1 de jul. de 2011

O sonho do carro elétrico nacional

Projeto idealizado por engenheiro de Brasília transformou um Volkswagen Gol em veículo elétrico

Paulo Sousa
Reprodução Internet
Hatch agora conta com propulsor elétrico de corrente contínua de 70 HP
Criado pelo engenheiro Elifas Gurgel e pelo advogado Paulo Elifas, o Clube do Carro Elétrico, sediado na capital federal, tem como seu primeiro projeto completo a transformação de um Volkswagen Gol G4 em veículo elétrico. Segundo o engenheiro, a vontade de fazer um protótipo elétrico surgiu da sua preocupação com o meio ambiente e com a saúde das pessoas. “Passei a pesquisar as soluções adotadas por outros países e encontrei a conversão como uma solução mais rápida para minimizar as emissões de poluentes”.



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Elifas Gurgel ao lado do Gol elétrico
A modificação começou com a completa retirada do motor a combustão interna original, assim como dos sistemas de arrefecimento, escapamento, alimentação, ignição e partida a frio. Após a retirada do motor flex, o engenheiro introduziu um propulsor de corrente contínua de 70 HP de potência, modelo FB1-4001A da Advanced Motors. Também foi feita a mudança na suspensão traseira, com a instalação dos amortecedores do Gol Rallye. Na parte de trás, foi construído um compartimento para 30 baterias, além de uma estrutura na dianteira para abrigar 10 baterias e equipamentos elétricos e de controle.

Mesmo com a introdução de 40 baterias de lítio, o peso total do automóvel não sofreu grandes alterações. “O veículo ficou cerca de 90 kg mais pesado, e a autonomia é de 150 km trafegando na faixa entre 60 e 80 km/h”, afirma Gurgel. O modelo pode ser recarregado em qualquer fonte de energia elétrica doméstica monofásica de 220 Volts, sendo necessárias 8 horas para uma recarga completa.

O desenvolvimento do projeto levou 12 meses e custou, somente em equipamentos, cerca de R$ 60 mil. Incluindo as horas trabalhadas e o desenvolvimento do projeto, o custo sobe para R$ 300 mil, na avaliação dos cseus criadores. Por isso Gurgel faz questão de ressaltar seus parceiros no projeto, como o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e o Centro de Pesquisa e Qualificação Tecnológica (CPQT), do Ceará.

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O engenheiro conta que já entrou em contato com o Centro de Ensino e Pesquisa em Segurança Veicular da Finatec para homologar o veículo. E diz que não teve apoio da Volkswagen. “Antes de iniciar o trabalho de conversão procurei o gerente da Volkswagen em Brasília e apresentei o projeto, mas não obtive nenhum posicionamento. O ideal seria adquirir os veículos das fábricas já sem os motores de combustão interna, para que eu introduzisse o motor elétrico”.

Embora seja uma realidade um pouco distante no país, Gurgel acredita que o Brasil possui grande potencial para a utilização dos carros elétricos. “Nossa matriz energética é uma das mais limpas do mundo, e isso já é uma grande vantagem. Em relação ao consumo de energia, é importante ressaltar que o veículo elétrico normalmente é recarregado à noite, quando a rede elétrica está mais aliviada da carga. Isso pode até ser um fator para tornar a nossa energia mais barata, pois, os veículos elétricos, além de utilizar as redes fora do horário de pico, podem equilibrar o consumo nas pontas das redes fornecendo também energia ao sistema”. Segundo o engenheiro, o próximo passo do Clube do Carro Elétrico será o desenvolvimento de um sistema de freio elétrico.


Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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