7 de jun. de 2012

Fórmula 1-o que você precisa saber sobre o GP do Canadá

Características do circuito de Montreal tendem a propiciar corrida imprevisível e movimentada

Circuito de Montreal, no Canadá (Glenn Dunbar/LAT Photographic)
 
Em uma temporada já repleta de surpresas, a F1 tem todos os ingredientes na mesa para mais uma corrida marcada pela imprevisibilidade neste fim de semana. O circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, receberá, pela 33ª vez, o GP do Canadá, a sétima etapa do campeonato, sem que esteja clara a relação de forças entre equipes e pilotos. Além haver a possibilidade da consagração de um sétimo vencedor diferente, a prova tende a ser atribulada, tendo em vista o que aconteceu nas últimas corridas realizadas naquela pista.

Os pneus também serão um fator chave, já que, pela primeira vez no ano, a durabilidade dos dois compostos mais macios da Pirelli será de fato posta à prova, em um circuito de natureza mais desgastante do que o de Mônaco, que recebeu a última etapa. Contudo, é bom ficar de olho no tempo, já que a chuva pode bagunçar todas as estratégias e tornar a prova um jogo de xadrez, como aconteceu em 2011.

Características do circuito


O circuito Gilles Villeneuve, de 4,361 km de extensão, tem os principais elementos que desafiam a atenção e a cautela dos pilotos. As longas retas, nas quais os carros beiram os 325 km/h, são sucedidas de curvas apertadas e sinuosas, o que atenua a exigência nos freios. Além disso, a pista é rodeada de perto por muros, o que faz com que qualquer deslize possa ser fatal – principalmente se o piloto abusar no ataque às altas zebras. Como é pouco utilizada ao longo do ano, a pista vê sua aderência mudar drasticamente durante o fim de semana, o que também representa um desafio a mais na escolha do acerto do carro. Ultrapassagens também são abundantes no local, em especial na zona de uso da asa móvel, na reta após o hairpin.

Pontos críticos

Curva 14/ Muro dos Campeões: fazendo jus ao seu nome, o ponto ao redor da última curva do circuito de Montreal já fez várias vítimas célebres nos últimos anos. Para se ter uma ideia, apenas na edição de 1999, três campeões mundiais viram suas corridas acabarem após bater no local: Damon Hill, Michael Schumacher e Jacques Villeneuve. Até mesmo Sebastian Vettel destruiu seu carro na curva nos treinos livres da edição de 2011. A alta zebra da curva, que normalmente “arremessa” os carros em direção ao muro, é um ponto que desperta cautela dos pilotos.
Curva 10 (Épingle): a fechada curva que antecede a maior reta do circuito é um dos pontos onde ultrapassagens são mais vistas no Canadá. Também é importante uma alta velocidade na saída do trecho, exigindo maior perícia dos pilotos, já que a aceleração é feita com o volante levemevemente virado.

Pneus

Pela segunda prova consecutiva, a Pirelli levará os compostos supermacio e macio. No entanto, ao contrário do visto em Mônaco, a pista de Montreal exige muito mais da borracha. Devido às altas velocidades nas retas, os carros contam com baixa pressão aerodinâmica, o que acaba por exigir aderência mecânica nas curvas - o que, consequentemente, transfere mais energia aos pneus. Além disso, pelo fato de a superfície da pista ter baixa aderência, há uma tendência de os carros escorregarem, o que aumente ainda mais o desgaste da borracha. Assim, é improvável que se repita o cenário de Mônaco, onde os principais pilotos fizeram apenas um pitstop.
“Os pneus escolhidos devem dar mais mostras de suas características naturais do que aconteceu em Mônaco, onde os pilotos atingem baixas velocidades médias e não exigem tanto do pneu. Em Montreal, não devemos ver os pilotos completarem tantas voltas com o pneu supermacio durante a corrida”, afirmou Paul Hembery, diretor esportivo da Pirelli.

Previsão do tempo

Sexta-feira: tempestades (mín: 14º C; máx: 23 C)
Sábado: pancadas de chuva (mín: 16º C; máx: 22º C)
Domingo: céu nublado (mín: 15º C; máx: 24º C)

Fique de olho

No que depender do retrospecto, Lewis Hamilton tem uma boa oportunidade de vencer sua primeira corrida em 2012 no próximo domingo. Foi no local que o inglês triunfou pela primeira vez na categoria, em 2007, além de ter demonstrado um forte ritmo no ano seguinte, quando marcou a pole position. Voltou a vencer em 2010, liderando a dobradinha da McLaren – a equipe de Woking, aliás, subiu ao topo do pódio em quatro das últimas seis corridas na pista, o que a coloca em posição de destaque neste fim de semana.
Mas o recordista absoluto de vitórias em Montreal é Michael Schumacher, que venceu em sete oportunidades (1994, 1997, 1998, 2000, 2002, 2003 e 2004). Caso a Mercedes mantenha a boa forma apresentada em Mônaco, onde o próprio alemão foi o mais rápido no treino classificatório, seu nome não deve ser descartado entre os candidatos à vitória.
Em contrapartida, a Ferrari, a líder do campeonato de pilotos, tem muito a provar no Canadá. Em um traçado que exige alta velocidade final e boa tração, itens que são reconhecidamente os pontos fracos do F2012, Fernando Alonso terá de suar muito para manter a ponta na tabela.

Retrospecto brasileiro

O hino do Brasil já tocou em seis oportunidades em pistas canadenses: uma com Emerson Fittipaldi (1974), três com Nelson Piquet (1982, 1984 e 1991) e duas com Ayrton Senna (1988, 1990). Entre os brasileiros que atualmente compõem o grid, Felipe Massa conquistou, como melhor resultado, um quarto lugar em 2005, quando ainda corria de Sauber. Já Bruno Senna abandonou em sua única participação, em 2010, pela HRT.

Ficou para a história

A última vez que um piloto brasileiro triunfou no GP do Canadá acabou por entrar para os grandes momentos da categoria nos anos 1990. Com a Williams em ótima forma, Nigel Mansell liderou a prova desde a largada, quando ultrapassou o pole position, Riccardo Patrese. No entanto, na última volta da corrida, a poucos metros para a bandeirada, o inglês abandonou a prova de maneira inusitada, dando a vitória ao seu antigo rival, Nelson Piquet, que vencia pela última vez na categoria. Para os canadenses, o momento de destaque foi em 1978, quando o herói local Gilles Villeneuve se sagrou vencedor pela primeira vez na F1.
Veja as expectativas dos pilotos para o GP do Canadá
Relembre as edições anteriores:
2011
2010
2009: não houve corrida
2008

Programação*

Sexta-feira:
11h00 – 12h30: Primeiro treino livre (SporTV 2)
15h00 – 16h30: Segundo treino livre (SporTV 2; reprise às 21h30 no SporTV 3)
Sábado:
11h00 – 12h00: Terceiro treino livre (SporTV 2)
14h00 – 15h00: Treino classificatório (Rede Globo)
Domingo:
15h00: Corrida – 70 voltas (Rede Globo)
Fonte: tazio
Disponível no(a):http://tazio.uol.com.br
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