23 de nov. de 2012

Volta rápida: Honda CB 1000R – Acelerando a moto do ano


Quais os fatores que levam uma moto a ser eleita a melhor do ano? Pois para 2013 a rainha, segundo a revista Duas Rodas, é a CB 1000R, basicamente uma versão ainda mais brava da venerada CB 600F Hornet. Com motorzão quatro cilindros de 998,3 cm3, essa big naked une desempenho agressivo com a facilidade de pilotagem de uma street. Foi o que descobrimos durante um passeio promovido pela Honda nos arredores da Praia do Forte, na Bahia.

O que é?

Com toda a linha Honda acima de 600 cilindradas disponível para o rolê (além da CBR 250R), minha primeira escolhida foi a CB 600F Hornet, para matar a curiosidade. Digo isso porque infelizmente andar com uma dessas em São Paulo se tornou quase impraticável devido ao elevado número de furtos. Mas, lá na Bahia, e em comboio, as coisas pareciam bem mais tranquilas. De cara, o que mais se destacou para mim foi o fato de a Hornet aceitar bem quem está acostumado a motos menores e mais fracas. Apesar dos 102 cv gerados pelo bloco quatro cilindros, ela tem entrega linear de força e roda na boa mesmo em baixa rotação. Na estrada, porém, achei a moto um tanto “irritada”, mesmo andando na boa, como se o motor ficasse pedindo para você “enrolar o cabo” o tempo todo.

Passei então à CB 1000R. É a tocada leve da Hornet, com o ronco bravo e funcionamento “liso” do quatro cilindros, mas com ainda mais disposição para acelerar: são 125 cv de potência a 10.000 rpm com nada menos que 10,1 kgfm de torque a 7.750 rpm – mais torque que um caro 1.0! E tudo isso para impulsionar uma moto de apenas 204 kg (208 kg na versão com ABS), peso conseguido graças à estrutura de alumínio. O motorzão de quatro cilindros e 16 válvulas, injetado, é basicamente o mesmo que equipa a superesportiva CBR 1000RR Fireblade.

A principal diferença da CB 1000R para a Fireblade reside no conforto. A naked tem a posição de pilotagem mais ereta, além de suas dimensões reduzidas a tornarem bastante maleável – dá até para usá-la no dia a dia. Claro que a ausência de uma “bolha” significa que você vai tomar todo o vento no peito em altas velocidades, mas aí é uma característica desse tipo de moto. O assento estreito facilita a acomodação, enquanto a altura de 825 mm ajuda até os mais baixos a apoiarem os pés no chão com segurança. A suspensão ajustável, embora firme, não chega a ser dura. O conjunto é formado por um garfo telescópico invertido na dianteira (curso de 120 mm) e mono-shock na traseira, com balança em monobraço (curso de 128 mm). Já o tanque de 17 litros proporciona boa autonomia mesmo em viagens.
Outro destaque é o sistema de ABS combinado, em que a força de frenagem é distribuída entre as rodas dianteira e traseira. Com isso, a moto se mantém mais equilibrada nas “alicatadas” de emergência. Mas vale lembrar que o recurso é opcional – muito indicado num modelo desse naipe, por sinal. Os discos têm 310 mm na frente e 256 mm atrás.

Em termos visuais, a CB 1000 lembra muito a Hornet, mas com o diferencial da luz de posição em LEDs redondinha abaixo do farol, que faz lembrar o personagem “homem de ferro”. Já o desenho da roda traseira lembra muito uma estrela ninja, enquanto a rabeta estreita e elevada não parece ser muito amigável ao garupa. O painel, todo digital, é divido em três partes, sendo que a do meio é preenchida exclusivamente pelo conta-giros – o instrumento mais importante quando se tem à disposição um motor que supera as 12 mil rpm!

Como anda?

Por mais que você tenha acabado de andar na Hornet, e esteja mentalmente preparado para assumir uma “mil”, o fôlego dessa CB é surpreendente. No começo do passeio, nem tive dúvidas: joguei marcha alta (são seis) logo em baixa velocidade para que a reposta do motor fosse menos brusca, enquanto eu pegava o jeito da moto. Ela aceitou andar devagar na boa, e mesmo assim deu para brincar: a 2 mil rpm, em sexta, basta girar o punho direito para que o motor “encha” e o velocímetro exiba números proibitivos rapidamente.

Passado o curto período de adaptação – como na Hornet, a CB1000 é até amigável –, comecei a deixar o grupo se distanciar só para dar umas estilingadas. Amigo, o que é isso? Se você não segurar firme no guidão, parece que os 125 cv querem te jogar da moto! Olha, já tive o prazer de pilotar máquinas de quatro rodas como Ferrari 458 Italia, Audi R8 GT e Mercedes SLS, e posso dizer que a sensação de ser lançado para trás a cada acelerada é parecida. No mundo real, de ruas e estradas abertas, nenhum ser humano com todos os parafusos na cabeça precisa de mais desempenho que isso.

E não é só pulmão para acelerar. A CB conquista pelo manejo leve, câmbio preciso, excelente manobrabilidade e a firmeza do chassi, que proporcionam uma ciclística bastante apurada. Junte isso à suspensão com acerto esportivo e temos uma moto devoradora de curvas. Não que a gente tenha feito isso no passeio (nem era essa a intenção), mas é a impressão que ela deixa. As rodas aro 17 trazem pneus 120/70 na dianteira e 180/55 na traseira. Equipada com o C-ABS, a moto também mostrou ótima capacidade de frenagem.

Quanto custa?

Dado o refinamento técnico e a performance brutal, até que a CB 1000R tem preço competitivo: R$ 37.800 na versão Standard e R$ 40.800 no modelo com C-ABS – valor cerca de R$ 5 mil acima da Hornet. Fabricada em Manaus (AM) num ritmo de 120 unidades/mês, a “CBzona” oferece garantia de um ano. Após o test-ride, ficou fácil entender porque essa essa street fighter foi escolhida a moto do ano.


Por Daniel Messeder, de Praia do Forte (BA)
Viagem a convite da Honda


































Fonte: Carplace
Disponível no(a): http://carplace.virgula.uol.com.br
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