3 de mai. de 2011

Aquilo atrás desse kart é um motor de 170 cavalos...



Depois de cinco anos correndo em kart ditos normais, o engenheiro Mauro Martin Faro desejava experimentar algo mais brutal, “aquele lance de acelerar na curva e ter de controlar o pé para não sair voando por aí”. Três bólidos foram construídos a partir dessa motivação. O verde da foto acima foi o Kart Ninja, uma insanidade equipada com o motor da Kawazaki 1100 esquentando as orelhas do aspirante a kamikaze.

Antes, vamos ao primeiro capítulo da história: o “The Beast”, primeiro projeto feito por Mauro. Utilizar propulsores de motocicletas em karts não é nenhuma novidade. Só que em busca de mais potência, ele decidiu instalar não um, mas dois motores de Yamaha RD135, cada um com 28 cavalos. Sincronizar os motores foi fácil, pois estão montados no mesmo eixo solidário e puxam o outro quando há diferença. Difícil seria sincronizar os dos câmbios de cinco marchas.

“Cada motor tem seu câmbio, e o engate de ambos é crítico.  Com uma só transmissão, você pode ter alguma folginha na alavanca, mas com duas sincronizadas, pode ocorrer de uma engrenagem entrar e a outra não”, diz Mauro, que construiu um preciso mecanismo de acionamento com rolamentos que segue até as aletas atrás do volante, e dois visores que funcionam como shift-gears indicando em qual marcha cada câmbio está.

Numa competição de Força Livre no kartódromo da Aldeia da Serra, o Beast chegou em primeiro. Tinha 56 cavalos, enquanto os karts mais potentes geralmente atingem de 32 a 40 cavalos. Mas não era suficiente.

Não depois de aparecer na oficina de XXX uma Kawazaki 1100 batida. O dono emprestou o motor para a dupla por tempo limitado. Em 30 dias de trabalho noturno numa garagem no bairro do Campo Belo, em São Paulo, aproveitaram um chassi mais longo para montar o assustador Kart Ninja, um rojão com 220 quilos e 170 cavalos – uma relação peso-potência de 1,29 kg para cada cv, não tanto quanto um Fórmula 1 (0,86 kg/cv), mas bem melhor que um Caterham Superlight R500 (1,92 kg/cv).

A margem de controle é dada pelos freios Brembo na frente e as pinças de trás, vindas de uma Suzuki GSX-R. Montado no cavalete, com relação reduzida e sem bater no limite de giros, foi aferida uma velocidade na roda de 280 km/h. Você pensaria duas vezes antes de andar nesse filho do inferno?

Mauro tomou as rédeas do Kart Ninja em várias pistas do estado: Aldeia da Serra, Interlagos, Caraguatatuba, Itu… “Ele não é tão rápido na volta, pois é muito pesado para fazer curva. São 220 kg, enquanto um Parilla tem 67 kg. Mas a aceleração e velocidade são absurdas, começo a acelerar atrás de alguém e no final já passei, sempre. Tem que dosar o pé para não virar do avesso nas curvas. Se acelero tudo, fico fazendo em zerinho, mesmo em segunda”.
O motor de 1100 cc teve de ser devolvido depois de uns meses, o que praticamente obrigou Mauro a se voltar para o chassi do The Beast. Trouxe os freios Brembo do Ninja, mas outra vez deu uma exagerada: agora são dois motores de Kawasaki KX250 bebendo álcool para produzir 60 cavalos cada (120 no total, para quem está mal das contas), acoplados a dois câmbios sincronizados e toda a parafernália de acionamento e visores que permitem fazer engates sem explodir as engrenagens.

Enquanto finaliza o chamado Pazuzu, nome de um demônio assírio, o engenheiro acabou topando com o nosso post sobre o Gixxer Kart, e resolveu mostrar que faz coisas tão malucas quanto, com acabamento e construção ainda melhor. Disse que vai nos chamar quando o próximo monstrinho estiver quente na pista.

Deve ser uma sensação divertida. E meio mortal.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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