Compacto chinês teria mais apelo não fosse a falta de estabilidade. Carro mais barato do Brasil tem motor acertado, com 9,1 kgfm de torque.
Chery QQ tem cores vivas e motor 1.1 a gasolina de 68 cv (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1) |
Fofo ou não (afinal, isto é uma questão de gosto), o que vai fazer o carro emplacar no Brasil é a qualidade do veículo e o pós-venda, mesmo neste patamar de preço. Exemplo disso é o também chinês Effa M100, um dos três citados pela Chery como concorrentes diretos do QQ, que nem sequer fez "cócegas" nos modelos fabricados no Brasil em termos de vendas.
Pós-venda veio traduzido pela Chery como economia na manutenção. Pela tabela anunciada no lançamento, se o cliente seguir todas as revisões nas concessionárias da rede, pagará R$ 596 até os 40.000 km rodados e terá garantia de três anos. De acordo com a marca, a primeira revisão é feita com 2.500 km e sai por R$ 99. A de 10.000 km sai por R$ 149, a de 20.000 km por 199 e a de 40.000 tem preço fixado em R$ 149.
Carro confortável
Internamente, nota-se extrema simplicidade nos materiais utilizados, do tecido ao plástico, com rebarbas e vãos percebidos no primeiro bater de olhos. Porém, o acabamento não pode ser considerado um ponto fraco do carro. Afinal, a proposta do QQ é ser um veículo barato, com bons e funcionais equipamentos de série. Para dar certo o cálculo, obviamente, o primeiro a ficar de fora foi o requinte. Apenas o painel digital é bem caprichado e traz um ar moderno ao carro.
Interior do Chery QQ é confortável e painel digital é moderno (Foto: Divulgação) |
Abstraindo os detalhes, o QQ ganha de seus concorrentes pelo conforto dos bancos e da posição de dirigir. O motorista fica muito bem acomodado em relação ao volante e tem excelente visibilidade de todos os pontos importantes para a condução segura. O formato acertado dos espelhos retrovisores também colabora para uma direção mais confiante. No entanto, embora a Chery afirme que o carro é para cinco pessoas, cabem apenas quatro.
QQ significa, em chinês, objeto ou pessoa de muita graça, fofo, delicado (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1) |
Direção, embreagem e câmbio do QQ são bem molengas. Mas o motor e as trocas de marchas respondem muito bem. O motor, a gasolina, é um 1.1, que desenvolve 68 cavalos a 6.000 rpm e tem 9,1 kgfm de torque máximo a 4.000 rpm. Isso garante ao pequeno carro bom fôlego para ultrapassagens e para subidas bem íngremes.
Estabilidade compromete
O QQ estaria perfeitamente de acordo com sua proposta se não fosse o seu pior defeito: falta estabilidade. A suspensão do hatch e sua aerodinâmica não foram feitas para enfrentar manobras ousadas, curvas fechadas e altas velocidades. Durante o teste, ao atingir a 100 km/h, o carro não aguentou e perdeu a linearidade. Balançando de um lado para o outro, o motorista precisa ter mãos firmes na direção e tirar o pé do acelerador para controlar o carro .
Conseguir a habilidade exigida não é tão difícil em vias urbanas, mas em estradas que chegam à velocidade máxima de 120 km/h e que contam ainda com emendas de asfalto, deslocamento de ar causado por grandes caminhões e até mesmo ventos laterais, a falta de estabilidade do QQ significa um risco maior de acidentes, o que coloca em vantagem Milles e Celtas sem ar-condicionado, rádio ou vidro elétrico.
Chery QQ tem extensa lista de itens de série, como as luzes de neblina (Foto: Priscila Dal Poggetto/G1) |
Fonte: G1
Disponível no(a):http://g1.globo.com/carros
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