10 de mai. de 2011
Este não é apenas um Challenger branco
Algumas combinações entre carros e cores se transformam em um turbilhão, que te leva para outra época e lugar. Um Dodge Charger laranja, é o carro dos primos Duke, de “Os Gatões”. Um Pontiac Trans-Am 1977 preto não pode ser ninguém senão de Bandit, de “Agarra-me se Puderes”. E claro, o Challenger branco é o muscle car que Kowalski usa para tentar atravessar os EUA em “Corrida Contra o Destino”. Não se lembra? É este filme aqui.
Sabendo disso, uma concessionária da Pensilvânia decidiu construir uma série limitada de Dodge Challengers SRT8 em homenagem a Kowalski. Como não poderia deixar de ser, ele vem trajado naquele branquinho básico. E traz mais algumas coisinhas, mas principalmente, uma história curiosa.
Pense em um cara passional e purista. Bob Frederick, proprietário da New Wilmington Dodge, só decidiu seguir os passos de seu pai (que tinha uma concessionária Chrysler em Ohio, no auge da época dos muscle cars) quando a marca voltou ao mercado dos automóveis V8 com tração traseira – vocês sabem, a onda retrô que trouxe de volta nomes como Charger, Camaro, Mustang… e o próprio Challenger. Desde sempre fã do filme de 1971, a ideia de produzir um modelo que o homenageasse veio com a naturalidade de alguém que respira isso – mas havia um pequeno problema: a Chrysler oferecia o modelo “básico” R/T na cor branca, mas não a versão top de linha SRT8. Considerando que o branco é a cor da moda, podemos afirmar que a Dodge trocou os pés pelas mãos por este tropeço.
Isso mudou este ano, quando veio ao mercado a série limitada SRT8 392 do Challenger. Ela finalmente trouxe a cor Bright White como uma das opções: melhor, impossível. Frederick ficou acelerado como se tivesse com o afogador puxado, sacou rapidamente o telefone e marcou uma reunião com a Chrysler. “Disse a eles que queria um conjunto de Challengers SRT8 392, câmbio manual de seis marchas com alavanca tipo Pistol Grip, cor Bright White, sem faixas adesivas, bancos pretos, rodas aro 20, e mais alguns opcionais. Lembrei a eles que a cor já fazia parte do catálogo, e as partes únicas ao SRT8 já seriam brancas também, então argumentei que seria algo fácil de ser feito”.
A plaqueta homenageia o padrão dos códigos de produção da Chrysler na época. De quebra, os dígitos 57XX representavam as encomendas especiais feitas à fábrica.
A única coisa que Bob Frederick fez questão, e que seria muito difícil de ser cumprida, foi pedir que os modelos fossem montados um após o outro na linha de montagem, para receber números de chassi sequenciais. Mas a fábrica de Auburn Hills gostou da idéia, e botou em prática este pedido de Frederick. Isso é quase impossível de acontecer hoje, pois as fábricas são administradas por contadores de feijão, administradores que enxergam pouco além de cifras e linhas de produtividade. Mas felizmente, desta vez, nós erramos no julgamento.
O resultado é o Challenger SRT8 392 Kowalski Edition. Apenas dez unidades foram produzidas, e todas já foram vendidas. Não é nada senão um Challenger branco, com um pequeno emblema diferenciado na traseira, uma plaqueta especial no painel e no cofre do motor, e adesivos Scat Pack nas janelas laterais traseiras – os mesmos usados nos muscle cars da Dodge ao final da década de 60. Muito, muito pouco para ser chamado de exclusivo, mas a essência da coisa talvez seja justamente isso: o Challenger de Kowalski era apenas um Challenger R/T 1970 440 Alpine White, sem faixas adesivas e com muita sede de liberdade.
Fonte: jalopnik.com.br
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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