Um BMW com xDrive? A produção não foi confirmada, mas como relata a inglesa Autocar, a BMW confirma que está testando o conceito. Será o fim das saídas de traseira?
Não é exatamente uma discussão nova; o boato sobre uma M5 com tração integral vem incendiando os fóruns de internet há muito tempo e os fãs da mais veloz das Série-5 andam mais preocupados com o clareamento de seus dentes que com a possibilidade de uma M5 com tração nas quatro rodas. Ainda assim, a companhia já desenvolveu o aparato até um ponto em que é provável que já esteja pronto para um veículo Motorsport.
A simples resposta para a manchete em questão é, naturalmente, “por que eles podem”. A resposta mais completa tem um pouco a ver com o conhecimento da BMW sobre sua clientela, que basicamente compreende pessoas preocupadas em deslizar a traseira pelas três faixas da rodovia enquanto motoristas de crossovers assistem a tudo horrorizados e seus filhos se divertem com a cena.
A questão é controlar essa experiência. Considerando a quantidade de potência gerada pela M5 e como lidar com isso contra as intempéries e a acuidade do motorista, um eficiente sistema de tração integral como o xDrive é, sem dúvida, a escolha mais segura, e por mais que gostemos de umas aceleradas rebeldes, a segurança nas rodovias é importante – especialmente para o público alvo.
E a dramatização? Não é o entusiasmo automotivo intimamente ligado com as dramáticas saídas de traseira? Pense nas suas perseguições favoritas do cinema. Indique uma em que os carros andam realmente rápido, mas com segurança. Impossível, porque precisão e segurança são entediantes e gente entediada não compra coisas entediantes cujas capacidades não sejam imediatamente aparentes.
Há uma bela história sobre a primeira demonstração do Boeing 707 feita pelo famoso piloto de testes Tex Johnson diante dos executivos da aviação na década de 1950. Tex levou o protótipo do jato de passageiros sobre o lago Washington, fez um barrel roll/parafuso e pousou em segurança. Mais tarde, o presidente da Boeing perguntou a ele que diabos ele estava fazendo. Muito espirituoso, Tex respondeu: “estava vendendo aviões”.
Será melhor construir um carro que nas mãos certas pode fazer manobras cinematográficas, mesmo que o proprietário nem sonhe com isso? Ou construir um que qualquer motorista possa deslizar à toda pelo espaço e tempo com mais precisão que um teleguiado TERCOM, mas jamais sairá de traseira de modo espetacular?
Claro, o automobilismo é preciso por que as corridas são vencidas na casa dos centésimos, mas o Top Gear seria o que é se Clarkson, Hammond e May sempre mantivessem os pneus no traçado ideal?
A beleza dos carros vem dos ângulos, muito deles entre 30 e 60 graus. De nossa parte, só nos resta esperar que a BMW lembre-se de seu passado recente, caso ela decida fazer seus carros de 500 cv com tração integral para sempre.
Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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