28 de mai. de 2011

Emerson afirma que participações em Indy 500 foram auge da carreira

Em depoimento ao veterano escritor Jan Shaffer, Emerson Fittipaldi lembra primeiro contato com 500 Milhas de Indianápolis e coloca a tradicional prova como auge da carreira




JAN SHAFFER, de Indianápolis
FELIPE GIACOMELLI
[@daewlz], de Brasília
Um dos maiores nomes do Brasil na história das 500 Milhas de Indianápolis é Emerson Fittipaldi, que, mesmo depois de aposentado após o bicampeonato na F1, venceu a tradicional prova em duas oportunidades: 1989 e 1993. O brasileiro relatou a Jan Shaffer, veterano escritor de esportes a motor, como foi a trajetória entre a saída da F1 e a bandeira quadriculada em Indy.
“Meu primeiro contato com as 500 Milhas foi em meados dos anos 1950 quando um dos amigos  de meu pai, em São Paulo, trouxe um documentário. Aquela foi a primeira vez que eu assisti às 500 Milhas, foi em um filme”, revelou o campeão. Emerson explicou, também, que durante a carreira teve o primeiro contato com Indianápolis quando acertou para correr com a Lotus na F1.


“Então, quando eu me juntei à Lotus, em 1970, Colin Chapman havia ganhado (com Jim Clark) em 1965, eu me lembro de pensar sobre a Indy. Minha primeira vitória na F1 foi nos Estados Unidos em Watkins Glen logo na minha quarta corrida”, descreveu.

Sobre a primeira vez em que pilotara em um oval, o brasileiro revelou ter sido por conta de um convite da fabricante de pneus. “Eu mudei para a McLaren em 1974 e Teddy Mayer estava lá, e ele me trouxe para guiar o carro de Johnny Rutherford em Indy como parte de um teste para a Goodyear. AJ Foyt me colocou em um carrinho de golfe e me levou para conhecer as quatro curvas do autódromo. AJ foi extremamente gentil comigo. Eu guiei por dois dias e atingi 190 mph. As velocidades eram realmente altas. Minha última vitória na F1 foi no GP dos Estados Unidos em 1980.”, lembrou.

“Em 1983, eu estava aposentado, mas Ralph Sanchez me ligou e eu vim a Miami para correr em uma corrida de rua da IMSA em um March. Eu estava feliz por estar de volta ao meu lugar de piloto. Então, recebi um telefonema de Pepe Romero na manhã da segunda-feira”, acrescentou Fittipaldi, que, em seguida, assinaria com Romero para a disputa da Indy no famoso carro cor de rosa.

Na categoria americana, o brasileiro afirmou que a maior dificuldade foi se adaptar completamente aos ovais. “Eu levei três ou quarto anos para aprender sobre os ovais. Foi muito difícil, mas eu aprendi muito com Jim McGee e com a Patrick. Eles foram muito pacientes comigo desde o início, ensinando sobre vácuo, técnica e acerto. Quando cheguei à Penske eu já havia aprendido muito. Eu sinto que foi muito bom aprender sobre Indianápolis. Eu desfrutei cada minuto que estive lá. Foi a melhor época da minha carreira de piloto”, confidenciou.

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Emerson disse que o auge da carreira foram as participações na Indy 500

merson, em seu depoimento, também falou de momentos curiosos. O piloto contou, por exemplo, como foi o teste de Ayrton Senna na Indy. “Eu falei com Penske, e Senna testou meu carro em Firebird em 1992. Ele passou cinco ou seis dias comigo na pista de Phoenix. Senna queria correr a Indy 500 no ano seguinte”, relembrou Fittipaldi. Ayrton acabou não podendo participar da corrida americana, em 1993, pois tinha contrato com a McLaren.

Fittipaldi encerrou dizendo saber exatamente a importância dele para o automobilismo americano no Brasil. “Quando eu comecei a pilotar na Indy, a audiência da F1 era muito grande no Brasil. Quando eu fiquei famoso, a audiência da Indy estourou e outros pilotos brasileiros quiseram vir pra cá. Eu sou muito orgulhoso de todos os pilotos brasileiros, em diferentes categorias, em todo o mundo”, concluiu.
Fonte:grandepremio
Disponível no(a):http://grandepremio.ig.com.br

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