12 de mar. de 2011

Mopar or no car: um big block em São Paulo



Força bruta. Cavalaria pesada. Estilo maldoso. Reações inesperadas. Em outras palavras, carro pra quem gosta de carro. Os muscle cars e seus V8 foram – talvez – a melhor contribuição norte-americana para o mundo, alguns palmos acima de Elvis e do cheeseburguer.

Os motores dessas lendas tradicionalmente são divididos pela classificação small block e big block. Cada uma das três marcas de Detroit possui seus próprios limites de volume na hora de determinar estas categorias. Na Chrysler, os motores LA chegavam a até 360 polegadas (5,9 litros), enquanto as séries B e RB tiveram seu ápice no intimidador Magnum 440 (7,2 litros).
Os big block eram raros no Brasil há alguns anos. Bem raros, por sinal. Mas eles foram chegando, desembarcando e passaram a se destacar nos encontros e nos passeios dominicais. Não que seja fácil encontrar um deles na esquina, mas pelos menos podemos vê-los por aí em algum evento.

O Challenger é um ícone entre eles. Lançado em 1970, conseguiu incorporar o espírito do período com perfeição. As linhas sinuosas da carroceria foram projetadas com inspiração de sobra. Frente, traseira, interior. Não há como criticar essa obra de arte de Detroit.
Quando cheguei ao segundo piso da garagem, avistei o bólido descoberto. A seu lado, um Mustang Mach 1 1969, também vermelho, brilhava debaixo da luz fluorescente. Um comparativo entre eles no quarto de milha seria uma boa.

O silêncio foi quebrado pelo ronco do V8. E que ronco! É algo que ecoa até o piso térreo e balança a estrutura do prédio. Os escapamentos duplos reagem ao menor toque no pedal do acelerador. Brutal. Intenso. Nostalgia pura.
O R/T, de Road and Track, ano 1971, traz o famoso shaker sobre o capô. A peça chamativa tem uma função técnica. Ela redireciona o ar de fora para o conjunto formado pelos três carburadores duplos: o mítico Six Pack. O bloco tem 440 polegadas cúbicas, 7,2 litros e 390 cv, e o mais legal é notar o balanço do conjunto durante uma acelerada brusca.

Outro fator que popularizou esses monstros movidos à (muita) gasolina foi o preço. Na época eles custavam pouco, o combustível era barato e as ruas largas. Tem combinação melhor do que essa? Aliás, o shaker, segundo catálogo de época, custava apenas 97 dólares. Uma verdadeira pechincha.
Por isso os fãs da Chrysler criaram uma máxima que faz todo sentido quando se está frente a frente com uma máquina dessas: Mopar or no car. É isso aí.

Fonte: jalopnik
Disponível no(a):http://www.jalopnik.com.br

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