Medida foi motivada pela queda de produtividade de 5,7% na safra deste ano, o que ocasionou escassez de etanol nos postos de combustível
O governo federal irá reduzir de 25% para 20% o teor máximo de etanol na gasolina comercializada nos postos brasileiros. A medida entrará em vigor a partir do dia 1º de outubro e valerá por tempo indeterminado. A decisão foi motivada para contornar a escassez de etanol e a alta dos preços do combustível produzido a partir da cana-de-açúcar – que acaba, consequentemente, elevando o preço da gasolina.
O limite mínimo continua na faixa de 18% de etanol misturado na gasolina, mas a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não recomenda esta proporção, que ainda não foi testada no mercado. A safra de cana-de-açúcar do período 2011/2012 deve fechar em 589 milhões de toneladas, enquanto a colheita de 2010/2011 produziu 625 milhões de toneladas da planta. O governo federal irá reduzir de 25% para 20% o teor máximo de etanol na gasolina comercializada nos postos brasileiros. A medida entrará em vigor a partir do dia 1º de outubro e valerá por tempo indeterminado. A decisão foi motivada para contornar a escassez de etanol e a alta dos preços do combustível produzido a partir da cana-de-açúcar – que acaba, consequentemente, elevando o preço da gasolina.
A queda de produtividade se deve principalmente a fatores climáticos, como a estiagem prolongada de abril a outubro de 2010, a escassez de chuva em maio deste ano e a ocorrência de geada em alguns dos estados produtores. A redução de 5,7% irá provocar insuficiência de etanol para atender a demanda brasileira, em curva ascendente desde a popularização dos motores bicombustíveis. Cerca de 55% da produção de cana-de-açúcar são destinados à produção de álcool.
Com a redução do teor de etanol na gasolina, haverá também maior demanda pelo combustível fóssil, mas a Petrobras também se encontra no limite de refino do produto. A perspectiva do governo é que a safra de 2012/2013 não consiga apresentar recuperação suficiente para normalizar a oferta de etanol. Desde 2003, com o lançamento do primeiro modelo flex, o consumidor brasileiro passou a preferir os motores bicombustíveis, revertendo a situação de baixa demanda por álcool a partir do início dos anos 1990, quando a alta de preço do produto reduziu o interesse dos compradores.
De acordo com a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), a frota de carros com tecnologia flex já soma mais de 12,5 milhões de unidades, o que corresponde a 42% do total de veículos que circulam no país, e cerca de 90% dos veículos leves 0 km comercializados no Brasil atualmente são equipados com motor bicombustível.
A criação da adição compulsória do etanol na gasolina brasileira remonta à época do Proálcool, quando o governo brasileiro elaborou uma série de benefícios e atrativos para conquistar os usineiros e impulsionar a fabricação de carros movidos ao combustível derivado da cana-de-açúcar. O governo brasileiro planeja investir US$ 4,1 bilhões, cerca de R$ 6,5 bilhões, até 2015 na expansão da produção de etanol no país.
Para abastecer a frota total de veículos flex que circulam no Brasil só com etanol seriam necessários 50 bilhões de litros por ano. Os 625 milhões de toneladas de cana-de-açúcar colhidos na safra 2010/2011 foram convertidos em 27 bilhões de litros do combustível.
Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br
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