Esta imagem acima é a primeira do layout do novo carro de Nelsinho Piquet na Nascar Truck Series, que você vê com exclusividade aqui no Voando Baixo (clique aqui e confira a novidade por outros ângulos). O brasileiro, que disputou algumas provas na categoria no ano passado, foi contratado pela equipe de Kevin Harvick, piloto da Sprint Cup, a divisão principal da categoria, e correrá sua primeira temporada completa no automobilismo desde o fim de 2008. A mudança para os Estados Unidos foi arquitetada no ano passado e o piloto, ex-Renault na Fórmula 1, quer estabelecer sua carreira no país da América do Norte.
Em entrevista ao Voando Baixo, Nelsinho falou sobre suas expectativas na Nascar. O brasileiro, que trocou a picape Toyota Tundra do ano passado por uma Chevrolet Silverado na categoria, disse que não sentiu o tão falado preconceito por parte dos americanos. Ele acredita que o fato de falar inglês fluentemente o ajudou bastante e ele foi bem recebido por vários pilotos mais experientes, como Kurt Busch, campeão da divisão principal em 2004. Existem diferenças para a época de Fórmula 1, é claro, mas ele comemora a força do mercado americano. A maior proximidade com os fãs da categoria também é um fator positivo.- Não é o ambiente global da F-1, mas nem por isso é uma realidade menos impressionante e menos tradicional. Não tenho dúvidas de que em um fim de semana como o de abertura da temporada em Daytona são fechados mais negócios no paddock do que na maioria das provas disputadas na Europa – conta.
VOANDO BAIXO – Após algumas corridas em 2010 na Truck Series, qual o objetivo traçado para sua primeira temporada completa na categoria americana? Já dá para pensar em título?
NELSINHO PIQUET – Antes de mais nada, tenho de falar que é muito gratificante voltar a correr uma temporada completa. A Nascar é provavelmente a mais disputada categoria do automobilismo mundial, basta ver a diferença entre os tempos dos primeiros 10 ou 15 colocados em cada prova. É um novo mundo, no qual entro com humildade, disposto a cumprir cada etapa até chegar à Cup com reais chances de competir por vitórias. Estou numa ótima equipe, que certamente me dará condição de vencer uma ou outra prova em 2011. Mas é um ano de aprendizado e pode ser prematuro e até arrogante chegar falando em título. Meu objetivo realista para a temporada é ser o estreante do ano (rookie of the year).
< Em caso de um ano bem-sucedido na Nascar, você pensa em atrair a atenção da Europa novamente? Qual o seu interesse em um possível retorno ao Velho Continente?
- Meu projeto é desenvolver uma carreira estruturada nos Estados Unidos. Quero ser o primeiro brasileiro a vencer uma prova na Nascar, a disputar um título na categoria e a correr uma temporada completa na Cup dentro de algumas temporadas.
- Muito se fala sobre um suposto preconceito dos americanos contra pilotos estrangeiros na Nascar. Você sentiu isso no primeiro ano? Como os pilotos mais experientes lhe receberam?
- Não senti isso no ano passado, pelo contrário. Era um estrangeiro fazendo uma ou outra corrida na temporada e mesmo assim pilotos renomados na Cup, como Kurt Busch, fizeram questão de me cumprimentar e dar as boas vindas. Sinto que a categoria como um todo tem interesse em ser mais internacional e, nesse sentido, eles acham bom ter mais países no grid. Pode ser que o preconceito contra estrangeiros que às vezes é mencionado se deva à dificuldade de algum piloto estrangeiro se comunicar em inglês, que é a única língua da categoria. Mas não é assim no meu caso, pois falo com todos lá de igual para igual.
- Como foi o processo para arrumar patrocinadores brasileiros? A Nascar já é um caminho viável para se conseguir verbas de patrocínio nacionais?
- O processo de ser o primeiro brasileiro a desbravar o mundo da Nascar vale também para os patrocinadores. Empresas brasileiras têm demonstrado interesse e não tenho dúvida que se interessarão mais ainda conforme tenham maior familiaridade com a categoria. É uma excelente vitrine para exportadores brasileiros, para empresas com interesse no mercado americano. Estamos falando de uma categoria que movimenta apenas nos EUA mais que a Fórmula 1 gira em todo o mundo e que é o segundo esporte de maior audiência na TV de lá, atrás só da NFL (liga de futebol americano).
