Andamos na nova geração do sedã, que chega no começo de 2012
Sérgio Oliveira de melo, de Guadalajara
Seguindo os passos da Toyota com o Corolla, Honda foi conservadora na renovação do Civic
A Honda decidiu fazer apenas uma evolução do carro, talvez para compensar um pouco a distância estética que separou a oitava da sétima geração. Nem mesmo mecanicamente a marca japonesa foi além, pelo menos não nos modelos convencionais.
Após dirigir o carro por quase 200 quilômetros, debaixo de um sol de rachar no centro do México, de Guadalajara até o povoado de Santa Maria del Oro, fiquei com a sensação não só de que as diferenças são pequenas, mas também que a grande preocupação da Honda continua sendo sua velha rival, a Toyota.
O novo Civic mantém as qualidades que fizeram desse carro um sucesso ao longo de quase 40 anos – nasceu em 1972. É benfeito, econômico, ágil, seguro e relativamente rápido. Agora existem até luxos e “brinquedos” que as pessoas adoram, como um som de 360 Watts completamente compatível com iPod. O que ele não tem é firmeza, solidez e sensação de poder que possuem outros sedãs, como o Focus 3 ou o Jetta. O Civic, porém, é mais ágil, divertido e bem construído que o Corolla. E isso parece ser suficiente para a Honda.
As dimensões do novo Civic mudaram como todo o carro: muito pouco. Mantiveram-se a largura, a altura e o comprimento aumentou 1,6 cm, mas a distância entre-eixos diminuiu 3 cm. A Honda diz que isso foi feito com a intenção de aumentar a agilidade do carro. Curiosamente, o espaço interior não foi afetado. De acordo com a marca, até aumentou, mas não foi possível fazer medições no dia em que o dirigi. O truque foi encolher o espaço do motor, já que até o porta-malas teve sua capacidade ampliada de 340 litros para 353 l – ainda assim, bem inferior à dos rivais.
A maior mudança está na traseira: lanternas não invadem mais a tampa do porta-malas |
A versão mais cara EX-L traz equipamentos como teto solar, câmbio automático, bancos de couro e sistema de som com Bluetooth. A visibilidade melhorou com o emagrecimento das colunas dianteiras e o aumento da área envidraçada no pequeno triângulo formado por uma estrutura vertical colocada nas portas dianteiras. A marca diz que o campo de visão é 34% maior. Não tenho motivos para duvidar desse número.
O Civic manteve a largura e a altura, mas ganhou 1,6 cm no comprimento. No Brasil, pisca será branco |
Também não houve mudanças na transmissão. Estão disponíveis as mesmas caixas de cinco marchas, tanto manual quanto automática. Só pude dirigir a automática, que funciona bem, mas não seria mal se tivesse uma sexta marcha – o que também é válido para o câmbio manual.
Painel manteve disposição em dois andares nos mostradores de instrumentos |
Painel manteve disposição em dois andares nos mostradores de instrumentos
Procurando satisfazer um consumidor que está mais atento do que nunca ao cuidado com o meio ambiente, principalmente nos Estados Unidos (o maior mercado para o Civic), a Honda criou o sistema Econ. Apertando um botão na parte esquerda do painel, obviamente pintado de verde, acionamos um mecanismo que altera o funcionamento de alguns sistemas, como as válvulas e até o ar-condicionado, buscando diminuir o consumo de combustível. Mas só um posterior teste completo poderá confirmar sua eficiência.
A Honda jura que a suspensão do novo Civic é mais macia que a do anterior. Pode ser. Mas, provavelmente, isso só compense a menor distância entre-eixos, porque a sensação continua sendo de um carro duro – mesmo que os amortecedores e elementos da suspensão trabalhem numa área mais ampla do que antes. Entre numa curva com mais entusiasmo e você verá que o carro tem uma inclinação da carroceria muito bem controlada. Se esse entusiasmo for maior do que a prudência, então o Civic escorregará de frente.
Embora o entre-eixos tenha sido reduzido, a Honda afirma que o espaço interno está mais amplo |
Volante perdeu esportividade, enquanto o console central manteve as características atuais |
Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário