11 de mar. de 2011

Um Fiat 500 contaminado pelo vírus V8



Todos aqui já viram “Carros” certamente vão se lembrar do contagiante Luigi, um Fiat 500 amarelo ano 1959, dono da “Luigi´s Casa Della Tires” e torcedor ferrenho da Ferrari. A agilidade exacerbada de Luigi nas telas nunca teve muito a ver com o carrinho simples e econômico da vida real. Até agora. Eis um Cinquecento que está mais para o incrível Hulk.

Os Fiat 500 de primeira geração foram produzidos de 1957 a 1975. Desenhado por Dante Giacosa e dotado de um enorme  motor traseiro de dois cilindros de 479cc (arredondados para 500cc por questões de marketing) capaz de render 13cv de potência, o Fiat 500 fez um grande sucesso na Europa. Com um câmbio de quatro marchas e tração traseira, foi o espelho italiano do Fusca e um de seus maiores rivais.
Como sempre há aqueles que resolvem subverter as coisas, encontrei em minhas andanças o projeto da Legacy Innovations que desejava montar um verdadeiro Funny Car baseado num singelo Fiat 500, amarelo, ano 1959. Não deu outra: bombaram o Luigi!

Basicamente o que se vê hoje é uma casca original, apenas com as caixas de roda devidamente alargadas para acomodarem melhor o conjunto de rodas e pneus. Por baixo dela há um chassi tubular confeccionado em cromolibidênio 4130, com gaiola de proteção e ladder-bar integradas. A bolha é eletricamente basculante e o motor foi parar na dianteira, obrigando uma completa reestruturação do sistema de suspensão.

O motor do tipo Chevrolet de oito cilindros em V de 427 polegadas (7 litros) preparado por Reher Morrison já sai de fábrica com pelo menos 700cv atestados em dinamômetro. É só pagar, instalar e acelerar! O bloco do motor da marca Dartlinha “Little M” em aço fundido recebeu cabeçotes em alumínio da mesma marca, mas da linha Pro 1 com 230cc de vazão, além de um enorme virabrequim em aço 4340 balanceado e forjado.

As bielas Manley de aço 4340 forjadas foram montadas em pistões RMRE (Reher Morrison Racing Engines) com o auxílio de pinos forjados da ARP modelo 2000 e assentadas em bronzinas Clevite 77 “H” Series. As válvulas em alumínio polido da RMRE receberam a companhia de balanceiros roletados da Stud e comandos de válvulas RMRE em aço billet, ajustadas por meio de polia Manley confeccionada em aço billet que recebeu ainda um minimizador de vibrações do virabrequim da ATI tipo damper. A lubrificação fica por conta de uma bomba de óleo Moroso de alta pressão, e os retentores de titânio seguram o tranco para não contaminar o cabeçote.

Os coletores de escape foram confeccionados em aço inox. Já a alimentação ficou por conta de dois carburadores RMRE quadrijet apoiados sobre uma placa anti-reversão que impede o retorno do combustível à cuba. A ignição conta com um distribuidor Malory e um módulo MSD 7AL-3 para amplificar as faíscas. Com esta configuração e alguns ajustes, foi possível extrair 724 hp, ou 734 cavalos.
Quem transmite toda essa ignorância aos pneus é um sistema de transmissão Lenco LS1200 (aquele das alavancas) de quatro velocidades apoiado por uma embreagem hidráulica com reservatório Wilwood e diferencial Ford de 9 polegadas, que conta com um blocante Detroit.

Os braços de suspensão em aço tubular agregados à molas e amortecedores reguláveis do tipo coilover permitem inúmeras variações até que se chegue ao acerto final.
Na traseira, o sistema de suspensão independente foi mantido com o uso de braços tubulares e um conjunto 4-link completo. As pontas de eixo da Moser cumprem bem seu papel e foram trabalhadas para caberem perfeitamente no mínimo espaço disponível, em conjunto com as monstruosas rodas Star Pro Drag de medidas 12×15” na traseira calçadas com largos pneus Hoosier de medidas 33.0/12.0-15. O fechamento da cabine foi feito em alumínio.

Internamente, apenas dois bomber-seats em alumínio forrados com uma capa de couro acomodam o piloto e algum outro retardado passageiro que tenha coragem de andar com ele. À frente, um conta-giros AutoMeter Phantom marca até 10.000 rpm, em sobreposição ao velocímetro, enquanto ao lado manômetros de pressão do óleo, pressão combustível, temperatura da água e temperatura do óleo mantêm o piloto informado sobre a saúde do monstrinho.

O tanque de combustível em aço inox fica logo atrás dos bancos. Tranquilo…

O carro foi um dos maiores destaques da edição 2009 do SEMA Show, recebendo o título dos dez melhores carros em exposição, mas infelizmente é apenas um show car e não chegou a ir às pistas, o que o faz perder o sentido prático da loucura. De qualquer forma é bom que o Relâmpago McQueen tome cuidado, pois esse Luigi chegou sem cara de bons amigos e pode aparecer logo logo na Copa Pistão.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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