
“Ex-piloto”. Os mais românticos – ou ingênuos – costumam dizer que uma vez piloto, para sempre se é piloto. Mas se até de bicicleta as pessoas desaprendem a andar, não duvide que a habilidade, coragem e sensibilidade dinâmica para se conduzir um carro no limite não possam ser perdidas. Responsabilidades, desinteresse, o medo naturalmente trazido pela idade; tudo isso remove a alcunha de “piloto” de alguns nomes outrora grandiosos. Hoje, eles apenas passeiam em ritmo amador – sem nenhum traço daquilo que fizeram a sua fama.
Seria deselegante de minha parte apontar este ou aquele nome como “ex-piloto”. O que eu posso fazer é mostrar um senhor de oitenta anos (no momento do registro) conduzindo um Lotus Cortina pendurado, como se deve. Colocando os devidos pingos nos “i’s” e mostrando que existem sim, ex-pilotos. Stirling Moss, definitivamente, não é um deles.
Estamos no autódromo de Goodwood, local do maior festival automobilístico do planeta. O carro, o velocíssimo e aparentemente singelo Lotus Cortina. Trata-se de um Ford Cortina modificado pela equipe inglesa para se transformar em um pequeno diabo: motor 1.6 twin-cam de 105 cavalos, transmissão close-ratio, suspensão dramaticamente modificada, freios Girling; portas, capô e tampa do porta-malas em alumínio.

E o piloto… Stirling Moss. Possivelmente o volante mais veloz a nunca conquistar um título, teve a honra e a infelicidade de dividir seus anos de Fórmula 1 com ninguém menos que Juan Manuel Fangio. É curioso vermos o trabalho que dá tocar um carro antigo no limite, deslizando sobre pneus de competição à especificação da época. A férias folga imensa na caixa de direção combinada ao comportamento dinâmico levemente traseiro resulta em muito trabalho a Moss – que nem por isso deixa de cumprimentar o rival a bordo de outro Cortina e o público na tribuna. Queria ser neto dele.
Fonte: jalopnik.
Disponível em:http://www.jalopnik.com.br
Um comentário:
Ótimo post!Com certeza Moss nunca será um EX.O automobilismo esta em sua alma.
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