Relatório diz que 5,7 milhões de pessoas foram afetadas desde 2002. Site do órgão terá banco de dados de veículos convocados, para consulta.
Só 9,4% dos donos de 41,6 mil Novo Ka atenderam ao recall de 2008, diz a Ford (Foto: Divulgação) |
O Procon-SP pretende realizar ações para incentivar a participação em recalls. "Além de campanhas educativas, podemos cobrar do fornecedor que realize novas campanhas na mídia", afirmou o diretor executivo do órgão, Paulo Arthur Lencioni Góes.
Desde março vigora uma portaria conjunta entre o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e a Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça que determina que o veículo que não comparecer ao recall no prazo de um ano terá essa informação no Certificado de Registro e licenciamento de Veículo (CRLV), o que, na prática, dificultará a venda deste automóvel. Em 2010, o Denatran chegou a considerar bloquear o veículo para venda, mas a ideia foi descartada porque o departamento não encontrou base legal.
Segundo o Procon, 5,71 milhões de pessoas foram afetadas pelos recalls de carros no país desde 2002. Levantamento do G1 aponta 12 chamados neste ano, considerando carros, motos e caminhões.
No recall do Novo Ka, da Ford, realizado em dezembro de 2008, dos 41.460 motoristas que deveriam fazer a manutenção, só 3.928 (9,47%) responderam ao chamamento, segundo dados da própria montadora. Nesse caso, existia a possibilidade de ocorrerem fissuras no tubo de freio, que poderiam acarretar na perda da eficiência de frenagem, com risco de acidente.
O relatório do Procon-SP foi obtido com base em um banco de dados criado pela fundação, que reúne todas as 433 campanhas de recall (de todos os tipos de produtos e serviços) realizadas no país desde 2002. O setor de veículos lidera as ocorrências. "Esse banco de dados pode servir para orientar as políticas públicas. Uma hipótese seria fazermos uma parceria com o Denatran) para saber por que os sistemas de freio apresentam tantos problemas. De onde vem essas peças? Quem as fabrica?", questiona o diretor.
83% dizem não saber o que é recall
O Procon-SP também realizou um levantamento em seu site sobre como os consumidores avaliam o recall. Dos 1.846 internautas que participaram da pesquisa, 83% alegam não saber o que é recall, 72% avaliam que o recall não é bem divulgado pelas empresas e 61% consideram que as informações das campanhas de recall são insatisfatórias.
A instituição lançou hoje um banco de dados que permitirá ao consumidor pesquisar sobre produtos que já tiveram recall. A pesquisa se dará por fornecedor, marca, segmento, tipo de produto, modelo e tipo de defeito.
Ricardo Morishita Wada, professor de Responsabilidade Civil e Direito do Consumidor na Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), lembra que "o recall não é uma benesse, uma bondade, é uma questão de segurança".
Fonte: G1
Disponível no(a):http://g1.globo.com/
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