4 de jan. de 2013

Dez coisas que aprendi na viagem de fim de ano Por - Juliano "Kowalski" Barata

funroad

Se você está lendo este post, é porque sobreviveu ao caos rodoviário do fim de ano. Espero que você tenha curtido e descansado bem, e que não tenha passado por muita encrenca no caminho. Neste reveillon, passei alguns dias em Caraguatatuba (litoral norte de São Paulo).
Como tive pouco tempo para a viagem, tive de traçar algumas estratégias para garantir algum conforto – e que acabaram dando certo. Também fiquei de olho nas estradas e no que os outros motoristas estavam fazendo. E aqui, compartilho o bem-bolado desta experiência.
1) Estude as rotas e não conte com o GPS: não seja um cabeça de vento ao deixar o GPS definir a rota para você, não sem antes consultar qual é mesmo o melhor caminho. Às vezes, ele te manda por rotas mais longas ou pede para que você faça conversões impossíveis. Independentemente disso, em feriados outro fator entra em ação: o fluxo de veículos. A rodovia Ayrton Senna, por exemplo, é a rota mais usada para o litoral norte e para quem trafega de São Paulo para o Rio de Janeiro. Adivinhe como estava o trânsito nela no período do reveillon? Por isso, decidi ir ao litoral norte pela Dutra na ida e na volta – e os jornais acabaram confirmando a minha escolha. Embora seja mais divertida sinuosa e estreita, seu fluxo estava melhor. Outra dica importante: estude a rota em casa, via Google Maps e Street View, por exemplo, e anote (ou fotografe) as principais referências. Na hora H, seu GPS pode perder a conexão.
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2) Tática de despertador de guerrilha: é uma porcaria acordar no meio da madrugada, mas pode valer a pena. Não falo de acordar às cinco da manhã – se for pra fazer, faça direito. Às quatro, já estava caindo na estrada. Com isso, fui naquele que seria o pior dia – sábado de manhã, 30 de dezembro – e não parei em nenhum momento, nem mesmo na descida da serra da Rodovia dos Tamoios. Na volta, fiz a mesma coisa, no dia 2 de janeiro. Em ambas as ocasiões, o movimento nas estradas já era pesado – mas não era nada perto dos monstruosos congestionamentos que vieram junto com os primeiros raios de sol. Só fique esperto com uma coisa: neste horário, você pode dividir pista com gente que decidiu virar a noite ou emendou a balada à viagem. Isso sem falar em caminhoneiros cheios de arrebites. Cuidado triplicado!
3) Manutenção básica: parece incrível, mas ainda há quem não confira se a documentação está em dia, como está a pressão dos pneus, a condição e o nível dos fluidos e a revisão geral (velas, correias etc). Cheque até mesmo o nível do líquido para limpeza do para-brisa – me ajudou muito na volta, quando o carro estava melado de maresia e começou a garoar. Se o seu carro já possui alguns anos de uso, fique de olho no medidor de temperatura de água, especialmente em subidas de serra. Nas descidas, não se esqueça de manter uma marcha reduzida para não superaquecer os freios: com carga máxima, isso pode acontecer em meia dúzia de curvas. Acidentes e quebras são os grandes responsáveis pelos congestionamentos neste período.
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4) Alimentos: no reveillon, uma viagem de uma hora pode virar um parto de 4 horas. Levar algumas bolachas e salgadinhos pode salvar o seu humor de uma crise existencial. Se quiser alguma coisa mais substancial, lembre-se de que precisa ser algo que não fique ruim ou que estrague com muito sol e calor. Um cheeseburguer com maionese é uma boa – só que não.
5) Nada de refrigerantes: pela mesma lógica do tópico acima, dispense a Coca Cola e o guaraná. Quando você vê a latinha gelada na loja de conveniência, parece um compra incrível – exatamente como aquela impressora na promoção ou aquele carro chinês. Não tem jeito: a única coisa que fica razoável em temperatura ambiente é agua, com ou sem gás. Por sorte, só abri minha água na praia.
6) Muita música: lote seu iPod, iPhone, iShit ou o que seja com o máximo possível de músicas. O congestionamento de cinco horas pode ser a deixa ideal pra você ouvir aquele álbum que você baixou e que deixou cozinhando na base do “quando tiver um tempo livre para apreciar, eu ouço!”. É importante também ser democrático: se o carro tem várias pessoas, alterne o DJ da vez e seus respectivos aparelhos. Mas esqueça a democracia se você tem como companhia fãs de Michel Teló e afins.
7) Travesseiros e blusas: bobagem extremamente útil, principalmente se há meninas a bordo. Uma blusa emprestada pode resolver aquela velha briga do ar condicionado. E descansar os braços ou a cabeça sobre um travesseiro é sempre bom, especialmente quando você usa a Tática do Despertador de Guerrilha®.
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8) Proíba pés no painel, no vidro ou em qualquer outro lugar que não seja o chão: por mais confortável que sejam, carros não são a sala de estar de sua casa. Num acidente bobo, um passageiro pode ter lesão grave na coluna se estiver instalado de forma errada no veículo. A forma mais fácil é deixar os pés apoiados no painel (vi muitas mulheres fazendo isso nesta viagem): é exatamente ali, acima do porta-luvas, que o air bag do passageiro explode. O mesmo vale para o cinto de segurança: para que ele funcione e não machuque a coluna, o encosto precisa estar na posição correta e a alça diagonal não pode passar por baixo do braço (como fez o cabaço coreano da imagem acima)!
9) Vá psicologicamente preparado para os outros motoristas:  Topei com dezenas de motoristas a 80 km/h em vias de 110 km/h na faixa da esquerda, outras dezenas ultrapassando pelo acostamento quando a velocidade de fluxo diminuía, caminhões em faixa tripla, carros com faróis apagados, dublês de Velozes e Furiosos costurando e/ou exigindo ultrapassagem ao estilo Nascar (colando no para-choque), duplas de ônibus tirando racha, enfim. Tente não se esquentar com isso. Quanto mais nos emputecemos, mais reduzida fica a nossa percepção espacial e os reflexos. Guarde essa energia pra ser usada no que interessa: chegar ao seu destino e curtir o feriado.
10) Cuidado com as operações subida/descida: infelizmente, não são todos os administradores e agentes de trânsito e rodovias que são bem preparados. Na descida da Rodovia dos Tamoios, por exemplo, topei com a operação descida: uma das faixas da mão oposta foi liberada para o nosso uso em vários trechos. O problema é a forma como isso foi sinalizado. No meio de algumas curvas, os cones estavam tão espaçados que davam a entender que eu estava na contra-mão. Para piorar, os alargamentos desapareciam em distâncias muito curtas e quase sempre em saídas de curva, que são pontos cegos. O certo seria o estreitamento ocorrer alguns metros depois e de forma mais progressiva.
E vocês? Alguma dica para compartilhar com a galera? Participem!

Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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