14 de mai. de 2011

Mitos no cinema: Alfa Montreal x Porsche



A cena a seguir, extraída do filme “The Marseille contract”  (1974, título em inglês), tem mais de três minutos de duração e mostra uma divertida perseguição envolvendo dois mitos automotivos. A filmagem intercala tomadas de perto e com plano mais aberto, dando destaque para a agressividade dos movimentos. É imperdível.

Michael Caine pilota o Alfa Romeo Montreal, obra de arte da casa milanesa. O cupê fez sua estréia no Salão de Genebra de 1970 e causou surpresa no público. As linhas inspiradoras do Estúdio Bertone trazem detalhes inesquecíveis, como os faróis escondidos por trás das persianas e os respiros no longo capô e nas laterais.
O motor escolhido foi um V8, com 2,6 litros e 200 cv, depois elevados para 230 cv. Trazia ainda um belo acabamento, posição de dirigir baixa, instrumentos voltados para o motorista, caixa de câmbio de cinco marchas da ZF e, de quebra, diferencial com deslizamento limitado. Com esse conjunto os primeiros 100 km/h eram alcançados em apenas 7,2 segundos. Resumindo, um puro-sangue italiano.

O outro modelo que aparece rasgando as retas e deslizando pelas curvas com graciosidade única é um Porsche 911 S Targa, talvez 1972 ou 1973. Como admirador da marca não posso negar que esses clássicos são simplesmente incríveis. A união perfeita entre desempenho, estilo e um jogo de rodas Fuchs. Trazia motor boxer com 2,4 litros, 178 cv e baixo peso. Some a isso a tração traseira e um piloto habilidoso e terá um dos carros mais divertidos já produzidos. Os exemplares de corrida dessa época conquistaram várias provas de endurance e também a tradicional Targa Florio.
O filme foi dirigido por Robert Parrish, e as cenas trazem capricho nos detalhes. Particularmente acho que as perseguições européias são mais elaboradas do que as norte-americanas. Talvez pelo espaço menor das ruas e vielas, os diretores sempre acabam usando o cenário como parte da ação.
Prestem atenção nas tomadas que mostram as reduções de marcha intercaladas com movimento dos pedais. De repente, surge um Citroën DS para complicar. Quem for mais detalhista vai notar que aos 1:45 ele aciona a buzina, mas sem tocar no centro do volante (?) e, na seqüência, a direção do Porsche está ao contrário.
Mas não importa. Com exceção da trilha sonora, que está mais pra filme de humor, as imagens merecem ser vistas e revistas. Parece que o cinema mudou um pouco o foco nas cenas de ação com o passar do tempo. De qualquer modo, continuam mantendo os espectadores com os olhos focados na tela.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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