Piloto mostra satisfação com renovação com a Pirelli, mas reitera desejo em voltar a competir

Lucas di Grassi destacou a importância de sua renovação com a Pirelli para ser piloto de testes dos pneus utilizados pela F1.
O brasileiro, que disputou o Mundial de 2010 pela Virgin [hoje Marussia], continuará pelo segundo ano consecutivo como responsável pelo desenvolvimento dos compostos da categoria.
Neste ano, seu principal objetivo será trabalhar na borracha que será utilizada em 2013. Suas tarefas, que também incluirão a avaliação dos compostos da GP2 e testes no simulador, serão divididas com o espanhol Jaime Alguersuari, que, depois de perder sua vaga na Toro Rosso, assinou com a empresa italiana.
Di Grassi mostrou satisfação por assegurar uma vaga cobiçada por outros pilotos – e que, além disso, lhe permite manter contato com o equipamento da F1.
“Este é um nível que é pior do que correr, mas é melhor do que a vaga de piloto de teste de uma equipe, já que não há testes”, ponderou o piloto, em entrevista ao Tazio Autosport. “Isso acontece por dois motivos: primeiro, porque você anda muito em um carro de F1, e, segundo, porque já há o conhecimento dos pneus do ano que vem. Isso também dá uma vantagem para o ano seguinte.”
“Este trabalho com a Pirelli é o melhor possível para ficar perto da F1, que é o objetivo final. Analisando o lado técnico, estou na melhor posição possível.”
O principal objetivo de Di Grassi para 2012 era conciliar os testes com a participação no Mundial de Endurance pela equipe oficial da Peugeot. Com a desistência repentina da marca francesa, ficou apenas com o trabalho na Pirelli, sendo que, para 2013, sua missão será disputar o título em alguma categoria de ponta. Para isso, o piloto não descarta um possível retorno ao Brasil, através da Stock Car.
Confira a entrevista completa com Lucas di Grassi, piloto de testes da Pirelli na F1:
O que representa para você renovar com a Pirelli, já que era uma vaga cobiçada por outros pilotos?
Posso citar vários pilotos que estavam cobiçando esta vaga: o [Adrian] Sutil, o [Jarno] Trulli, o próprio Alguersuari. Este é um nível que é pior do que correr, mas é melhor do que a vaga de piloto de teste de uma equipe, já que não há testes. E isso acontece por dois motivos: primeiro, porque você anda muito em um carro de F1. No ano passado, por exemplo, eu completei mais de 10 mil km de testes.
E, segundo, porque já há o conhecimento dos pneus do ano que vem, antes mesmo dos pilotos de corrida. Além de isso deixar em forma caso haja uma oportunidade ainda em 2012, também dá uma vantagem para o ano seguinte.
Qual é a sua importância no desenvolvimento dos pneus da F1 de 2013?
Os pneus deste ano [2012] foram todos desenvolvidos por mim no ano passado. Para 2013, será a mesma função. Os pneus serão melhorados, haverá uma evolução, e, a partir disso, serão escolhidos os quatro compostos a serem utilizados para o ano seguinte. Mas a F1 nunca sabe o que vai fazer – se vai usar pneu de classificação, se não vai... As regras mudam muito rapidamente, então é preciso estar preparado para prestar serviço da melhor forma possível.
No seu caso, continuar o trabalho com a Pirelli era sua total prioridade para 2012?
A minha ideia para este ano era fazer dois trabalhos distintos – continuar pilotando um F1 no desenvolvimento de pneus para a Pirelli e correr no Mundial de Endurance pela Peugeot. Os dois estavam muito bem alinhados, mas meu trabalho com a Peugeot não foi para frente pelo fato de a montadora ter desistido do campeonato de última hora.
Eu gostaria de disputar o título em alguma categoria de ponta, mas, como essa opção não existe mais, este trabalho com a Pirelli é o melhor possível para ficar perto da F1, que é o objetivo final.
É lógico que, como todos sabem, a F1 é totalmente dependente de patrocinador. É mais dependente do lado comercial do que do lado técnico. Mas, analisando o lado técnico, estou na melhor posição possível.
Depois da desistência da Peugeot, você tinha uma alternativa? Chegou a negociar com outra categoria?
Cheguei a conversar, sim. Tive vários convites – de Stock Car no Brasil, de outras categorias, inclusive do próprio Mundial de Endurance. Mas não foram convites de equipes que fossem boas o suficiente para disputar o título. O meu objetivo no automobilismo sempre foi disputar títulos, e, por esse motivo, acabei por não aceitar nenhuma outra proposta de trabalho. Prefiro continuar somente no trabalho com a Pirelli do que dividir isso com outra categoria que não me desse a chance de lutar pelo campeonato.
