21 de jul. de 2013

Emerson Fittipaldi viaja 50 anos no tempo em 12 dias


Emerson Fittipaldi, sentado no modelo R30 da Renault (atual Lotus), em Paul Ricard (Facebook/Emerson Fittipaldi)Emerson Fittipaldi, sentado no modelo R30 da Renault (atual Lotus), em Paul Ricard (Facebook/Emerson Fittipaldi)
Emerson Fittipaldi teve a oportunidade de viajar no tempo nas últimas semanas. Em doze dias, ele andou com um Lotus Renault de 2010, em Paul Ricard, e o Lotus 25, com que Jim Clark conquistou seu primeiro título, em 1963, durante o Festival de Goodwood, no último final de semana.

“Era um dos sonhos que eu tinha. Eu dos grandes ídolos que eu tinha era o Jim Clark. Foi um salto de 50 anos de um carro para o outro. Espetacular”, disse o bicampeão brasileiro, em entrevista ao Tazio.
O modelo 25 foi projetado por Colin Chapman para a temporada de 1962. Neste campeonato, Clark conquistou três vitórias com o carro, o que não acabou sendo o bastante para vencer o título, que ficou com Graham Hill e sua BRM. Porém, no ano seguinte, o piloto escocês fez uma campanha quase que perfeita, com sete triunfos em 10 corridas com o Lotus 25 e levou seu primeiro Mundial.
“Quando que andei na máquina do Jim Clark, me colocaram o cinto e eu perguntei: ‘Tinha cinto na época?’ Eles me responderam que não. E quem me colocou no carro foi o Bob Dance, que é um dos mecânicos mais clássicos da F1 e trabalhou com o Jim Clark pessoalmente. E ele me explicou que não tinha cinto. Imagina a coragem deles. O carro era muito pequeno, pesava 450 quilos só, e tinha duzentos e poucos cavalos com o motor Climax 2.5. Foi uma experiência espetacular, pois o Clark era um dos meus ídolos. Saí muito emocionado”, continuou.
Emerson Fittipaldi, ao lado do Lotus 25 de Jim Clark, em Goodwood
Antes no dia 2, ele recebeu o convite para andar com um carro mais próximo do atual, o R30. Ele se disse impressionado com eficiência do modelo e com a evolução da categoria.
“Achei o F1 moderno muito empolgante, muito fácil de guiar até um determinado ponto. Tem muita aderência, muito freio. O carro é muito fácil, pois está tudo na mão. Você não precisa ficar brigando contra o carro. E na hora que você começa a pegar o limite, a coisa flui. O piloto e o que carro trabalham juntos”, contou. “E mostrou a evolução da F1 em 60 anos. Eu já tinha pilotado a Mercedes do Fangio, mas nunca tinha andando em um F1 do meio dos anos 60.”
Emerson Fittipaldi, ao lado do Lotus 25 de Jim Clark, em Goodwood
Por outro lado, ele admitiu que a quantidade do botões no volante do modelo atual é algo que chama a atenção. Em sua opinião, a exigência que a F1 impõe ao piloto de conseguir acertar o carro para cada trecho do circuito mudou as características da categoria em relação à sua época.
“O engenheiro ficou meia hora me explicando. Depois, eu disse: ‘Só para você saber, eu não vou mexer em nada. Só quero guiar o carro!’. É realmente difícil para o piloto mudar o diferencial entre uma curva e outra. As dificuldades são diferentes em relação à minha época. É difícil comandar todo aquele volante. Você tem que estar trabalhando em vários canais ao mesmo tempo. Olhando a pista, reflexo, coordenando e mudando as regulagens para cada parte da pista. Isso muda, o carro pode sair de frente, de traseira.”
Mesmo assim, ele ainda acredita o piloto ainda é a principal peça da engrenagem. “Acho que é mais fácil um piloto jovem andar rápido em um carro moderno do que na minha época, mas na hora que larga no GP, quem faz a diferença ainda é o piloto”, concluiu.

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