28 de abr. de 2011

Como anda o pequeno Chery QQ oferecido por R$ 22.990

Modelo chinês começa a chegar às lojas bem equipado e com motor 1.1 de 68 cavalos
Igor Thomaz // Fotos: Ian Oppenheimer
Ian Oppenheimer
Chery QQ: rodas de aro 13 polegadas e alto centro de gravidade contribuem com a inclinação exagerada da carroceria nas curvas
Enquanto planejam comprar ou trocar seu carro, boa parte dos consumidores se vê com a clássica dúvida: o que seria melhor: um zero quilômetro “pelado”ou um usado cheio de equipamentos? A nova leva de modelos chineses muda um pouco o tom dessa questão. Afinal, vale a pena investir em modelos completos, apesar da falta de tradição no mercado, ou é melhor continuar com os nacionais, apesar do preço indigesto e da falta de itens?


Falar sobre o novo Chery QQ, quarto produto da marca que começa a chegar às lojas por R$ 22.990 em versão única (lotada de equipamentos), nos leva a pensar justamente sobre isso. Em princípio, a política da marca parece tentadora: oferecer um compacto até com freios ABS, air-bags e ar-condicionado, por um preço mais baixo do que muito nacional básico. Parece uma proposta irrecusável, não?
Ian Oppenheimer
Com apenas 3,55 metros de comprimento, o pequeno QQ é menor que um Gol e precisa evoluir nos encaixes das peças da carroceria
Mas não se precipite, vale sempre pesar outros fatores. Apesar de já contar com 74 concessionárias e de prever encerrar 2011 com o total de 92, a Chery, muito nova por aqui, ainda não tem a mesma posição das fabricantes instaladas no Brasil há mais de meio século. Enfim, quem preza pelo acabamento interno de qualidade reconhecida vai torcer o nariz para o carrinho de desenho até que simpático.

Não é preciso ter olho clínico para perceber a falta de alinhamento entre as peças da carroceria. Sobra mais espaço entre farol, capô e para-lama de um lado do que do outro. E isso foi disponibilizado em vários modelos que estavam disponíveis na apresentação do carro para a imprensa. O mesmo problema vale para portas e tampa do porta-malas, o que indica que a recente indústria automobilística chinesa precisa “acertar a mão” na hora de montar seus modelos.
Ian Oppenheimer
Motor 1.1 de 16 válvulas e 68 cavalos embala bem o carro que tem câmbio manual com relações de marchas bem escalonadas
A falta de cuidado na montagem de componentes também pode ser observada no interior do QQ. No painel, à frente do passageiro, a capa do sistema de airbag não se encaixa perfeitamente, assim como a tampa do porta-luvas. Ainda há outras mancadas, como os parafusos aparentes que prendem as alças no teto, os cintos de segurança sem ajuste de altura e apenas uma fina camada de carpete protege o mecanismo da alavanca do freio de estacionamento. Além disso, os bancos dianteiros são desconfortáveis, com encostos estreitos.

São detalhes importantes que acabam explicando em parte a razão do preço tão baixo do modelo chinês. Mas o QQ também tem seus atrativos. O desempenho do motor 1.1 de 68 cavalos é interessante, por mostrar certa agilidade com ajuda dos 9,1 kgfm de torque entre 3.500 rpm e 4.000 rpm e das relações de marchas bem escalonadas.
Ian Oppenheimer
Por dentro, falhas de acabamento, bancos desconfortáveis e câmbio ruidoso. Mas o design moderno agrada
As retomadas são boas a partir de 2.500 rpm nem parece que estamos dirigindo um carro com baixa cilindrada de 16 válvulas. Na estrada, o carrinho consegue embalar rápido e manter se manter dentro do limite da rodovia sem sustos. Apenas é preciso tomar mais cuidado nas curvas. Com rodas de aro 13 polegadas e pneus 155/65R e capota alta, o QQ não passa confiança em manobras bruscas e exige cautela.

Ian Oppenheimer
O porta-malas tem apenas 190 liros de capacidade
Os freios ABS funcionam bem e o ar-condicionado desliga automaticamente quando o modelo está retomando ou ganhando velocidade. Porém, a alavanca de câmbio é ruidosa e um pouco resistente aos engates. Além disso, o espaço entre os pedais não é dos melhores, até porque o QQ é realmente pequeno – 3,55 metros de comprimento, 1,49 metro de largura e 2,34 m de entreeixos, com meros 190 litros de capacidade no porta-malas. Portanto, vale pesar na balança se vale mesmo a pena levar um carro bem equipado mas com acabamento sofrível, sem motor flex e cuja marca ainda está engatinhando no Brasil e ainda precisa evoluir quando o assunto é qualidade de fabricação.

Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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