14 de mai. de 2011

Mini Countryman S vai para pista de testes

Novo modelo rompe com tradições da marca inglesa, mas mantém a diversão e a simpatia em alta

Daniel Messeder//Fotos: Marcos Camargo

Marcos Camargo
Mini Countryman S: primeiro modelo com quatro portas da marca inglesa mantém carisma e o apelo esportivo

Agora que a Ferrari lançou a FF, uma shooting-brake com tração integral, que mal tem a Mini vender um modelo de quatro portas, mais de quatro metros e tração 4x4? Foi o que pensei enquanto enchia o porta-malas do Countryman (350 litros) com a bagagem de quatro pessoas, me preparando para uma viagem à praia. Quatro ocupantes e malas num Mini? Nesse caso, o passeio é mais confortável do que você imagina.

Com a distância entre-eixos ampliada para 2,59 m e portas com bom ângulo de abertura, esse MINI oferece espaço surpreendente: mesmo no banco de trás, um adulto alto tem liberdade de movimentos, tanto para os lados quanto para cima. Nem o lugar do meio é ruim de usar. E olha que ainda estamos falando de um carro compacto. O Countryman mede 4,10 m – é 14 cm menor que um EcoSport.
Marcos Camrgo
O motor 1.6 de 16V turbo tem 184 cavalos e 24,5 kgfm de torque, o suficiente para garantir respostas rápidas ao comando do acelerador
Se a amplitude da cabine é inédita num Mini, o ambiente não. Estão lá o imenso velocímetro central (com informações do sistema de entretenimento na tela digital central), o acabamento de primeira linha e a disposição não muito amigável dos comandos, como os botões dos vidros no centro do console. O painel, por sua vez, me lembra o Mickey – a cabeça é o velocímetro e as orelhas são as saídas de ar, pode reparar. O sistema de som da Harman Kardon garante uma festa digna da Disney World.
Marcos Camargo
Borboletas na direção são ruins, com reduções feitas pelo polegar. Imenso mostrador no meio do painel faz parte do charme do carro
Ainda com o Cooper S de duas edições atrás na memória, acho a posição ao volante bem parecida, embora um pouco mais alta. Será que a dirigibilidade foi mantida? Bem, sim e não. O motor 1.6 16V turbo está ainda mais vitaminado, com 184 cv (9 cv extras), e mostra aquela disposição em baixa rotação típica de turbina pequena (torque pleno a 1.600 rpm), apesar dos 1.455 kg do carro. Com o câmbio automático de seis marchas no modo Sport, o que não faltou foi pique para acelerar, mesmo na subida de serra. Na pista, chegou a 100 km/h em 8,5 s, tempo de Civic Si. Já o comportamento não chega a ser tão “kart” quanto o do Cooper, por conta do entre-eixos mais longo, embora a suspensão mostre a conhecida firmeza dos Mini nas curvas. A direção continua direta e, a despeito do maior porte, o Countryman manda bem no quesito diversão ao volante. Se pensarmos nele como jipinho, então...
Marcos Camargo
O duplo teto solar deixa a cabine bastante iluminada e ajuda com o ambiente arejado pela cor clara dos bancos

 Pena que, quem pensar nele como aventureiro, pode sair decepcionado. A suspensão seca, somada às rodas aro 18 com pneus de perfil baixo, não combinam em nada com incursões pela terra – ou mesmo asfalto deteriorado. Quem compra um 4x4 para não se preocupar com buracos e valetas, pode esquecer o Countryman, pois ele sofre em nossas cidades com solo lunar. A Mini privilegiou a dirigibilidade, enquanto a tração integral é apenas um “plus” para enfrentar pisos escorregadios, como as estradas com neve da Europa. O torque fica concentrado na dianteira (você sente a direção puxando nas arrancadas), podendo ser transferido em até 50% para o eixo de trás, automaticamente.
Marcos Camargo
Detalhes como a pintura quadriculada dos retrovisoeres e das soleiras por portas de aço escovado fazem toda a diferença
Marcos Camargo
Mas o maior problema é que, por ser o maior da marca, o Countryman também está no lugar mais alto da tabela de preços. Pelos R$ 145.750 pedidos nessa versão S ALL 4, topo de linha, você leva até um Volvo XC60. OK, o crossover sueco é maior e tem mais motor, mas não oferece o charme do inglês. Aliás, é impressionante como a mistura de Mini + jipinho mexe com as pessoas. O carro foi tão perseguido por olhares admirados que algumas vezes pensei estar dirigindo a nova Ferrari FF...


Fonte:revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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