7 de fev. de 2011

Garagem dos Sonhos:Quatro hot hatches de quatro décadas diferentes


A maioria absoluta dos carros estacionados em nossa Garagem dos Sonhos  são superesportivos ou modelos exclusivos, incompatíveis com o nosso poder aquisitivo (ou o de nossos antepassados). Os carros na sequência ficaram famosos exatamente por trazer uma das características dos outros modelos, o desempenho, a um patamar muito mais próximo de nós. OÉ por isso que a gente ama os hot hatches.
Compacto, leve, com uma suspensão bem resolvida, motor apimentado e transmissão manual. Uma fórmula simples que, caso seguida à risca, não apenas resulta em um carro com personalidade, mas também ultrapassa a limitações de sua categoria e se transforma em lenda.


Mini Cooper S 1963

Possivelmente o primeiro hot hatch, o Mini por si só foi um salto revolucionário no projeto de carros durante o pós-guerra na Grã-Bretanha. Quando o projetista de carros da F1 John Cooper abordou o lendário projetista do Mini a respeito de uma edição com desempenho melhorado, Alec Issigonis achou inaceitável a proposta, afinal de contas, este era um carro para trabalhadores, não para corridas. Sem se importar com isso, Cooper apelou para o escalão de cima e recebeu a benção da BMC para o projeto.
Em 1961 surgiu o primeiro Mini Cooper, mas foi em 1963 que o modelo amadureceu, com um novo motor. Apesar de ser um motor com 997 cm³, o desempenho do Mini Cooper S era fantástico, com até 70 cv empurrando o pequenino caixote. Dizer que o Mini Cooper S merece o status de lenda é pouco – quantos outros carros compactos têm em seu currículo vitórias como a de Monte Carlo contra carros muito maiores e mais potentes?
Volkswagen Golf GTI 1976

O primeiro Golf GTI é citado em um tom de reverência entre os fãs de compactos esportivos. O GTi trouxe um espírito renovado para o mercado europeu. Para começar, tinha um belo desenho, produzido nas bancadas de Giugiaro, e com um quatro cilindros 1.5 passível de upgrades interessantes que o transformavam de um popular a um devorador de curvas.
Entre as melhorias estava um dos primeiros usos de injeção de combustível em veículos de entrada, pneus maiores, barras estabilizadoras melhores e molas mais firmes, além da famosa grade com bordas vermelhas. Apesar de não ter nenhuma vitória no rali de Monte Carlo, poucos fizeram tanto quanto ele para derrubar a mentalidade do “carro como um utensílio” tão presente na indústria na década de 1980. Os hot hatches atuais devem a sua existência a ele.

Dodge Omni GLH-S 1986
Apesar de Carroll Shelby ser mais famoso por seu envolvimento com carros como o Cobra 427, Daytona e Mustang, são trabalhos incomuns como o GLH-S que deveriam elevá-lo ao Hall da Fama automotiva. O Dodge Omni GLH 1985 era um carro insano para começo de conversa, com um turbo tirado do Shelby Charger, mas Carroll pegou os últimos 500 Omni GLH e acrescentou mais coisas. Goes Like Hell – Somemore (em tradução livre: Corre feito o Diabo – E mais um pouco), um nome que apenas um texano viciado em velocidade poderia adotar, era apropriado.
No ano seguinte, o já potente Chrysler 2.2 turbo receberia um intercooler, remapeamento da injeção de combustível, 177 cv e impactantes 24 kgfm de torque. A suspensão recebeu amortecedores ajustáveis da Koni, novos pneus e rodas. Nossa modificação favorita é um adesivo no velocímetro que acrescentava uma marcação de 135 mi/h (217 km/h). Um conjunto que nas ruas deixava muita gente para trás. O GLH-S chegava aos 100 km/h em cerca de 6,5 segundos e alcançava os 209 km/h. É preciso perder alguns parafusos antes de se fazer um carro francês competir contra Corvettes. Ou então ser da Renault.
Renault Clio V6 2003

Não são muitos os carros que podem se gabar de estar na lista dos 10 carros da Garagem dos sonhos de Jeremy Clarkson. O Renault Clio V6 Renault Sport é um exemplo do que acontece quando a loucura chega ao seu ápice. Sim, o DS é uma bela façanha automotiva e o GS tem uma suspensão quase mágica, mas este Renault talvez seja o mais impressionante exemplo da paixão que os franceses têm pelo automóvel.
Em algum momento, os contadores da empresa caíram no sono e alguém deu o sinal verde para a insana ideia de se colocar um V6 no banco traseiro de um popular, transformando o mundo em um lugar melhor para se viver. O V6 aspirado de 255 cv de um Renault Laguna literalmente empurra o motorista, com um tempo de 0 a 100 km/h em 5,9 segundos e máxima de 246 km/h. Doentio. Claro que perde praticamente todo o espaço para passageiros e bagagem, é caro, o tanque de combustível nunca parece cheio, mas a insanidade perdoa tudo isso.


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Fonte:jalopnik

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