25 de mai. de 2011

Como encontrei sem querer o primeiro protótipo do Bugatti EB110 na Itália


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Se você gosta de supercarros, uma primeira visita à Modena é repleta de expectativa. Certamente deve haver uma Ferrari estacionada em cada esquina medieval! A verdade é mais estranha, mais discreta, e até mais obscura: eis aqui um Bugatti que se parece com nenhum outro Bugatti.


Esta não é uma história sobre Ferraris, Lamborghinis, Paganis e Maseratis, e sim um encontro casual na Piazza Grande de Modena entre seu humilde correspondente e o primeiro protótipo do Bugatti EB110. O sol fervia a praça cor de terracota na parte medieval da cidade, e lá estava eke, com a porta tesoura aberta no lado do motorista, em ponto morto, em frente à Catedral de 827 anos, cercado por homens que compartilhavam um olhar que misturava surpresa e uma profunda familiaridade.


Em um teste comparativo do Bugatti EB110 e seu filho bastardo, o Edonis da B-Engineering, John Barker da revista Evo chamou o EB110 de o supercarro esquecido número um. O veículo foi uma tentativa confiante de construir o melhor supercarro de todos os tempos, projetado por um dream team de engenheiros, designers e estilistas modenenses, mas que terminou como uma tentativa malfadada, estrangulada pela reviravolta econômica do começo da década de 1990, e ofuscado por um tal de McLaren F1. Eles tinham ainda ambições de proporções galácticas, que podem ser melhor apreciadas em um trecho sobre os freios no texto de Barker na edição de março de 2005 da Evo:
No ambiente fértil e de livres ideias da Bugatti, muitas inovações foram consideradas. ‘Nós fizemos coisas malucas’ relembra [Jean-Marc] Borel [ex-presidente da Bugatti]. Suspensão ativa, uma evolução do sistema do Citroën SM, foi considerada, assim como freios de carbono. A Carbon Industries, fornecedora de 80 por cento dos freios na Fórmula 1, propôs um sistema exageradamente super projetado baseado em um similar instalado em algumas aeronaves. Ao invés de pastilhas, ela abraçava o disco central de carbono com outros dois discos, um conjunto envolvido por uma estrutura de titânio. O sistema foi testado, mas a resposta era simplesmente alta demais, e além disso, lembra Borel, teria custado mais do que o carro…
O exemplar que encontrei, andando sobre as nuvens depois de um epifânico almoço avant-garde na Osteria Francescana de Massimo Bottura, foi construído para testar os freios de fibra de carbono do futuro EB110. Foi o primeiro protótipo com motor funcional, que podia ser visto por entre chapas no capô, com a palavra “Bugatti” gravada na tampa de válvulas. O carro usa o chassi número 39001, e pode ser facilmente reconhecido pelos dutos NACA à frente das rodas dianteiras, algo exclusivo deste protótipo. E realmente se trata de um protótipo: faltam as grades para as entradas de ar e a grade em formato de ferradura do modelo final. Trata-se de um rápido apanhado de uma carroceria com um interior espartano.

O motorista abriu sua porta para os homens na piazza, a fechou, percorreu lentamente um círculo ao som dos sinos da catedral e então seguiu para a cidade. Eu sei. Parece com uma ridícula armadilha para turistas apressados que gostam de carros. Eu bem que gostaria de dizer que tudo foi terrivelmente encenado. Mas não foi. Foi um sortudo encontro nesta cidade antiga e maravilhosa, onde homens se juntam para construir supercarros, onde batatas querem se tornar trufas, e onde protótipos V12 únicos dividem ruas estreitas com Piaggios.

Fonte: .jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br/

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