Geógrafos revelam como nascem os mapas dos navegadores
Por Luiz Felipe Orlando // Fotos de Guilber Hidaka
Geógrafos trabalham em dupla e se revezam ao volante. Chegam a percorrer 2 mil km em uma semana
Autoesporte foi descobrir. Tudo começa com uma coleta de dados na rua, feita por geógrafos. “Nesse trimestre rodamos 2 mil km por semana no Paraná”, diz Vitor Iamonti, da Navteq, empresa de localização digital. Eles se dividem em duplas: um dirige e o outro vai marcando os dados no laptop, usando um tablet.
“Coletamos 260 atributos por segmento de via.” Isso engloba o sentido da rua, velocidade e restrições, além de nome e número. Quando estão mapeando uma região pela primeira vez, partem de um mapa em branco, só com o traçado das ruas. As atualizações (quatro por ano) não são muito diferentes: “Temos que coletar tudo de novo”. Assim, evita-se que os clientes se deparem com ruas que não existem mais. O trajeto é feito a 30 km/h, com a dupla passando seis horas por dia no carro e duas horas organizando e conferindo os dados coletados. O veículo traz uma antena que torna a localização extremamente precisa. E, no para-brisa, uma câmera capta todo o percurso para o caso de alguma dúvida.
(1) - A câmera capta todos os detalhes do caminho, útil para tirar dúvidas na conferência dos dados. (2) - A antena é responsável pela precisão do trabalho de campo. (3) - O geógrafo anota todas as informações da coleta de dados em um pen tablet. (4) - O laptop tem a versão do mapa que será atualizado. (5) - O sinal da antena chega ao laptop através de um receiver. (6) - A equipe pode usar o carro da empresa ou adaptar os equipamentos num carro comum
“Usamos as fotos para checar informações de placas que passam muito rápido, por exemplo”, diz Iamonti. Os geógrafos também relacionam os pontos de interesse: restaurantes, bares, escolas, igrejas, parques e hotéis. “
A equipe pode usar o carro da empresa ou adaptar os equipamentos num carro comum |
Alguns lugares são mais disputados. “O pessoal quer ir para cidades novas, que não conhece ainda. Centros de cidades grandes e vias com muito movimento, como as Marginais em São Paulo, são menos concorridos. “Não tem onde estacionar e precisamos procurar alternativas de horário. Uma vez fomos a campo às quatro horas da manhã”, explica Julia. Estradas de terra também são complicadas, pois a equipe fica refém do clima. Por fim, os condomínios pedem atenção. “Temos que pedir autorização antes, e dizer que não é lugar de passagem”, afirma a geógrafa. Favelas geram o mesmo problema.
Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário