Com 15 anos, Victor Franzoni é o mais jovem a vencer uma prova de automobilismo no Brasil Foto: MF2/Divulgação |
Qualquer atleta em início de carreira busca um exemplo, alguém em quem se espelhar. No automobilismo brasileiro, as gerações que conseguiram espaço no cenário internacional nos últimos anos tinham como exemplo Ayrton Senna, considerado por muitos o maior ídolo do esporte a motor no Brasil. Contudo, começa a chegar às pistas uma geração de pilotos que não era nascida na época da morte do brasileiro, em 1994.
As categorias de acesso do automobilismo brasileiro ganharam um apoio em 2010, com a criação da Fórmula Futuro, voltada para jovens recém-saídos do kart. Após um primeiro ano com grid magro, a categoria reduziu os custos para a entrada de pilotos e conseguiu chegar a 11 carros nas primeiras provas de 2011.
A primeira etapa deste ano já contou com um recorde: o garoto Victor Franzoni, de apenas 15 anos, tornou-se o mais jovem a vencer em uma categoria profissional no Brasil ao completar na frente a segunda prova da etapa de Interlagos da Fórmula Futuro, no último dia 8 de maio.
Nascido um ano e meio após a morte de Ayrton Senna, Franzoni não teve idade para acompanhar melhor sequer a passagem de Rubens Barrichello pela Ferrari (2000 a 2005). Desta forma, seus pilotos favoritos são o brasileiro Felipe Massa, criador da F-Futuro, e o japonês Kamui Kobayashi.
E Victor Franzoni poderia ter obtido ainda mais sucesso. Na primeira prova da etapa dos dias 7 e 8 de maio, o piloto abandonou a corrida quando estava em primeiro lugar, após se envolver em um acidente com o segundo colocado. Assim, o garoto já começa como um dos principais concorrentes ao título.
Confira a entrevista na íntegra de uma das promessas do automobilismo brasileiro:
Terra: Quantos anos você tem? Que ano você nasceu?
Victor Franzoni: Tenho 15 anos, nasci em 5 de outubro de 1995.
Terra: Quando surgiu o interesse pelo automobilismo? Foi com o seu pai?
Victor Franzoni: Em 1999 meu pai andava de kart, daí eu comecei a gostar. E ele acabou me dando um kart. Já pilotava aos quatro anos.
Terra: Como foi sua carreira até entrar na Fórmula Futuro? Que títulos você chegou já conquistou?
Victor Franzoni: 2005 foi meu primeiro ano de kart. E já de começo eu venci a Copa Brasil de kart. Em 2008, eu conquistei a Copa Brasil e o GP Brasil no Campeonato Brasileiro de kart. Em 2009 venci de novo a Copa Brasil e em 2010 o Brasileiro de Graduados, o mais importante da minha carreira.
A Copa Brasil de Kart é uma das principais competições da categoria no Brasil. Trata-se de um campeonato aberto para pilotos que atuam com motores de 2 a 4 tempos e ocorre durante um final de semana, uma vez por ano. O GP Brasil de Kart é a principal etapa do Campeonato Brasileiro de Kart e acontece em Vespasiano (MG). Já o Brasileiro de Graduados é a principal categoria do Campeonato Brasileiro de Kart.
Terra: Você já competiu no exterior? Como foi isso?
Victor Franzoni: Participei das duas últimas etapas do Troféu Academia de Kart na Espanha e na França, no ano passado. Houve uma classificatória aqui no Brasil que eu não passei porque meu carro quebrou, mas como teve uma desistência, acabei indo por ser campeão brasileiro. Em 2009 corri na Malásia como prêmio da Copa Brasil de Kart.
Terra: Como foi a sua entrada para a categoria?
Victor Franzoni: Ao vencer o brasileiro de graduados em 2010 eu consegui o desconto de 70% que a Fórmula Futuro estabeleceu. Dos outros 30% eles ainda baixaram o valor.
Para tentar aumentar o número de pilotos da categoria, o valor do orçamento para a temporada 2011 da Fórmula Futuro caiu de R$ 280 mil para R$ 200 mil por ano. Os melhores classificados no Campeonato Brasileiro de Kart de 2010 ainda conseguiram desconto desse valor. Franzoni, por ter sido campeão da principal categoria, conseguiu o desconto máximo de 70%.
Terra: Como foi o contato com Guto Negrão (responsável pela carreira dele)?
Victor Franzoni: Todo esse contato foi feito pelo Binho Carcassi, que já era amigo nosso e conhecia o Guto e o Ricardo Tedeschi, sócio do Guto.
Terra: Quais são os seus ídolos?
Victor Franzoni: Eu gosto do Kobayashi e do Massa pelo estilo de pilotagem mais agressivo.
Terra: Você vê semelhança na sua carreira e na do Kobayashi, que também não tinha condições de correr e precisou de apoio?