Como a decisão da Peugeot foi de última hora, foi complicado não só para mim, mas também para todos os nove pilotos da Peugeot. E são pilotos de alto nível, como Marc Gené e Anthony Davidson. Além de perder a vaga, eu iria disputar as vagas remanescentes [no Mundial de Endurance] com outros oito pilotos de alto nível.
Mas, para o ano que vem, é outra história. Minha cabeça está bem aberta caso apareça uma boa oportunidade na Indy, DTM, Mundial de Endurance ou Stock Car. Se for algo que realmente me dê oportunidade de disputar o título, estou aberto a aceitar o desafio.
Até que ponto você está disposto a insistir em sua vontade de retornar à F1 em detrimento a outras categorias? Por exemplo, se te aparecesse uma boa vaga na Indy que te obrigasse a deixar o trabalho da Pirelli, o que você faria?
Não dá para te responder com certeza. É uma decisão que leva muito em conta a oportunidade que eu vou ter. Então, eu precisaria saber exatamente como seria o contrato, a parte comercial, a parte estratégica. É uma decisão de médio a longo prazo, e, por isso, há o desejo em escolher uma equipe boa. Se eu mudar meu foco da F1 para outra categoria, tem de ser para vencer, não para ficar no meio do pelotão. Então, vai depender da ocasião.
Na F1, chegou a aparecer para você uma oportunidade para 2012?
Tive duas propostas concretas no final de 2011 para correr de F1 neste ano, mas que dependiam de acordo de patrocinadores.
Você pode dizer quais foram as equipes?
Não vou revelar porque não foram concretizadas, mas posso dizer que não era Virgin [hoje Marussia] nem HRT. Também não eram equipes grandes, mas sim do meio do pelotão.
E quais são suas impressões sobre o carro que será utilizado pela Pirelli nos testes?
A Pirelli abandonou o Toyota TF109 e passará a usar o Renault R30 [de 2010], que é um carro muito bem desenvolvido, de ponta, que fez pódio. Com ele, teremos condições totais de testar o pneu da melhor forma possível, então é mais do que suficiente para fazer este trabalho, até mesmo melhor do que no ano passado. Aquele carro é tão ou mais rápido quanto o atual, mas, no geral, é bem igual.
Ter o Alguersuari ao seu lado vai mudar algo na sua rotina na Pirelli?
Neste ano, teremos mais trabalho para fazer do que no ano passado. Serão mais testes, com carros diferentes – inclusive com carro de GP2, além de trabalho no simulador. Também iremos às corridas, já que, em 2011, não fui a todas. É um trabalho que preenche a agenda. Com dois pilotos, pode-se dividir melhor o trabalho e ter duas opiniões diferentes. Foi uma decisão da Pirelli a qual não sou contra nem a favor.
E como será este trabalho no simulador?
Não posso revelar muitos detalhes agora. Mas o desenvolvimento do pneu no simulador é igual ao desenvolvimento de qualquer coisa no simulador. A parte importante não é o gráfico, mas sim a modelagem matemática. Qualquer jogo de vídeo-game, qualquer simulador avançado pode fazer isso. E o pneu é a coisa mais complexa a se modelar no simulador – é uma das maiores dificuldades, desde a situação de calor, deformação com velocidade e pressão aerodinâmica... É muito, muito complexo, muito difícil de trabalhar. Então, por isso, será feito um trabalho intenso para conseguir modelar este pneu matematicamente.
Este é um simulador próprio da Pirelli? Ou será utilizada uma estrutura de outra equipe?
Não tenho muita informação ainda. Isso foi anunciado recentemente, então não sei como isso vai funcionar, quantas sessões irei fazer. Mas, pelo que fiquei sabendo, será bastante corrido [para os pilotos].
Que avaliação você faz dos pneus de 2012 com base no que foi visto nas duas primeiras corridas do ano?
O pneu melhorou, evoluiu. Algumas peculiaridades foram resolvidas. Mas, por conta da metodologia de trabalho, a Pirelli insistiu em um pneu difícil de ser trabalhado para os pilotos, que precisam cuidar durante a prova pelo desgaste, criado propositalmente pela Pirelli para gerar mais alternativas – mais pitstops, mais ultrapassagens e assim por diante.
Mas estou contente. O que estamos vendo neste ano é fruto do trabalho que fizemos em 2011 com os pneus. As equipes intermediárias estão muito mais próximas à ponta do que no ano passado. Isso é uma combinação das novas regras da F1 com os pneus novos.
