é o Audi A8… Ou pelo menos era assim antes da chegada do Jaguar XJ, que alcança o êxito de reunir todos os atributos de seus competidores em um único pacote. E ainda soma uma carroceria com presença e porte, além da qualidade construtiva e do design impressionantes.

Ficha técnica

Jaguar XJ Supersport

Motor: Supercharged a gasolina, dianteiro, longitudinal, 5000 cm³, com 8 cilindros em V e quatro válvulas por cilindro.

Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma à ré. Tração traseira.

Potência máxima: 510 cv entre 6.000 e 6.500 rpm.

Torque máximo: 63,73 kgfm entre 2.500 e 5.500 rpm.

Diâmetro e curso: 93,0 mm X 92,5 mm. Taxa de compressão: 9,5:1

Suspensão: Dianteira e traseira com braços triangulares, dependência da roda independente. Oferece controle eletrônico de estabilidade.

Freios: Discos ventilados na frente e atrás com distribuição eletrônica de frenagem. Oferece ABS, EBD, freios assistidos e freio de estacionamento eletrônico.

Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 5,11 metros de comprimento, 1,89 m de largura, 1,44 m de altura e 3,03 m de distância entre-eixos. 

Peso: 2.365 kg.

Capacidade do porta-malas: 520 litros.

Tanque de combustível: 82 litros.

Produção: Birmingham, Inglaterra.

Lançamento da atual geração: 2009 na Inglaterra.

Lançamento no Brasil: 2010.


Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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