- Você está concentrado na Truck Series neste ano ou pensa em algumas corridas na Nationwide? Qual seu cronograma para chegar na categoria principal, a Sprint Cup?>- No ano passado, tive a oportunidade de disputar uma prova de Nationwide em circuito misto e gostei da experiência. Os principais pilotos estavam lá e consegui largar em décimo e chegar em sétimo. Pode se repetir neste ano, mas não é uma prioridade que tenho no momento. A meta sim é ter um início sólido na Truck. Tenho um plano estruturado para ser o primeiro brasileiro a vencer na Nascar, abrindo essa categoria para outros pilotos do país no futuro. Isso precisa ser feito com respeito às etapas necessárias para meu amadurecimento na categoria. Nesse sentido, espero chegar à Cup em até cinco anos.
- Kevin é um piloto muito experiente e tem sucesso também como dono de equipe. O contato inicial com ele foi excelente e sinto que fui muito bem recebido por todos os integrantes da Kevin Harvick Inc, tanto na sede da equipe em Charlotte quanto nos testes realizados em Orlando na semana passada.
- Você sofreu com a politicagem na Fórmula 1. Quais as diferenças do automobilismo americano para o europeu? É menos estressante?
- No automobilismo americano em geral, e sobretudo na Nascar, o relacionamento entre os pilotos é mais autêntico no sentido de cada um manifestar sua opinião autêntica mais claramente e sem meias palavras. Nesse sentido, é mais transparente, mais “natural”. Agora se isso no fim das contas será mais ou menos estressante imagino que é uma leitura que só poderei fazer depois de disputar ao menos uma temporada completa na Nascar.
- Você passou muitos anos morando na Europa. Qual a diferença para a vida nos Estados Unidos? E as pessoas que frequentam o paddock? São diferentes?
- Estou ainda me adaptando à vida nos EUA. É um país fantástico, com diversas opções e que espero conhecer melhor ao longo deste ano. Quanto ao paddock, acho que não cabe comparação. Estamos falando de uma categoria fundada em 1949 por americanos e para americanos. Logicamente, não é o ambiente global da F-1, mas nem por isso é uma realidade menos impressionante e menos tradicional. Não tenho dúvidas de que em um fim de semana como o de abertura da temporada em Daytona são fechados mais negócios no paddock do que na maioria das provas disputadas na Europa.
- Como é o acesso dos fãs aos pilotos da Nascar? O contato é mais próximo nos Estados Unidos?
- A Nascar só existe como a potência do automobilismo que ela é em virtude dos fãs. E aqui é uma nova realidade para mim: o contato é muito mais franco e direto. Para um piloto brasileiro acostumado a passar o ano todo distante, salvo por uma prova em seu país, é mais ou menos como correr sempre “em casa”.
Em entrevista ao Voando Baixo, Nelsinho falou sobre suas expectativas na Nascar. O brasileiro, que trocou a picape Toyota Tundra do ano passado por uma Chevrolet Silverado na categoria, disse que não sentiu o tão falado preconceito por parte dos americanos. Ele acredita que o fato de falar inglês fluentemente o ajudou bastante e ele foi bem recebido por vários pilotos mais experientes, como Kurt Busch, campeão da divisão principal em 2004. Existem diferenças para a época de Fórmula 1, é claro, mas ele comemora a força do mercado americano. A maior proximidade com os fãs da categoria também é um fator positivo.- Não é o ambiente global da F-1, mas nem por isso é uma realidade menos impressionante e menos tradicional. Não tenho dúvidas de que em um fim de semana como o de abertura da temporada em Daytona são fechados mais negócios no paddock do que na maioria das provas disputadas na Europa – conta.
VOANDO BAIXO – Após algumas corridas em 2010 na Truck Series, qual o objetivo traçado para sua primeira temporada completa na categoria americana? Já dá para pensar em título?
NELSINHO PIQUET – Antes de mais nada, tenho de falar que é muito gratificante voltar a correr uma temporada completa. A Nascar é provavelmente a mais disputada categoria do automobilismo mundial, basta ver a diferença entre os tempos dos primeiros 10 ou 15 colocados em cada prova. É um novo mundo, no qual entro com humildade, disposto a cumprir cada etapa até chegar à Cup com reais chances de competir por vitórias. Estou numa ótima equipe, que certamente me dará condição de vencer uma ou outra prova em 2011. Mas é um ano de aprendizado e pode ser prematuro e até arrogante chegar falando em título. Meu objetivo realista para a temporada é ser o estreante do ano (rookie of the year).
< Em caso de um ano bem-sucedido na Nascar, você pensa em atrair a atenção da Europa novamente? Qual o seu interesse em um possível retorno ao Velho Continente?