O brasileiro, que disputou o Mundial de 2010 pela Virgin [hoje Marussia], continuará pelo segundo ano consecutivo como responsável pelo desenvolvimento dos compostos da categoria.
Neste ano, seu principal objetivo será trabalhar na borracha que será utilizada em 2013. Suas tarefas, que também incluirão a avaliação dos compostos da GP2 e testes no simulador, serão divididas com o espanhol Jaime Alguersuari, que, depois de perder sua vaga na Toro Rosso, assinou com a empresa italiana.
Di Grassi mostrou satisfação por assegurar uma vaga cobiçada por outros pilotos – e que, além disso, lhe permite manter contato com o equipamento da F1.
“Este é um nível que é pior do que correr, mas é melhor do que a vaga de piloto de teste de uma equipe, já que não há testes”, ponderou o piloto, em entrevista ao Tazio Autosport. “Isso acontece por dois motivos: primeiro, porque você anda muito em um carro de F1, e, segundo, porque já há o conhecimento dos pneus do ano que vem. Isso também dá uma vantagem para o ano seguinte.”
“Este trabalho com a Pirelli é o melhor possível para ficar perto da F1, que é o objetivo final. Analisando o lado técnico, estou na melhor posição possível.”
O principal objetivo de Di Grassi para 2012 era conciliar os testes com a participação no Mundial de Endurance pela equipe oficial da Peugeot. Com a desistência repentina da marca francesa, ficou apenas com o trabalho na Pirelli, sendo que, para 2013, sua missão será disputar o título em alguma categoria de ponta. Para isso, o piloto não descarta um possível retorno ao Brasil, através da Stock Car.
Confira a entrevista completa com Lucas di Grassi, piloto de testes da Pirelli na F1:
O que representa para você renovar com a Pirelli, já que era uma vaga cobiçada por outros pilotos?
Posso citar vários pilotos que estavam cobiçando esta vaga: o [Adrian] Sutil, o [Jarno] Trulli, o próprio Alguersuari. Este é um nível que é pior do que correr, mas é melhor do que a vaga de piloto de teste de uma equipe, já que não há testes. E isso acontece por dois motivos: primeiro, porque você anda muito em um carro de F1. No ano passado, por exemplo, eu completei mais de 10 mil km de testes.
E, segundo, porque já há o conhecimento dos pneus do ano que vem, antes mesmo dos pilotos de corrida. Além de isso deixar em forma caso haja uma oportunidade ainda em 2012, também dá uma vantagem para o ano seguinte.
Qual é a sua importância no desenvolvimento dos pneus da F1 de 2013?
Os pneus deste ano [2012] foram todos desenvolvidos por mim no ano passado. Para 2013, será a mesma função. Os pneus serão melhorados, haverá uma evolução, e, a partir disso, serão escolhidos os quatro compostos a serem utilizados para o ano seguinte. Mas a F1 nunca sabe o que vai fazer – se vai usar pneu de classificação, se não vai... As regras mudam muito rapidamente, então é preciso estar preparado para prestar serviço da melhor forma possível.
No seu caso, continuar o trabalho com a Pirelli era sua total prioridade para 2012?
A minha ideia para este ano era fazer dois trabalhos distintos – continuar pilotando um F1 no desenvolvimento de pneus para a Pirelli e correr no Mundial de Endurance pela Peugeot. Os dois estavam muito bem alinhados, mas meu trabalho com a Peugeot não foi para frente pelo fato de a montadora ter desistido do campeonato de última hora.
Eu gostaria de disputar o título em alguma categoria de ponta, mas, como essa opção não existe mais, este trabalho com a Pirelli é o melhor possível para ficar perto da F1, que é o objetivo final.
É lógico que, como todos sabem, a F1 é totalmente dependente de patrocinador. É mais dependente do lado comercial do que do lado técnico. Mas, analisando o lado técnico, estou na melhor posição possível.
Depois da desistência da Peugeot, você tinha uma alternativa? Chegou a negociar com outra categoria?
Cheguei a conversar, sim. Tive vários convites – de Stock Car no Brasil, de outras categorias, inclusive do próprio Mundial de Endurance. Mas não foram convites de equipes que fossem boas o suficiente para disputar o título. O meu objetivo no automobilismo sempre foi disputar títulos, e, por esse motivo, acabei por não aceitar nenhuma outra proposta de trabalho. Prefiro continuar somente no trabalho com a Pirelli do que dividir isso com outra categoria que não me desse a chance de lutar pelo campeonato.
