1 de set. de 2011

Governo federal reduz cota de etanol na gasolina para conter alta de preços


Governo federal reduz cota de etanol na gasolina para conter alta de preços
Medida foi motivada pela queda de produtividade de 5,7% na safra deste ano, o que ocasionou escassez de etanol nos postos de combustível


O governo federal irá reduzir de 25% para 20% o teor máximo de etanol na gasolina comercializada nos postos brasileiros. A medida entrará em vigor a partir do dia 1º de outubro e valerá por tempo indeterminado. A decisão foi motivada para contornar a escassez de etanol e a alta dos preços do combustível produzido a partir da cana-de-açúcar – que acaba, consequentemente, elevando o preço da gasolina.
O limite mínimo continua na faixa de 18% de etanol misturado na gasolina, mas a Agência Nacional do Petróleo (ANP) não recomenda esta proporção, que ainda não foi testada no mercado. A safra de cana-de-açúcar do período 2011/2012 deve fechar em 589 milhões de toneladas, enquanto a colheita de 2010/2011 produziu 625 milhões de toneladas da planta.

A queda de produtividade se deve principalmente a fatores climáticos, como a estiagem prolongada de abril a outubro de 2010, a escassez de chuva em maio deste ano e a ocorrência de geada em alguns dos estados produtores. A redução de 5,7% irá provocar insuficiência de etanol para atender a demanda brasileira, em curva ascendente desde a popularização dos motores bicombustíveis. Cerca de 55% da produção de cana-de-açúcar são destinados à produção de álcool.

Com a redução do teor de etanol na gasolina, haverá também maior demanda pelo combustível fóssil, mas a Petrobras também se encontra no limite de refino do produto. A perspectiva do governo é que a safra de 2012/2013 não consiga apresentar recuperação suficiente para normalizar a oferta de etanol. Desde 2003, com o lançamento do primeiro modelo flex, o consumidor brasileiro passou a preferir os motores bicombustíveis, revertendo a situação de baixa demanda por álcool a partir do início dos anos 1990, quando a alta de preço do produto reduziu o interesse dos compradores.

De acordo com a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea), a frota de carros com tecnologia flex já soma mais de 12,5 milhões de unidades, o que corresponde a 42% do total de veículos que circulam no país, e cerca de 90% dos veículos leves 0 km comercializados no Brasil atualmente são equipados com motor bicombustível.

A criação da adição compulsória do etanol na gasolina brasileira remonta à época do Proálcool, quando o governo brasileiro elaborou uma série de benefícios e atrativos para conquistar os usineiros e impulsionar a fabricação de carros movidos ao combustível derivado da cana-de-açúcar. O governo brasileiro planeja investir US$ 4,1 bilhões, cerca de R$ 6,5 bilhões, até 2015 na expansão da produção de etanol no país.

Para abastecer a frota total de veículos flex que circulam no Brasil só com etanol seriam necessários 50 bilhões de litros por ano. Os 625 milhões de toneladas de cana-de-açúcar colhidos na safra 2010/2011 foram convertidos em 27 bilhões de litros do combustível.

Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br

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