14 de mai. de 2011

Peugeot Hoggar, o que aconteceu com você?



Em um mercado onde projetos locais são valorizados e terminam dando certo, a Peugeot Hoggar fugiu à regra. A picape compacta derivada do Peugeot 207 foi lançada há exatamente um ano, mas até hoje tem efeito de novidade nas ruas, de tão pouco que vende.

Desde o lançamento, pouco mais de 5.900 unidades foram emplacadas no Brasil – é o que a Saveiro, uma de suas concorrentes diretas, vende em um mês. E a Saveiro não é a líder. Nem a Ford Courier, que desde 1997 não recebe alterações estéticas significativas, a francesa consegue ultrapassar. Em 2011 a Hoggar vendeu em média 440 carros por mês, contra 590 da Ford, que agradece por não estar mais na lanterna do segmento.

A Peugeot esperava vender 1.200 unidades mensais da Hoggar em seu lançamento. Na época, achei um número alcançável. Mas vários fatores contribuíram para seu insucesso, e o que se destaca é a falta de tradição no segmento. Os carros de passeio e a picape 504, vendida por aqui no início da década de 90, não conseguiram propagar a imagem de solidez e facilidade de manutenção que os clientes desse tipo de veículo valorizam. Também não se tornou um carro desejado pelos mais jovens como Strada Adventure e Saveiro aparentam ser para o mercado.
O marketing da Peugeot falhou.  Até hoje não sei se o comercial de lançamento da Hoggar tinha o objetivo de vender a picape ou vender risoto! Depois desse comercial sem-noção, a marca lançou outro, destacando os prêmios conquistados e seus predicados… Sem resultados, parece que desistiu publicitariamente do modelo. Em abril ainda havia unidades 2010/2011 nos estoques oferecidas por  R$29.900 na versão de entrada.

Seu design pode não ser unânime, mas há de se convir que se trata de uma picape competente. Ainda que o projeto do Peugeot 206 tenha 13 anos de idade, apenas a dianteira foi aproveitada. A traseira é baseada na plataforma do Peugeot Partner – que vende mais que a Hoggar, diga-se – e possui suspensão independente, única entre as concorrentes, e que destaca bastante o seu rodar. Além disso, permitiu à picape ostentar os títulos de maior caçamba e capacidade de carga da categoria. Anda bem, e se você gosta de Pugs, certamente sabe apreciar a Hoggar. Um péssimo nome, por sinal.

Os preços não foram empecilhos. Sua versão de entrada, a X-Line, custa por tabela à partir de R$ 31.400, equipada com o motor 1.4 flex. de 82cv e rodas de aço de 14 polegadas, para-choques pintados na cor da carroceria (sem opcionais), apenas R$ 80,00 mais cara que a Strada Fire, a mais barata do segmento, porém  menos equipada. A versão intermediária é a XR que custará a partir de R$ 35.350, e acrescenta faróis com máscara negra, pneus de uso misto, faróis de neblina e direção hidráulica. Ar condicionado, travas e vidros elétricos e alarme são opcionais vendidos em um kit que custa R$ 4.000 (até o ano passado, isso só pagava o ar condicionado da Strada).

A versão topo de linha fica distante em preço. A Hoggar Escapade, única com motor 1.6 16v de 113cv, custa à partir de R$ 43.500. Além dos adereços estéticos, como o quebra-mato de plástico, as molduras de caixas de roda e rodas de liga-leve aro 15” calçadas com pneus mistos, traz de série ar condicionado, vidros elétricos com one touch para o motorista, retrovisores elétricos, preparação para som e travas elétricas. Airbag duplo é o único opcional, por R$ 1.000. Entre a XR 1.4 e Escapade, falta uma versão XR 1.6, que deveria ter ar condicionado de série.

Ela tem capacidade para conquistar o público jovem e atender os requisitos de quem precisa para o trabalho, e não cobra muito por isso, mas quem é que pensa na Peugeot quando procura uma picape? Que isso sirva de exemplo a ser estudado pela Renault, que estaria pensando em lançar uma espécie de Sandero Pick-up. Imagem não é tudo, mas é 100%.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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