25 de jul. de 2011

Perfeição para anular os touros por Rafael lopes

Hamilton festeja a vitória no GP da Alemanha
Quem é leitor aqui do Voando Baixo sabe que eu critico bastante Lewis Hamilton quando ele comete seus exageros nas pistas (lembram do GP de Mônaco?). Um dos motivos para isso é que acho o inglês dono de muito potencial, desperdiçado às vezes em rompantes de agressividade excessiva. É por corridas como este GP da Alemanha que eu acredito nisso. Hamilton foi perfeito: assumiu a ponta na largada, não se afobou quando perdeu a ponta na primeira rodada de pit stops, foi frio o suficiente para ultrapassar Fernando Alonso por fora na segunda curva e andou rápido com os pneus médios no fim. Um desempenho excepcional, coroado com sua segunda vitória no ano. De quebra, ainda anulou os touros vermelhos da RBR em Nürburgring.

Vale lembrar que, nesta corrida, acabou a palhaçada da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) com os difusores soprados (ou escapamento aerodinâmico). Voltou tudo ao normal, como antes do GP da Europa, e foi muito bom ver que McLaren e Ferrari realmente reagiram. As duas equipes andaram sempre nas primeiras posições, muito próximas – ou à frente – dos carros da RBR. A equipe austríaca, por sua vez, parece – repito, parece – ter se perdido nas idas e vindas do regulamento. É claro que um time que conta com Adrian Newey em seu staff técnico pode reagir a qualquer momento. Em Nürburgring, o desempenho foi decepcionante para os resultados esperados: Mark Webber perdeu a ponta na largada e não conseguiu ameaçar Hamilton e Alonso. Já o líder Sebastian Vettel teve problemas nos freios e lucrou com o quarto lugar obtido graças a outro erro da Ferrari em um pit stop, quando o mecânico deixou a porca de Felipe Massa escapar. Volto já a este assunto.
Webber dá carona a Alonso em Nürburgring
Antes de entrar na falha do pit stop, a foto acima é sensacional. Após a corrida, a Ferrari mandou Alonso parar na pista para que o combustível do espanhol não acabasse e ele fosse punido pela FIA. Ele acenou para o amigo Webber, que parou e lhe deu uma carona. Os dois devem acabar recebendo advertências, mas confesso que a imagem foi sensacional. Lembrei na hora da carona que o Leão Nigel Mansell deu a Ayrton Senna no GP da Inglaterra de 1991 (com direito até a chute do brasileiro no fiscal de pista). É algo perigoso sim, mas é uma breve volta aos tempos românticos da categoria. Ótimo para uma Fórmula 1 que anda muito empolada.
Voltando ao erro da Ferrari, foi uma pena o que aconteceu com Massa na última volta da corrida. A falha nos boxes lhe tirou a quarta posição, segurada a duras penas enquanto Vettel o atacava depois do segundo pit stop. Se o início da prova não foi dos melhores (ele até largou bem, mas se precipitou na primeira curva, acabou superado por Nico Rosberg e demorou muito a passar o alemão), o desempenho no restante dela foi bem animador. Ele fez boas ultrapassagens e lutou em igualdade de condições com seus rivais. É mais um alento para seus torcedores, só que ele ainda está muito longe do companheiro Fernando Alonso.
Massa resiste à pressão de Vettel em Nürburgring
Após a corrida, uma boa notícia para o Brasil na Fórmula 1: Bruno Senna foi escalado para o primeiro treino livre do GP da Hungria, na próxima sexta-feira, na Renault-Lotus na vaga de Nick Heidfeld. É ótimo, principalmente após as informações de que Gerard López, dono do Grupo Genii, proprietário da equipe, esteve procurando patrocinadores brasileiros. Em Nürburgring, em especial, o desempenho do alemão foi ruim: ficou atrás de Vitaly Petrov no grid e bateu ao se afobar e tentar ultrapassar Sebastien Buemi no início da corrida. O time, que já não estava muito feliz com o “Quick Nick”, parece ter perdido a paciência de vez.
Clique aqui e leia o comparativo de Bruno Senna e Nick Heidfeld nos testes de fevereiro
Para encerrar, a lastimável situação da Williams. Rubens Barrichello teve de andar sem o Sistema de Recuperação de Energia Cinética (Kers) porque o carro estava acima do peso mínimo, o que fazia com que ele perdesse rendimento. Na corrida, um problema de vazamento de óleo no motor forçou seu abandono. Já Pastor Maldonado fez uma corrida discreta, mas o péssimo modelo da equipe inglesa não permite muito mais do que isso. Justiça seja feita: o venezuelano, que começou o ano cometendo erros a granel nos treinos e corridas, melhorou muito e já passou o brasileiro na comparação das largadas. Uma boa reação, sem dúvidas.

Fonte: voandobaixo/
Disponível no(a):http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo/

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