19 de out. de 2011
Audi TT RS 2012: impressões na pista
O novo Audi TT RS 2012 tem muito do que se gabar: potência fora do comum, estabilidade impressionante e um interior luxuoso. É até exclusivamente manual em alguns mercados. Mas será que o TT RS faz jus à fama do cinco cilindros turbo da Audi? E será mesmo que ele existe?
Confira.
No último ano surgiu uma nova categoria automotiva: o superesportivo que nem parece tão super assim. Quero dizer, um cupê muito divertido de guiar com visual discreto, mais de 300 cavalos, transmissão manual e preço nem tão exótico assim. Me refiro, especificamente, ao BMW 1M, Porsche Cayman R e agora o Audi TT RS.
Não que o preço desses carros seja tão importante, já que ninguém deve ter visto um. Os fabricantes os produziram em uma quantidade tão minúscula que apenas funcionários de concessionárias com sangue nos olhos e uma conta no YouTube devem ter andado neles, e já devem ter transformado a transmissão em uma nuvem de fumaça.
Fora a raridade, estes carros possuem uma característica em comum. Cada um deles é fantástico de se pilotar. Isso, combinado com uma insinuação de que é quase possível tê-los, os tornam ainda mais atraentes para muitos fãs de carros do que os supercarros tradicionais. Tanto que são uma espécie de pornô amador do mundo automotivo.
Construído sobre o TT atual, a divisão Quattro da empresa transformou a plataforma A da Volkswagen (compartilhada com os compactos do grupo, como o A3, o Golf Mk 6 e o Eos) em um esportivo incrivelmente capaz.
Perto de seus colegas, o TT RS é o que mais se parece com uma ferramenta de uso industrial com uma missão. Duas missões, na verdade: destruir a inércia e se agarrar ao asfalto em altíssimas velocidades. Mas isso não significa que o TT RS não seja divertido nas ruas ou nas pistas. Muito pelo contrário.
Em primeiro lugar, ele tem um cinco cilindros em linha parrudo, gutural e turbinado. O pessoal da Quattro o construiu do zero, depois de perceber que os motores existentes da Audi não estavam à altura da sigla RS. Só de pensar que ele compartilha o mesmo layout de carros clássicos da Audi e versões especiais de homologação como o Sport Quattro de 1984 – cujo cinco cilindros de 306 cavalos produzia o equivalente a 145 cavalos por litro, semelhante ao do TT RS – deve importar e muito para qualquer um que viu um Grupo B levantar poeira em estágios de rali.
É um conjunto e tanto. Você pisa fundo no acelerador, há um leve atraso enquanto os diferentes elementos de força e respiro se entendem, e pouco depois dos 1.600 rpm o carro arranca feito o Papa-léguas. Uma vez em movimento, o torque chega de forma consistente, até o pico de 5.400 rpm. Nada muito impressionante no papel, mas se você estiver procurando outra ligação com a história da Audi no automobilismo, a característica grave do som não é muito distante do produzido pelos esporte-protótipos a diesel da marca na Le Mans Series.
Nas sinuosas estradas vicinais ao redor de Litchfield, Connecticut – onde é tão comum ver um clássico Jaguar XKE quanto um SUV novinho – a combinação de torque sempre ao alcance com o rodar confortável do TT RS é muito bem vinda, ainda mais com o controle automático dos amortecedores magnetoreológicos. E por bem vinda eu me refiro a expulsar as folhas da pista a uma velocidade que o calor, e o bom senso, não recomendariam.
E assim, quando chego à Wilzig Racing Manor, com seu asfalto impecável e curvas exigentes – incluindo uma longa curva inclinada – trago boas expectativas. O motivo para isso é o botão Sport localizado no meio do console, que deixa os amortecedores mais firmes, ajusta o mapeamento do motor e produz o som de uma fera em fúria. Os amortecedores inteligentes chegam a ser obrigatórios, considerando que o TT RS pesa 1.500 quilos, 200 quilos a mais que o Cayman R manual. Os amortecedores mantêm toda essa massa sob controle, ainda que a distribuição de peso lembre o motorista de ficar atento à velocidade durante as curvas.
O TT RS não é um carro para entrar de cabeça em uma curva de 180 graus e corrigir a trajetória depois; é algo no qual você planeja sua velocidade de entrada com cuidado e procura o ápice da curva com atenção (algo facilitado pelo traçado da pista), para se deslocar de forma precisa, ao invés de provocar uma rebelião nos pneus dianteiros e ir parar na grama. A boa notícia é que, se você acertar o trajeto vai poder acelerar fundo imediatamente, e chegar à próxima curva mais rápido do que conseguiria falar “Filho da mãe, isso aqui é o quintal de um cara”.
É verdade, o TT RS é impressionantemente rápido, se agarra feito louco ao asfalto, mas controlar seu peso exige uma mente calculista. Assim, é o esportivo perfeito para viciados em estratagemas, porque seu potencial – e no final das contas, seu prazer – pode ser maximizado com o uso da energia intelectual ao invés da boa e velha intuição e contraesterço. Em poucas palavras, é um carro muito rápido (a Audi afirma que ele faz de 0 a 96 km/h em 4,1 segundos) que deve agradar em cheio a um público “mais cabeça”.
Visualmente, você pode distinguir o RS por sua asa traseira fixa (que o comprador pode remover) que não chega a fornecer um downforce considerável, rodas 19 pol e uma frente nova com tomadas de ar maiores. A Audi informou que produzirá o TT RS em número suficiente para dois anos, mas o primeiro lote já se esgotou em alguns mercados.
Fonte: jalopnik.
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br
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