30 de jun. de 2011

Teste: Cayenne Hybrid entra no embalo da tecnologia

Fotos: Divulgação
Teste: Cayenne Hybrid entra no embalo da tecnologia

Utilitário da Porsche ganha o reforço de um motor elétrico para ficar mais potente e econômico
por Héctor Mañón
do AutoCosmos.com/México


A Porsche é uma marca em constante evolução. Com o objetivo de expandir a oferta de produtos para além do 911, primeiro veio o Cayman, que introduziu a marca no segmento dos compactos. Posteriormente, o Cayenne se tornou o primeiro utilitário esportivo da marca – e também foi o responsável por salvar a empresa da falência, até se tornar, atualmente, seu principal produto. Agora é a vez da terceira geração do Cayenne – a marca considera o facelift de 2008 como a segunda geração – dar um passo adiante, oferecendo uma configuração híbrida. A nova opção adiciona ao motor a combustão uma fonte de energia elétrica, para ajudar o veículo a manter um baixo consumo de combustível e reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa. E ainda fazer um pouco de “marketing verde” – o que, nos tempos atuais, sempre ajuda.

Para entender melhor as características do Porsche Cayenne S híbrido, é válido revisitar suas configurações tradicionais. O Cayenne de entrada é equipado com motor V6 a gasolina, de 3.5 litros e 300 cv de potência. Depois, aparece o Cayenne diesel com motor V6 turbo, de 3.0 litros e 240 cv. A gama continua com o Cayenne S, com propulsor V8 de 4.8 litros e 400 cv e, finalmente, há o Cayenne Turbo, com o mesmo motor de oito cilindros que, auxiliado por dois turbo-compressores, chega aos 500 cv.


Em termos de preço, a versão híbrida está localizada entre o Cayenne S – por 74.828 euros, ou R$ 170 mil – e o Cayenne Turbo – por 120.762 euros, ou R$ 275 mil. O S Hybrid custa 81.016 euros na Europa, algo em torno de R$ 184 mil. O modelo vem equipado com um motor a gasolina de seis cilindros posicionados em “V” e 3.5 litros, diferentemente do conjunto de 3.0 litros que impulsiona a Cayenne V6 a gasolina. Anexo ao motor a gasolina, há o motor elétrico que produz 47 cv e 30,55 kgfm adicionais. No geral, o sistema atinge os 380 cv – 333 cv de potência do motor a gasolina e mais 47 cv do motor elétrico. São 20 cv de potência a menos que a versão V8 do Cayenne. O torque total chega a 75,4 kgfm, ou seja, 24,3 kgfm a mais do que o Cayenne S.

As baterias de íons de lítio do motor elétrico estão localizadas sob o porta-malas, no espaço destinado, nos carros convencionais, ao estepe e ainda ocupa parte significativa do espaço destinado a bagagens. A tração é enviada para as quatro rodas através do sistema Porsche Traction Management e a transmissão automática Tiptronic S de oito velocidades tem alavanca de mudança manual e borboletas atrás do volante. O modelo também conta com sistema start/stop, que desliga o motor a gasolina quando o veículo está parado. Em baixas velocidades, o Cayenne S Hybrid pode rodar apenas com o motor elétrico. Tudo bem dentro da cartilha do “ecologicamente correto”.


Primeiras impressões

Melhor dos mundos

Cidade do México/México – A experiência de dirigir um Porsche começa a partir do momento em que a máquina é ativada, já que como manda a cartilha da marca, o botão da ignição é localizado no lado esquerdo do volante. O som do motor é diferente do resto da gama, porque não se percebe o zumbido que eles costumam fazer, incluindo o V6 normal. Uma vez que o veículo é engatado, o motor a gasolina é desligado, caso as baterias tenham carga suficiente para fazer o carro rodar. Se o acelerador não for pressionado com muita força, o motor a gasolina permanece desligado até o carro ficar sem bateria ou até que o torque fornecido pelo motor elétrico não seja mais suficiente para mover o veículo do modo demandado pelo pedal direito.

Ao dirigir em uma velocidade constante, a transição entre um motor e outro é quase imperceptível, a menos que o condutor observe o indicativo no painel. O mostrador aponta de que maneira os propulsores estão movendo as rodas. Informações úteis que podem fazer com que o condutor use o mínimo possível o motor a combustão. Além disso, as baterias são recarregadas nas frenagens. Assim, o motor a gasolina é utilizado apenas quando realmente necessário, aproveitando ao máximo a energia armazenada nas baterias. É como ter alguns metros de rodagem completamente grátis.

Mesmo com foco na economia, o Cayenne híbrido agrada no aspecto esportivo. Principalmente quando o acelerador é pressionado a fundo. Nesse momento, os dois motores passam a funcionar juntos, somando não apenas a potência dos dois, mas também o torque, o que dá a sensação de se tratar de um motor V8 por alguns instantes. De fato, no caso do Cayenne S híbrido, a quantidade de torque é maior do que o Cayenne S V8 e isso é perceptível na condução.

Graças à suspensão pneumática, os três níveis de firmeza se adaptam de acordo com cada situação de rodagem. No modo Comfort, a suspensão absorve os solavancos na estrada, isolando o condutor e os ocupantes do que está acontecendo debaixo das rodas, enquanto que na Sport, endurece para evitar qualquer movimento da carroceria e assim transmitir o que acontece com os pneus no pavimento. O modo normal é o meio caminho entre os dois e funciona para a maioria das situações.


Algo indiscutível nos novos Porsche é a qualidade e a atenção aos detalhes do interior. E o Cayenne híbrido não é exceção. O interior, todo negro na unidade de teste, transpassa boa sensação ao toque e traz detalhes cromados das saídas de ar do controle climático, das borboletas de troca de marcha, do volante e alavanca.

Existem muitos botões, mas a tela colocada no centro do painel é sensível ao toque e acessa todas as funções do carro. Há ainda os controles do ar condicionado independente para motorista e passageiro da frente, os controles de altura e firmeza da suspensão, o botão que aciona o modo elétrico ou o modo esportivo, o sistema de som e demais informações sobre o veículo. No caso do Cayenne testado, o sistema de som Burmester de 16 alto-falantes e 1.000 watts permite desfrutar de música do iPod, USB, CD ou MP3 player. O conjunto surround faz com que o som pareça ao vivo, graças a seu software avançado.

O Cayenne S Hybrid surpreende com a aplicação de alta tecnologia para economizar combustível, mas acima de tudo prova que não é preciso sacrificar o desempenho para ser “amigo do meio ambiente”, como acontece com outros híbridos. Embora o modelo perca um pouco o caráter esportivo, é um produto mais abrangente, completo e, sobretudo, inteligente que o Cayenne S tradicional, que custa quase o mesmo. Se for preciso escolher um Cayenne e não se tem o poder de compra para adquirir o Turbo, definitivamente o híbrido é a escolha acertada, à frente do V6 e do V8 aspirado. Não compromete a performance e ainda oferece boas possibilidades de economizar combustível.

Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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