Como a decisão da Peugeot foi de última hora, foi complicado não só para mim, mas também para todos os nove pilotos da Peugeot. E são pilotos de alto nível, como Marc Gené e Anthony Davidson. Além de perder a vaga, eu iria disputar as vagas remanescentes [no Mundial de Endurance] com outros oito pilotos de alto nível.
Mas, para o ano que vem, é outra história. Minha cabeça está bem aberta caso apareça uma boa oportunidade na Indy, DTM, Mundial de Endurance ou Stock Car. Se for algo que realmente me dê oportunidade de disputar o título, estou aberto a aceitar o desafio.
Até que ponto você está disposto a insistir em sua vontade de retornar à F1 em detrimento a outras categorias? Por exemplo, se te aparecesse uma boa vaga na Indy que te obrigasse a deixar o trabalho da Pirelli, o que você faria?
Não dá para te responder com certeza. É uma decisão que leva muito em conta a oportunidade que eu vou ter. Então, eu precisaria saber exatamente como seria o contrato, a parte comercial, a parte estratégica. É uma decisão de médio a longo prazo, e, por isso, há o desejo em escolher uma equipe boa. Se eu mudar meu foco da F1 para outra categoria, tem de ser para vencer, não para ficar no meio do pelotão. Então, vai depender da ocasião.
Na F1, chegou a aparecer para você uma oportunidade para 2012?
Tive duas propostas concretas no final de 2011 para correr de F1 neste ano, mas que dependiam de acordo de patrocinadores.
Você pode dizer quais foram as equipes?
Não vou revelar porque não foram concretizadas, mas posso dizer que não era Virgin [hoje Marussia] nem HRT. Também não eram equipes grandes, mas sim do meio do pelotão.
E quais são suas impressões sobre o carro que será utilizado pela Pirelli nos testes?
A Pirelli abandonou o Toyota TF109 e passará a usar o Renault R30 [de 2010], que é um carro muito bem desenvolvido, de ponta, que fez pódio. Com ele, teremos condições totais de testar o pneu da melhor forma possível, então é mais do que suficiente para fazer este trabalho, até mesmo melhor do que no ano passado. Aquele carro é tão ou mais rápido quanto o atual, mas, no geral, é bem igual.
Ter o Alguersuari ao seu lado vai mudar algo na sua rotina na Pirelli?
Neste ano, teremos mais trabalho para fazer do que no ano passado. Serão mais testes, com carros diferentes – inclusive com carro de GP2, além de trabalho no simulador. Também iremos às corridas, já que, em 2011, não fui a todas. É um trabalho que preenche a agenda. Com dois pilotos, pode-se dividir melhor o trabalho e ter duas opiniões diferentes. Foi uma decisão da Pirelli a qual não sou contra nem a favor.
E como será este trabalho no simulador?
Não posso revelar muitos detalhes agora. Mas o desenvolvimento do pneu no simulador é igual ao desenvolvimento de qualquer coisa no simulador. A parte importante não é o gráfico, mas sim a modelagem matemática. Qualquer jogo de vídeo-game, qualquer simulador avançado pode fazer isso. E o pneu é a coisa mais complexa a se modelar no simulador – é uma das maiores dificuldades, desde a situação de calor, deformação com velocidade e pressão aerodinâmica... É muito, muito complexo, muito difícil de trabalhar. Então, por isso, será feito um trabalho intenso para conseguir modelar este pneu matematicamente.
Este é um simulador próprio da Pirelli? Ou será utilizada uma estrutura de outra equipe?
Não tenho muita informação ainda. Isso foi anunciado recentemente, então não sei como isso vai funcionar, quantas sessões irei fazer. Mas, pelo que fiquei sabendo, será bastante corrido [para os pilotos].
Que avaliação você faz dos pneus de 2012 com base no que foi visto nas duas primeiras corridas do ano?
O pneu melhorou, evoluiu. Algumas peculiaridades foram resolvidas. Mas, por conta da metodologia de trabalho, a Pirelli insistiu em um pneu difícil de ser trabalhado para os pilotos, que precisam cuidar durante a prova pelo desgaste, criado propositalmente pela Pirelli para gerar mais alternativas – mais pitstops, mais ultrapassagens e assim por diante.
Mas estou contente. O que estamos vendo neste ano é fruto do trabalho que fizemos em 2011 com os pneus. As equipes intermediárias estão muito mais próximas à ponta do que no ano passado. Isso é uma combinação das novas regras da F1 com os pneus novos.
Fonte: tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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