11 de mai. de 2011

Teste: Sem fazer alarde, BMW X3 chega ao Brasil

Fotos: Divulgação
Teste: Sem fazer alarde, BMW X3 chega ao Brasil

Modelo mais forte e renovado chega discretamente ao Brasil

por Rafael Carnevale


    Cidade do México/México – A segunda geração do X3 já está à venda no país. Após a primeira geração do utilitário amargar fracas vendas no Brasil, a BMW aposta em um utilitário esportivo mais moderno e potente para conquistar os consumidores nacionais. Definido como um SAV — acrônimo inglês de Sport Activity Vehicle, ou veículo de atividade esportiva, denominação que só a BMW utiliza — de menor porte, o X3 chega ao mercado mais potente e sofisticado, embora a BMW tenha resolvido não investir no lançamento do novo modelo no Brasil. Ele simplesmente apareceu nas concessionárias brasileiras da marca.


    Desde 2003, a marca alemã vendeu apenas 614 mil unidades do X3 em todo o mundo, número que pretende deixar para trás com a reformulação do modelo. O novo utilitário agora está mais potente, traz uma suspensão mais confortável e um acabamento interno requintado. As mudanças estratégicas envolvem itens que foram apontados como os principais responsáveis pelo baixo desempenho das vendas na geração anterior.

    O novo desenho do utilitário traz diversos elementos comuns à linha "X" da marca. Entretanto os faróis e a terceira janela lateral são exclusivos do modelo mais recente da BMW. Além do tapa no visual, o X3 também cresceu. O modelo está mais próximo em tamanho do primeiro X5 do que sua antiga versão. Isso significa um ganho de 8,3 cm no comprimento, 2,9 cm na largura e 4 cm na altura.

    A reforma também chegou ao interior e à mecânica do carro, que é o primeiro utilitário da marca a receber um controle dinâmico da suspensão como opcional, assim como a possibilidade de diferentes modos de direção. Deste modo, é possível modificar a programação dos sistemas de tração e controle de estabilidade de acordo com a preferência do condutor. A suspensão traseira é multilink, o que ajuda no bom equilíbrio entre conforto e comportamento dinâmico. No Brasil, o X3 ainda é equipado exclusivamente com o câmbio automático de oito velocidades. No exterior, a versão manual tem seis relações.

    A carroceria e a plataforma usam materiais mais leves em relação à última versão. Isso contribui para um menor consumo de combustível e, consequentemente, uma diminuição das emissões de poluentes. Ele ainda conta ainda com o sistema EfficientDynamics, que engloba o dispositivo Start/Stop, a direção eletricamente assistida e a tecnologia que transforma a energia das frenagens em eletricidade. Isso tudo faz com que esta geração do X3 faça melhor uso do combustível.

    O motor da versão testada, a topo de linha xDrive35i, tem seis cilindros e 3.0 litros. A unidade de força com 310 cv de potência e 40,8 kgfm de torque trabalha em conjunto com a nova transmissão automática Steptronic de oito marchas e com o sistema de tração integral xDrive – que já completou 25 anos de existência nos modelos BMW. Este sistema envia mais força para a roda que é mais exigida, de modo a obter máxima aderência nas curvas. O X3 também está no mercado brasileiro na versão de entrada xDrive28i, que traz sob o capô o motor 3.0 litro com seis cilindros em linha de 258 cv e 31,8 kgfm. Ambas as unidades propulsoras são alimentadas apenas a gasolina.

    No Brasil, o novo BMW X3 é vendido a partir de R$ 212.550 na versão xDrive28i e por por R$ 273 mil na top xDrive35i. Seus principais concorrentes por aqui são o Audi Q5 3.2 TFSI de 265 cv – que parte de R$ 259.900 – e o Land Rover Discovery 4, com motor V8 5.0 litro e 375 cv e preço sugerido de R$ 245.900. Deste modo, o fato de ser um modelo muito recente — lançado a pouco mais de seis meses no mercado europeu — ajudam a justificar os cerca de R$ 20 mil que o diferem dos rivais.


Primeiras impressões


Quando menos é mais

por Héctor Mañón
da AutoCosmos/México
exclusivo para Auto Press


     Cidade do México (México)
– O grande destaque do novo X3 é seu desempenho. Graças à transmissão de oito mudanças, que serve principalmente para manter o motor em regime de baixas rotações — quando a unidade propulsora é mais eficiente e consome menos combustível — o utilitário trabalha com a força no acelerador, como um carro esportivo. A conjunção entre a relação da caixa e da curva de torque do motor é uma das melhores mecânicas disponíveis atualmente. Os números falam por si só. O SUV da BMW cumpre o zero a 100 km em apenas 5,7 segundos e sua velocidade máxima é de 245 km/h. O consumo de combustível atingiu a marca de 11,36 km/l em estrada.

    O interior foi totalmente modificado. Desta vez, os materiais utilizados para o console central, os revestimentos dos bancos e todo o resto são de materiais de qualidade. O design é um espetáculo à parte que caracteriza o interior de um BMW. Mesmo com materiais simples, ele consegue se destacar pelo ambiente agradável, com dois tons de interiores. Os assentos traseiros podem ser totalmente rebatidos, juntos ou separados, o que amplia o porta-malas para 1.600 litros.

    O sistema AWD – de tração integral – funciona bem em estradas sinuosas mas, definitivamente, o X3 não é  voltado para off-road. É possível sentir como em todas as dinâmicas de condução ele possui bom controle. Os comandos com botões no painel podem enviar cada vez mais tração para o eixo traseiro no modo Sport+. A suspensão, mesmo tendo sido amolecida neste modelo, ainda é suficiente para agüentar uma condução mais esportiva, mas deixa um pouco a desejar em relação ao conforto dos ocupantes, algo que se evidencia em ruas em más condições. Mas tem que se admitir que nenhum dos rivais têm a estabilidade do X3.

    Mas nem tudo é perfeito. A direção é eletricamente assistida em uma superfície normal, mas quando os pneus dianteiros perdem aderência, eles também perdem parte da comunicação com o condutor e acabam por tirar a sensação de segurança desfrutada em estrada. Além disso, o sistema de tração pode deixar o comportamento do carro meio estranho. Depois de vencer algum obstáculo, o X3 perde momentaneamente a potência. Como o carro não reage ao pé no acelerador, a reação do motorista é pisar mais fundo, o que gera uma forte e inesperada arrancada.

    A conclusão é que a nova geração do BMW X3 é uma grande melhoria em relação à anterior, principalmente em termos de desempenho, tecnologia, design e praticidade. Mas ainda existem detalhes que podem ser melhorados, já que se trata de um dos melhores veículos de seu segmento. Para aqueles que procuram um carro esportivo de porte, o X3 certamente irá atendê-los, ou talvez até superar suas expectativas, pois combina a praticidade de um SUV com o desempenho e dirigibilidade habituais de um verdadeiro BMW.




Fonte: motordream
Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br/

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