14 de mar. de 2011

Mercedes-Benz CL: ainda uma classe à parte

Aceleramos o veloz cupê de luxo que reina absoluto com pouquíssimos concorrentes
Jonny Lieberman//The Ney York Times Syndicate
   Divulgação
Mercedes-Benz CL
Após receber o convite para dirigir o novo Mercedes-Benz CL V8 2011, nós imediatamente começamos a pensar sobre os cupês grandes passíveis de um teste comparativo. Mas nos deparamos com uma questão significativa: não há nada com o que comparar um CL. Lembre-se, o CL é na prática pouco mais do que um Classe S de duas portas, fazendo dele um equivalente a um cupê BMW Série 7 ou um Audi A8 de duas portas. O problema é que esses dois carros não existem.

E quanto ao outro extremo do espectro? O Maserati GranTurismo é muito mais esportivo do que luxuoso e a Ferrari 612 Scaglietti é mais rara do que um unicórnio bicéfalo, especialmente em frotas da imprensa. A escolha mais lógica é a futura segunda geração do Bentley Continental GT. Com ênfase em “futura”.
No momento, parece que o CL carece de um parceiro com quem competir. A questão então se torna: o CL importa? Em outras palavras, quando um carro ocupa um nicho tão específico no mercado, apontar seus pontos positivos e negativos perde o sentido, já que os clientes interessados irão comprá-lo de qualquer maneira. Afinal de contas, onde está a concorrência? A propósito, a Mercedes afirma que o grupo demográfico que está comprando o maior cupê da marca é quase tão singular quanto o carro: homens entre 50 e 60 anos de idade que ganham de 600 mil a um milhão de dólares por ano.
   Divulgação
Mercedes-Benz CL
 
Eu vou argumentar que o CL é um caso importante por algumas razões. Uma é que cupês grandes da Mercedes representam a distribuição de recursos em ação. Veja o controle eletrônico de estabilidade – introduzido no S600 1995, ele agora é um item de segurança obrigatório. Outra razão para a relevância do CL é que os novos motores V8 encontrados no CL550 4MATIC e CL63 AMG também vão chegar aos Mercedes inferiores (ou, pelo menos, menos caros). Na verdade, o S63 já tem um novo motor. E então, é claro, há minha razão favorita: o CL sem a coluna B é simplesmente magnífico.
O diferencial visual mais impactante é a grade em forma de V repaginada. Os faróis também são muito mais largos e há as duas luzes de visibilidade em LED de praxe. A superfície do capô foi modificara para parecer mais chanfrada e menos uma bolha. A seção inferior da traseira tem o que parece ser um difusor entre os quatro escapamentos retrabalhados. Mais um detalhe visual da traseira: As luzes de ré foram separadas das lanternas e agora se situam na tampa do porta-malas. Note também os novos emblemas “V-8 Biturbo” nos flancos do CL63 AMG.
Um cupê grande da Mercedes-Benz não seria um cupê grande da Mercedes-Benz se não estivesse carregado até o teto-solar deslizante com os mais recentes e sensacionais recursos eletrônicos. Dois sistemas opcionais são novidades para 2011: a Assistência Adaptativa de Ponto Cego (Adaptive Blind Spot Assist, ou ABSA) e a Assistência Ativa de Manutenção de Faixa (Active Lane-Keeping Assist, ou ALKA).
Quando um objeto está no ponto cego do CL, a ABSA acende um triângulo vermelho no retrovisor lateral apropriado e então emite um bipe se o motorista ativar a seta de direção antes de finalmente ativar o freio traseiro do lado oposto e fazer o CL se distanciar do objeto. A ALKA realiza o mesmo terceiro passo caso você transponha uma linha contínua na pista. Se você não gosta da ideia de um carro acionar os freios por você, ambos os sistemas podem ser desligados.
   Divulgação
Mercedes-Benz CL
 
O interior é esplêndido, especialmente no CL550 4Matic. Quase todas as superfícies são cobertas em madeira polida ou em rico couro. Apesar de ter mais sistemas embarcados do que um porta-aviões, o CL é relativamente livre de botões. A maioria das engenhocas fica enterrada no menu de controle, deixando as coisas realmente importantes à mão, mas ainda assim basicamente escondidas.
A notícia de verdade, é claro, é o que fica sob o longo e pomposo capô. No CL550, habita um V8 4.6 litros biturbo com injeção direta de combustível completamente novo que produz 435 cv e 71,3 kgmf de torque. Esse é um aumento significativo em comparação aos 387 cv e 54 kgmf do velho V8 5.5. Mas isso não é tudo.
   Divulgação
Mercedes-Benz CL
 O novo motor M278 também tem um consumo 10% melhor do que o antigo M273, com estimados 6,38 km/l na cidade e 9,35 km/l na estrada. Nada excepcional, mas para um carro de mais de 2.090 kg que pode chegar a 100 km/h em 4,8 segundos estimados, nada terrível.
Quando se trata do CL63 AMG, foi-se para sempre o amado M156, o feroz motor 6.2 litros naturalmente aspirado encontrado em todos os produtos atuais da AMG. Conheça o M157, um fantástico motor 5.5 biturbo com injeção direta que não apenas produz mais potência do que o velho M156, mas também é de 20 a 30% mais eficiente no consumo, em parte devido ao novo sistema de desligamento automático em paradas. Por enquanto, essa tecnologia existe apenas no modelo AMG, mas, com o tempo, ele vai chegar aos modelos inferiores.

O CL63 produz 543 cv e 81,6 kgmf de torque. Compare isso aos 523 cv e 64,3 kgmf do M156 e você verá que, exceto por um mínimo atraso do turbo, realmente não há do que se queixar. Ele se conecta a uma versão melhorada da excelente transmissão MCT com sete velocidades e embreagem em banho de óleo da Mercedes-Benz, de forma que você tem um belo foguete embalado em couro em suas mãos.
Uma vez em modo manual e tirando plena vantagem das trocas de 100 milissegundos da transmissão MCT, a Mercedes acha que você pode chegar a 100 km/h em 4,4 segundos. Com base nas poucas horas que passei barbarizando os vilarejos do norte do estado de Nova York, aposto que você consegue chegar aos 100 km/h em menos tempo.
   Divulgação
Mercedes-Benz CL
 
Quer ir ainda mais rápido? Sempre há o topo de linha CL65 com seu V12 biturbo de 102 kgmf de torque. É claro que esse carro tem preço inicial de 213.175 dólares (cerca de 362.400 reais). A outra opção é ficar com o CL63 e optar pelo pacote de alto desempenho da AMG. Através de um software reconfigurado (e, incrivelmente, apenas software), o M157 salta para 570 cv e um imenso torque de 91,8 kgmf para dilacerar pneus.
O preço do pacote de alto desempenho? Por volta de oito mil dólares (cerca de 13,6 mil reais), ou menos de 5% do preço de 151.725 dólares (cerca de 257.900 reais) do CL63. Esses talvez sejam os melhores oito mil dólares que você pode gastar em todo o universo automotivo, porque, enquanto o CL63 é muito rápido, o pacote de alto desempenho o torna subversivo. Viva o cacife alto!

Fonte: revistaautoesporte
Disponível no(a):http://revistaautoesporte.globo.com

Nenhum comentário: