Setembro de 1974. Chegava ao mercado brasileiro um Volkswagen totalmente diferente. Em vez de "tudo atrás" e motor arrefecido a ar, "tudo à frente" e motor arrefecido a água. Mudança de rumo (literalmente) de 180 graus. Logo conheceria o sucesso e seria um dos carros mais desejados pelos brasileiros.
Primeiro veio o duas-portas, seguindo a preferência do consumidor naqueles tempos. Depois, o quatro-portas, seguindo-se o duas portas hatchback, chamado pelo sufixo GH, de Grosshecktür, porta traseira grande. Em 1976 apareceu a versão apimentada TS, de motor 1.588-cm³ ante 1.470-cm³, aumento conseguido com aumento do diâmetro dos cilindros de 76,5 para 79,5 mm, curso dos pistões de 80 mm nos dois casos. A potência líquida passava de 65 para 80 cv. O carburador agora era de dois corpos de 32 mm, não mais só um, e o coletor de escapamento seguia duplo até o primeiro plano de junta.
Quem apreciava o modelo, entre os quais este que lhes escreve, tinha no imaginário a chegada da perua Passat, que pela lógica de denominação da marca seria a Variant Passat. Imaginava-se que chegasse em 1977.
Motivos não faltavam. A linha Passat encontrava-se num grande momento, o carro ia muitíssimo bem de vendas, encontrava-se em plena produção, as mudanças na carroceria para fazer uma perua seriam pequenas e a Variant 1600 precisava de um substituto - que apareceu, mas sob forma e nome de Variant II. Decepção total para muitos.
Na época a justificativa - ou desculpa? - da fábrica foi que para as condições brasileiras era mais vantajoso motor e tração traseiros, a configuração de veículo mais apropriada para estradas enlameadas, especialmente nas subidas, diziam. Como se nas grandes latitudes do globo não nevasse e nem se formasse gelo nas vias.
Enquanto isso, a Corcel Belina nadava de braçada, tanto a I lançada em 1970 quanto a II de 1977. Com "tudo à frente", ia muito bem por este Brasil inteiro.
Como se não bastasse, a VW deve ter gasto uma montanha de dinheiro para projetar, desenvolver e produzir a Variant II, que de comum com a anterior tinha apenas o motor e transeixo. Todo o resto era novo, estampos de carroceria, vidros, tudo. A suspensão dianteira passara a McPherson e a traseira, a braço semiarrastado. Era outro veículo.
A Variant II passou ao largo do sucesso e sua vida foi muito curta: deixou de ser produzida após apenas três anos.
Como teria sido fácil fazer uma "variante" do Passat, e que perua fantástica seria! O erro só seria reparado oito anos depois, com a Santana Quantum, mera variante do sedã Santana.
Que grande erro!
Fonte: autoentusiastas
Disponível no(a):http://autoentusiastas.blogspot.com/
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