Victor Franzoni: Eu acho que sim. No começo ele também não tinha muitas condições financeiras para correr e conseguiu chegar lá. E eu espero seguir o mesmo caminho e também chegar lá.
O piloto japonês de F1 Kamui Kobayashi vem de uma família simples do Japão. Seu pai não tinha nem carro quando construiu um kart para Kobayashi, então com apenas nove anos. Durante a adolescência o japonês teve de trabalhar como entregador no restaurante dos pais.
Terra: O que você conhece da carreira do Ayrton Senna?
Victor Franzoni: Quando eu nasci, ele já tinha morrido, por isso não consegui acompanhar. Mas cheguei a ver algumas corridas em vídeo. Ele é ídolo do brasileiro, e não só do automobilismo. Senna foi um ótimo piloto e uma ótima pessoa.
Terra: Qual é a inspiração para o seu capacete?
Victor Franzoni: Eu e meu pai que desenhamos o capacete e a empresa que produziu acabou dando uma evoluída nele. Mas não tem nada de especial.
O capacete de Vitor Franzoni tem quatro cores. As laterais e a traseira são formadas por listras em amarelo fluorescente e laranja, o alto é formado por um desenho circular em azul e prata e a frente é toda prateada. (para visualizar melhor, veja a foto 10 da galeria de imagens do piloto)
Terra: A sua família toda vai às corridas?
Victor Franzoni: No kart ia meu pai e minha mãe. Mas na Fórmula Futuro eles ficam menos próximos (a presença de pais e empresários é proibida em alguns lugares do paddock). E importante para eu evoluir sozinho.
Terra: Como é sua rotina? A rotina de piloto atrapalha os estudos?
Victor Franzoni: Desde que entrei na Fórmula Futuro, minha rotina mudou bastante, estou bem mais focado. Durante a semana a rotina é a mesma todos os dias: escola de manhã (ele está no segundo ano do ensino técnico em Mecatrônica), à tarde vou para a academia e faço italiano.
Terra: Você pretende seguir carreira na Europa?
Victor Franzoni: Eu estou fazendo italiano porque o meu desejo é correr na Europa e o automobilismo é muito forte na Itália.
Terra: Além de automobilismo, você gosta de algum outro esporte?
Victor Franzoni: Ultimamente eu costumo andar bastante de kart e fazer academia. O kart principalmente para não perder o ritmo, já que só treino com os carros da Formula Futuro durante os fins de semana de prova.
Terra: Como foi tornar-se o piloto mais jovem a vencer numa prova brasileira?
Victor Franzoni: Foi muito legal, era minha estreia na categoria. Eu não esperava, mas acabou vindo a vitória. Foi especial.
As categorias de acesso do automobilismo brasileiro ganharam um apoio em 2010, com a criação da Fórmula Futuro, voltada para jovens recém-saídos do kart. Após um primeiro ano com grid magro, a categoria reduziu os custos para a entrada de pilotos e conseguiu chegar a 11 carros nas primeiras provas de 2011.
A primeira etapa deste ano já contou com um recorde: o garoto Victor Franzoni, de apenas 15 anos, tornou-se o mais jovem a vencer em uma categoria profissional no Brasil ao completar na frente a segunda prova da etapa de Interlagos da Fórmula Futuro, no último dia 8 de maio.
Nascido um ano e meio após a morte de Ayrton Senna, Franzoni não teve idade para acompanhar melhor sequer a passagem de Rubens Barrichello pela Ferrari (2000 a 2005). Desta forma, seus pilotos favoritos são o brasileiro Felipe Massa, criador da F-Futuro, e o japonês Kamui Kobayashi.
E Victor Franzoni poderia ter obtido ainda mais sucesso. Na primeira prova da etapa dos dias 7 e 8 de maio, o piloto abandonou a corrida quando estava em primeiro lugar, após se envolver em um acidente com o segundo colocado. Assim, o garoto já começa como um dos principais concorrentes ao título.
Confira a entrevista na íntegra de uma das promessas do automobilismo brasileiro:
Terra: Quantos anos você tem? Que ano você nasceu?
Victor Franzoni: Tenho 15 anos, nasci em 5 de outubro de 1995.
Terra: Quando surgiu o interesse pelo automobilismo? Foi com o seu pai?
Victor Franzoni: Em 1999 meu pai andava de kart, daí eu comecei a gostar. E ele acabou me dando um kart. Já pilotava aos quatro anos.
Terra: Como foi sua carreira até entrar na Fórmula Futuro? Que títulos você chegou já conquistou?
Victor Franzoni: 2005 foi meu primeiro ano de kart. E já de começo eu venci a Copa Brasil de kart. Em 2008, eu conquistei a Copa Brasil e o GP Brasil no Campeonato Brasileiro de kart. Em 2009 venci de novo a Copa Brasil e em 2010 o Brasileiro de Graduados, o mais importante da minha carreira.
