“Estou interessado em comprar um carro com câmbio automático, mas, pesquisando, encontrei vários tipos: CVT, Tiptronic, DSG, S-tronic e Geartronic. Existe muita diferença entre eles? Qual o melhor?” – Jeferson Moura
Primeiro, é preciso diferenciar o que é um tipo de transmissão e o que é nome que a montadora dá ao sistema que ela usa. Tiptronic e Geartronic, por exemplo, são nomes usados pela Volkswagen e pela Volvo para denominar suas transmissões, que na verdade são do mesmo tipo, assim como DSG e S-tronic são basicamente a mesma coisa (um da VW, outro da Audi).
Tiptronic, Geartronic (tem também Steptronic, no caso da BMW) identifica uma transmissão automática comum, com conversor de torque, em que é possível trocar de marchas manualmente – seja com toques na própria alavanca ou por hastes posicionadas junto à direção (as famosas borboletas). Vale dizer que essa mudança manual normalmente não deixa o carro mais rápido, servindo apenas para ter maior controle sobre o automóvel. Você pode reduzir antes de entrar numa curva, por exemplo. É o tipo de câmbio automático mais comum, presente desde modelos compactos como Citroën C3 e Peugeot 207 (ambos com quatro marchas) até carros de luxo como o BMW X3 (oito marchas).
Já o sistema DSG/S-tronic é mais sofisticado. Trata-se de um câmbio automatizado (portanto, sem o conversor de torque que existe nos modelos automáticos) com dupla embreagem. Vantagens? Enquanto uma marcha está engatada, a segunda embreagem já deixa a próxima marcha pré-acionada. Assim, a troca é bem mais rápida que nos carros automáticos convencionais, proporcionando melhor desempenho e quase ausência de trancos nas mudanças. É meu sistema favorito, por permitir uma condução suave ou bastante esportiva – tanto que é usado por Porsche, Ferrari e agora Lamborghini. Nesses sistemas, a troca também pode ser feita manualmente pela alavanca de câmbio ou borboletas no volante. Além disso, nesses câmbios geralmente a central eletrônica é programada para elevar o giro do motor nas reduções (um punta-tacco automático) para que as rotações do câmbio e do motor fiquem próximas e a passagem seja menos sentida. O problema dessa transmissão é o preço. No Brasil, os carros mais em conta com esse tipo de câmbio estão na faixa de R$ 90 mil – Audi A1 (sete marchas) e VW Jetta TSI (seis marchas).
Por fim, o CVT é o mais indicado para quem procura conforto, pois não há mudança de marcha. O que acontece é a movimentação de uma correia entre duas polias cônicas, que se movimentam constantemente, mudando a relação. Por isso é que se chama o CVT de transmissão continuamente variável. Na prática, o motorista dispõe de conforto (a rotação do motor é quase sempre baixa, além de não haver mudanças) e desempenho, mas na prática há pouca emoção. Você pisa fundo, o giro sobe e fica lá no alto até você aliviar o acelerador – sem a “empolgação” das trocas. Para tentar deixar a condução mais interativa, marcas como Audi (no A4), Renault (no Fluence) e Mitsubishi (Outlander e ASX) pré-estabelecem algumas relações fixas (oito no A4, seis no Renault e Mitsubishi), com mudanças manuais pela alavanca ou borboletas no volante. É meio contraditório (colocar marcha num câmbio de marchas infinitas), mas resolve.
Fonte: blogdaautoesporte
Disponível no(a):http://colunas.autoesporte.globo.com/blogdaautoesporte
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