11 de mai. de 2011

Peugeot 408: deixa que eu troco

Versão manual é bem melhor que a automática, mas perde para os rivais de seis velocidades

Daniel Messeder // Fotos: Fabio Aro
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Peugeot 408: versão mais simples com câmbio manual de cinco marchas mostra mais agilidade na pista que a automática de quatro
Herança nem sempre é bom. Que o diga o 408, que foi herdar do 307 Sedan logo o antiquado câmbio automático de quatro marchas. Embora a Peugeot diga que efetuou mudanças na programação da transmissão para deixar as trocas mais suaves, na prática ainda há trancos em algumas ocasiões. Isso sem falar no evidente sub-aproveitamento do bom motor 2.0 16V com essa caixa.
Pego então o 408 manual, de cinco marchas, certo de que vou encontrar a melhor forma de aproveitar os 151 cv e 22 kgfm do propulsor. Sim, o desempenho é melhor. A arrancada de 0 a 100 km/h baixou de 12 segundos do modelo automático para 10,9 s. Mas, de novo, o leão é engolido pelos rivais: o novo Corolla 1.8 16V (144 cv) gasta 10,3 na mesma prova, enquanto o Fluence 2.0 16V (143 cv) crava 10 s. O segredo deles? Uma marcha a mais, seis no total.
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Visual da traseira melhorou bastante em relação ao 307 Sedan. Para-choque inclui saídas falsas de escapamento
Também herança do 307, o câmbio manual do 408 tem engates apenas razoáveis e, para garantir agilidade em baixos giros, a Peugeot adotou uma relação de transmissão curta. Na cidade é legal, você passa em lombadas e dobra esquinas em terceira marcha, na boa. Mas na hora de viajar... A 120 km/h em quinta, o motor trabalha a elevadas 3.500 rpm e o carro fica “pedindo” uma sexta. Pelo menos o barulho não chega a incomodar, porque o 408 é muito bem isolado. Só que a conta vem no posto: com apenas 9,9 km/l de etanol na estrada, a versão manual bebeu mais que a automática (10 km/l).
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Interior tem boa ergonomia e apelo esportivo, mas alguns componentes ainda são do 307, com as alavancas na coluna de direção
 
Falando em posto, o 408 não vem com abertura interna do tanque. Segundo a marca, é por segurança, para você não correr o risco de sair com o bocal aberto. Eu preferia correr esse “risco” a ter que dar a chave para o frentista toda vez que for abastecer. Ainda em termos de equipamentos, esse 408 de entrada (R$ 59.500) vem com somente dois airbags e ar-condicionado analógico. É pouco diante dos seis airbags e ar digital de duas zonas do Fluence básico, que custa praticamente o mesmo (R$ 59.900).
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Por fim, as rodas dessa versão Allure, aro 16, não compõem tão bem o visual quanto as de 17 polegadas do modelo topo de linha, mas deixam o carro um pouco mais suave nos buracos. Ainda assim, longe de Corolla e Fluence. O 408 se diferencia pela calibragem firme da direção e da suspensão, boa para quem prefere uma condução mais animada. Faltou, mesmo, só a sexta marcha... Confira abaixo, os números de testes do modelo.



                  Peugeot 408 Allure                
Aceleração                   
0-100 km/h 10,9 s                         
0-400 m  17,6 s
0-1000 m 31,9 s
Velocidade a 1.000 m 167,5 km/h
   
Retomada de velocidade  
40-80 km/h (3a) 6,6 s › 109,5 m
60-100 km/h (4a) 8,7 s › 194,3 m
80-120 km/h (5a) 12,8 s › 358,2 m
   
Frenagem (com ABS)  
100 km/h 42,9 m
80 km/h 27,4 m
60 km/h 15,5 m
   
Consumo  
Urbano 6,6 km/l
Rodoviário 9,9 km/l
   
Ruído interno  
Em macha lenta 40,2 dB
40 km/h 53,1 dB
80 km/h 61,2 dB
120 km/h 66,9 dB

Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/

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