3 de jan. de 2013

Teste: Novo Audi RS5 tem sabores distintos

 Fotos: Divulgação
Teste: Novo Audi RS5 tem sabores distintos
Audi RS5 2013 passa por facelift e mostra que pode ser apimentado nas pistas e doce na cidade

A divisão de alta performance da Audi é a mais jovem entre as das marcas alemãs. Em 1980, a fabricante começou a se aventurar no segmento, no Campeonato Mundial de Rali, com o modelo Quattro, sua “arma secreta”. Dez anos depois, surge a marca S, com o S2 Coupé. Em 1994 foi a vez da linha RS começar a ser produzida, com o RS2 Avant.
O modelo surgiu de uma proposta onde o objetivo era produzir um carro com características esportivas em relação ao desempenho, mas que pudesse ser usado tanto nas pistas quanto para levar os filhos para o colégio. Já estabelecida no mercado, a “Racing Sport” tornou-se mais abrangente e alcançou outros modelos da fabricante. Até que em 2010 a Audi apresentou o cupê RS5, que passou por um leve facelift para 2013.

O modelo é a versão esportiva do A5, produzido desde 2007, com profundas mudanças com relação à mecânica. Tanto que já começou a deixar em dúvida compradores de modelos Mercedes-Benz AMG e BMW M da mesma faixa de preço e desempenho. Por fora, o Audi RS5 apresenta sutis diferenças diante do A5. É claro que o familiar “rosto” da marca alemã não seria trocado, mas a ampla grade frontal trapezoidal é do tipo colméia e as entradas de ar ficaram um pouco maiores. As laterais ganharam saias para melhorar a aerodinâmica. Já na traseira, as grandes saídas do escapamento indicam o poder do motor. Há ainda um spoiler eletrônico que, quando o carro rompe a barreira dos 120 km/h, levanta automaticamente para “colar” o esportivo no chão.


Para o interior, a Audi apostou em uma mistura entre o tradicional e o moderno. Os recursos mais comuns são analógicos, como o tacômetro, com um ponteiro que pode atingir até nove mil giros. O velocímetro segue o modelo, tendo como marcador mais alto os 320 km, mesmo diante dos 280 km/h de velocidade máxima do RS5. Há ainda os marcadores de temperatura e combustível nos cantos e uma tela de cristal líquido ao centro com informações operacionais do carro. Já no centro do painel, tudo é digital. A interface multimídia – MMI – com ampla tela dá acesso aos sistemas de navegação e entretenimento. Para os bancos e volante a fabricante usou o couro. Em todos os detalhes das portas, consoles e painel há combinações de materiais como plástico, metal e fibra de carbono.

O RS5 custa US$ 68.900 nos Estados Unidos – ao Brasil, chega por R$ 441 mil. O carro é equipado com um potente V8 aspirado de 4.2 litros que entrega expressivos 450 cv e potência na marca das 8.250 rpm e torque de 43,8 kgfm que se alcança aos 4 mil giros. O motor é acoplado a uma transmissão S-Tronic de dupla embreagem com sete velocidades, que aplica a força nos dois eixos com três diferenciais – dianteiro, central e traseiro. Na maior parte do tempo é usada na proporção de 60% na frente e 40% atrás, mas pode ser alterada pelo sistema Audi Drive Select e chegar a até 85% da tração no eixo traseiro. Além disso, as suspensões dianteira e traseira são do tipo multilink e possuem elementos em alumínio para se tornarem mais leves.


Primeiras impressões

Dupla face

Cidade do México/México – O RS5 oferece logo na entrada, com dois grandes bancos na frente, que remetem aos assentos de carros de corrida. Logicamente, toda a esportividade é compensada pelo conforto de quem quer o bólido para o uso cotidiano. No entanto, a melhor parte é o motor, cujo som já avisa do que ele é capaz antes mesmo de partir. Primeiramente, um breve ajuste no sistema Audi Drive Select, que oferece três modos de condução – Comfort, Auto e Dynamic. Como o teste seria em pista, a última opção era quase obrigatória. A seleção deixa suspensão e direção mais rígidas, além de direcionar a maior parte da tração ao eixo traseiro. A transmissão também fica mais dinâmica, permitindo trocas manuais nas borboletas em rotações mais elevadas e sem qualquer intervenção automática. Ao pisar gradualmente no acelerador, o “ronco” do motor transforma-se em um potente grave, digno do poder de um V8. Porém, a partir dos 6 mil giros o som torna-se agudo, como de um Formula 1 dos anos 70.

O desempenho nas retas é perfeito e a aceleração é constante. Ao atacar uma curva a quase 90º o RS5 mostra mais uma virtude. Praticamente não há balanço na carroceria, graças à gestão da suspensão. A retomada do acelerador se dá sem perda de torque e o esportivo parece sempre convidar a desafiá-lo até o limite. Como o condutor é humano, falhas acontecem. Mas em uma fração de segundos o controle de estabilidade corrige e tudo volta ao normal.

Já em condições normais de uso, para o cotidiano, o RS5 mostra sua face dócil. A única preocupação é com os pneus baixos, que são presas fáceis para os buracos cada vez mais frequentes nas cidades. Apesar de não ser o mais novo entre as opções disponíveis, o desempenho do esportivo é o principal convite. O preço, de fato, é alto, mas os benefícios também são. Todos os sistemas tecnológicos adotados pela Audi dão ao RS5 algo que o BMW M3 ou o Mercedes-Benz C63 AMG não oferecem: a chance de até mesmo um motorista inexperiente levá-lo até o limite.
Ficha técnica
 
Audi RS5
 
Motor: Gasolina, dianteiro, longitudinal, 4.163 cm³, oito cilindros em V, com quatro válvulas por cilindro, turbo com duplo comando do cabeçote, injeção direta e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio mecânico automatizado de dupla embreagem com sete velocidades à frente e uma a ré. Tração integral. Oferece controle eletrônico de tração.
Potência máxima: 450 cv a 8.250 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 4,2 segundos.
Velocidade máxima: 280 km/h.
Torque máximo: 43,8 kgfm a quatro mil rpm
Diâmetro e curso:  84,5 mm X 92,8 mm. Taxa de compressão: 12,5:1.
Suspensão: Dianteira e traseira do tipo multi-link com barra estabilizadora.
Pneus: P265/35 R19.
Freios: Discos ventilados na frente e atrás. Oferece ABS.
Carroceria: Cupê em monobloco, com duas portas e quatro lugares. Com 4,64 m de comprimento, 2,02 m de largura, 1,36 m de altura e 2,751 de entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina de série. 
Peso: 1.820 kg.
Capacidade do porta-malas: 455 litros.
Tanque de combustível: 64 litros.
Produção: Ingolstadt, Alemanha.
Lançamento: 2010. Facelift: 2012
Itens de série: Ar-condicionado, vidros elétricos, travas elétricas, bancos e volante com revestimento de couro, acabamento em fibra de carbono nas portas e no painel, cruise control, rádio com controle de volume sensível à velocidade, rádio CD/MP3/SD/USB, sistema de navegação, bancos dianteiros com ajuste elétrico de altura, computador de bordo, direção elétrica, freio de estacionamento eletrônico, sensores de luminosidade, chuva e estacionamento, freios ABS, EBD, EBA, airbag frontais, laterais e de cabeça, regulagem de altura para o volante, retrovisores elétricos, luzes diurnas de LED. 
Preço: R$ 441 mil
 
 




Fonte: Motordream
Disponível no(a): http://motordream.uol.com.br/
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