A Copa Brasil de Kart é uma das principais competições da categoria no Brasil. Trata-se de um campeonato aberto para pilotos que atuam com motores de 2 a 4 tempos e ocorre durante um final de semana, uma vez por ano. O GP Brasil de Kart é a principal etapa do Campeonato Brasileiro de Kart e acontece em Vespasiano (MG). Já o Brasileiro de Graduados é a principal categoria do Campeonato Brasileiro de Kart.
Terra: Você já competiu no exterior? Como foi isso?
Victor Franzoni: Participei das duas últimas etapas do Troféu Academia de Kart na Espanha e na França, no ano passado. Houve uma classificatória aqui no Brasil que eu não passei porque meu carro quebrou, mas como teve uma desistência, acabei indo por ser campeão brasileiro. Em 2009 corri na Malásia como prêmio da Copa Brasil de Kart.
Terra: Como foi a sua entrada para a categoria?
Victor Franzoni: Ao vencer o brasileiro de graduados em 2010 eu consegui o desconto de 70% que a Fórmula Futuro estabeleceu. Dos outros 30% eles ainda baixaram o valor.
Para tentar aumentar o número de pilotos da categoria, o valor do orçamento para a temporada 2011 da Fórmula Futuro caiu de R$ 280 mil para R$ 200 mil por ano. Os melhores classificados no Campeonato Brasileiro de Kart de 2010 ainda conseguiram desconto desse valor. Franzoni, por ter sido campeão da principal categoria, conseguiu o desconto máximo de 70%.
Terra: Como foi o contato com Guto Negrão (responsável pela carreira dele)?
Victor Franzoni: Todo esse contato foi feito pelo Binho Carcassi, que já era amigo nosso e conhecia o Guto e o Ricardo Tedeschi, sócio do Guto.
Terra: Quais são os seus ídolos?
Victor Franzoni: Eu gosto do Kobayashi e do Massa pelo estilo de pilotagem mais agressivo.
Terra: Você vê semelhança na sua carreira e na do Kobayashi, que também não tinha condições de correr e precisou de apoio?
Victor Franzoni: Eu acho que sim. No começo ele também não tinha muitas condições financeiras para correr e conseguiu chegar lá. E eu espero seguir o mesmo caminho e também chegar lá.
O piloto japonês de F1 Kamui Kobayashi vem de uma família simples do Japão. Seu pai não tinha nem carro quando construiu um kart para Kobayashi, então com apenas nove anos. Durante a adolescência o japonês teve de trabalhar como entregador no restaurante dos pais.
Terra: O que você conhece da carreira do Ayrton Senna?
Victor Franzoni: Quando eu nasci, ele já tinha morrido, por isso não consegui acompanhar. Mas cheguei a ver algumas corridas em vídeo. Ele é ídolo do brasileiro, e não só do automobilismo. Senna foi um ótimo piloto e uma ótima pessoa.
Terra: Qual é a inspiração para o seu capacete?
Victor Franzoni: Eu e meu pai que desenhamos o capacete e a empresa que produziu acabou dando uma evoluída nele. Mas não tem nada de especial.
O capacete de Vitor Franzoni tem quatro cores. As laterais e a traseira são formadas por listras em amarelo fluorescente e laranja, o alto é formado por um desenho circular em azul e prata e a frente é toda prateada. (para visualizar melhor, veja a foto 10 da galeria de imagens do piloto)
Terra: A sua família toda vai às corridas?
Victor Franzoni: No kart ia meu pai e minha mãe. Mas na Fórmula Futuro eles ficam menos próximos (a presença de pais e empresários é proibida em alguns lugares do paddock). E importante para eu evoluir sozinho.
Terra: Como é sua rotina? A rotina de piloto atrapalha os estudos?
Victor Franzoni: Desde que entrei na Fórmula Futuro, minha rotina mudou bastante, estou bem mais focado. Durante a semana a rotina é a mesma todos os dias: escola de manhã (ele está no segundo ano do ensino técnico em Mecatrônica), à tarde vou para a academia e faço italiano.
Terra: Você pretende seguir carreira na Europa?
Victor Franzoni: Eu estou fazendo italiano porque o meu desejo é correr na Europa e o automobilismo é muito forte na Itália.
Terra: Além de automobilismo, você gosta de algum outro esporte?
Victor Franzoni: Ultimamente eu costumo andar bastante de kart e fazer academia. O kart principalmente para não perder o ritmo, já que só treino com os carros da Formula Futuro durante os fins de semana de prova.
Terra: Como foi tornar-se o piloto mais jovem a vencer numa prova brasileira?
Victor Franzoni: Foi muito legal, era minha estreia na categoria. Eu não esperava, mas acabou vindo a vitória. Foi especial.
Fonte: terra.com.br/
Disponível no(a):http://esportes.terra.com.br/
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