- Meu projeto é desenvolver uma carreira estruturada nos Estados Unidos. Quero ser o primeiro brasileiro a vencer uma prova na Nascar, a disputar um título na categoria e a correr uma temporada completa na Cup dentro de algumas temporadas.
- Muito se fala sobre um suposto preconceito dos americanos contra pilotos estrangeiros na Nascar. Você sentiu isso no primeiro ano? Como os pilotos mais experientes lhe receberam?
- Não senti isso no ano passado, pelo contrário. Era um estrangeiro fazendo uma ou outra corrida na temporada e mesmo assim pilotos renomados na Cup, como Kurt Busch, fizeram questão de me cumprimentar e dar as boas vindas. Sinto que a categoria como um todo tem interesse em ser mais internacional e, nesse sentido, eles acham bom ter mais países no grid. Pode ser que o preconceito contra estrangeiros que às vezes é mencionado se deva à dificuldade de algum piloto estrangeiro se comunicar em inglês, que é a única língua da categoria. Mas não é assim no meu caso, pois falo com todos lá de igual para igual.
- Como foi o processo para arrumar patrocinadores brasileiros? A Nascar já é um caminho viável para se conseguir verbas de patrocínio nacionais?
- O processo de ser o primeiro brasileiro a desbravar o mundo da Nascar vale também para os patrocinadores. Empresas brasileiras têm demonstrado interesse e não tenho dúvida que se interessarão mais ainda conforme tenham maior familiaridade com a categoria. É uma excelente vitrine para exportadores brasileiros, para empresas com interesse no mercado americano. Estamos falando de uma categoria que movimenta apenas nos EUA mais que a Fórmula 1 gira em todo o mundo e que é o segundo esporte de maior audiência na TV de lá, atrás só da NFL (liga de futebol americano).
- Você está concentrado na Truck Series neste ano ou pensa em algumas corridas na Nationwide? Qual seu cronograma para chegar na categoria principal, a Sprint Cup?>- No ano passado, tive a oportunidade de disputar uma prova de Nationwide em circuito misto e gostei da experiência. Os principais pilotos estavam lá e consegui largar em décimo e chegar em sétimo. Pode se repetir neste ano, mas não é uma prioridade que tenho no momento. A meta sim é ter um início sólido na Truck. Tenho um plano estruturado para ser o primeiro brasileiro a vencer na Nascar, abrindo essa categoria para outros pilotos do país no futuro. Isso precisa ser feito com respeito às etapas necessárias para meu amadurecimento na categoria. Nesse sentido, espero chegar à Cup em até cinco anos.
- Kevin é um piloto muito experiente e tem sucesso também como dono de equipe. O contato inicial com ele foi excelente e sinto que fui muito bem recebido por todos os integrantes da Kevin Harvick Inc, tanto na sede da equipe em Charlotte quanto nos testes realizados em Orlando na semana passada.
- Você sofreu com a politicagem na Fórmula 1. Quais as diferenças do automobilismo americano para o europeu? É menos estressante?
- No automobilismo americano em geral, e sobretudo na Nascar, o relacionamento entre os pilotos é mais autêntico no sentido de cada um manifestar sua opinião autêntica mais claramente e sem meias palavras. Nesse sentido, é mais transparente, mais “natural”. Agora se isso no fim das contas será mais ou menos estressante imagino que é uma leitura que só poderei fazer depois de disputar ao menos uma temporada completa na Nascar.
- Você passou muitos anos morando na Europa. Qual a diferença para a vida nos Estados Unidos? E as pessoas que frequentam o paddock? São diferentes?
- Estou ainda me adaptando à vida nos EUA. É um país fantástico, com diversas opções e que espero conhecer melhor ao longo deste ano. Quanto ao paddock, acho que não cabe comparação. Estamos falando de uma categoria fundada em 1949 por americanos e para americanos. Logicamente, não é o ambiente global da F-1, mas nem por isso é uma realidade menos impressionante e menos tradicional. Não tenho dúvidas de que em um fim de semana como o de abertura da temporada em Daytona são fechados mais negócios no paddock do que na maioria das provas disputadas na Europa.
- Como é o acesso dos fãs aos pilotos da Nascar? O contato é mais próximo nos Estados Unidos?
- A Nascar só existe como a potência do automobilismo que ela é em virtude dos fãs. E aqui é uma nova realidade para mim: o contato é muito mais franco e direto. Para um piloto brasileiro acostumado a passar o ano todo distante, salvo por uma prova em seu país, é mais ou menos como correr sempre “em casa”.
Fonte: voandobaixo
Disponível em:http://globoesporte.globo.com/platb/voandobaixo
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