28 de jan. de 2011

Volkswagen SpaceFox Sportline 1.6 Flex

Fartura de equipamentos e visual moderno são as armas da perua compacta












As peruas, normalmente, têm no porta-malas mais espaçoso o seu principal trunfo. É o típico carro para viajar com a família e que também serve para o dia-a-dia. Mas o SpaceFox tenta ir além disso. A station wagon da Volkswagen não apenas oferece mais espaço no bagageiro (430 litros), mas também uma quantidade interessante de equipamentos modernos, muitos deles voltados ao conforto e à comodidade – aspectos que reforçam seu apelo familiar e urbano. São exemplos os sensores de chuva, de luminosidade e de obstáculos traseiro, itens que dispensam qualquer ação por parte do motorista quando necessários.

Claro, nem todas os SpaceFox trazem esses (e outros) itens. O melhor pacotão de recursos pertence à versão topo de linha Sportline, avaliada pela equipe do Carsale. A configuração pode usar câmbio manual de cinco marchas ou o robotizado I-Motion, que dispensa o pedal de embreagem e traz paddle-shifts no volante para se fazer trocas manuais de marcha. Nós testamos a versão com transmissão manual – o que, particularmente, agrada mais ao repórter que vos escreve. Trata-se da melhor caixa de câmbio (MQ-200) entre os compactos do mercado brasileiro. Sob o capô, há apenas o (bom e velho) motor 1.6 Flex.

Mas apesar de ser o único disponível, o bloco de bons 104 cv de potência (com etanol) está de acordo com a proposta do SpaceFox. De forma geral, a station compacta da Volks reúne atributos sob medida. Nem falta, nem sobra. Até o preço, a partir de R$ 48.790, parece adequado. No entanto, a versão Sportline avaliada é mais salgada: parte de R$ 55.190, valor que supera – e muito – os R$ 48.490 pedidos pela Renault na perua média Mégane Grand Tour, com motor 1.6 16V de 115 cv, freios com ABS e airbags frontais. Ainda assim, o SpaceFox é um carro interessante, como vocês conferem a seguir.

Desenho está alinhado com a Europa

O SpaceFox é hoje a mesma perua da época em que foi lançada no Brasil, em abril de 2006. Mas apesar de não ter recebido modificações estruturais, a station foi amplamente modernizada em junho desse ano, ganhando novo visual para se aproximar da nova linguagem dos carros da montadora alemã. Assim como no hatch Fox, do qual a perua deriva, a reestilização foi um pouco mais ampla que o de costume, com modificações externas e internas. O carro ganhou um painel moderno, elegante e bem mais funcional e menos simplório que o antigo. Com ele, a vida a bordo deu um salto considerável.

O volante, por exemplo, tem formato anatômico e esportivo, inspirado na mesma peça do cupê de quatro portas Passat CC. O mesmo volante pode ter botões para controlar o som e navegar pelo I-System, o computador de bordo moderno que inclui uma tela de cristal líquido nos instrumentos, entre os relógios do velocímetro e do conta-giros. O recurso mostra dados do som em tempo real (o nome das músicas ou a estação de rádio sintonizada), além das informações básicas, como consumos médio e instantâneo, tempo de viagem, distância percorrida, velocidade média, odômetro, entre outros.

Acabamento segue simples, mas agrada

A remodelação definitivamente fez muito bem ao SpaceFox em diversos aspectos – tanto que perua concorreu ao prêmio de Carro do Ano 2011, da revista Auto Esporte. Os faróis e lanternas exalam modernidade, com as molduras (nos faróis) e seções de luz (nas lanternas) marcantes. Com os novos conjuntos óticos, o carro pode ser reconhecido na rua à noite. Mas sem dúvida foi o interior da station que mais ganhou pontos positivos. Não pelo visual, que permanece sóbrio. Mas o novo painel – com molduras prateadas nas saídas de ar na versão Sportline – deixou o ambiente mais “requintado”.

Como antes, não há luxo a bordo. Quase todo revestimento interno é de plástico rígido. Há tecido nas portas, plásticos de diferentes texturas e só. Porém, o visual agrada mais. E o novo painel tornou o convívio melhor. No modelo anterior, o painel básico, com quadro de instrumentos de relógio central e porta-luvas sem tampa, era um recorrente alvo de críticas. Na versão esporte, também se destacam os bancos com apoios laterais pronunciados – é uma tentativa de transmitir esportividade, com o volante de boa pega. Há também revestimento em couro como opção (custa R$ 1.670).

Mais de 1,2 mil km ao volante da perua

Percorremos exatos 1.250 quilômetros a bordo do SpaceFox há algumas semanas. Saímos de São Paulo rumo ao Rio de Janeiro, percurso que já se tornou tradicional nos testes realizados pelo Carsale. Durante o trajeto, colocamos a perua em situações de uso cotidianas e até incomuns – enchemos o bagageiro do veículo com objetos até o limite possível e pegamos a “serrinha”, bem sinuosa, de acesso ao Alto da Boa Vista, região montanhosa da capital fluminense. Tudo para testar a capacidade da station em situações extremas, quando há cinco adultos no veículo ou bastante carga. A ideia era testar os limites do motor 1.6 litro Flex.

E o resultado foi positivo. Apesar de não oferecer grande arrojo, o veterano bloco 1.6 litro da Volks empurra com vigor o SpaceFox, independente da quantidade de pessoas e parafernálias a bordo. O bom desempenho com a perua carregada se vale, sobretudo, do torque em baixa, com os 15,6 kgfm (E) despejados por inteiro sobre as rodas dianteiras logo aos 2.500 giros. A sensação ao volante é de força constante, disponível assim que se pisa mais fundo no pedal do acelerador. Em contrapartida, na estrada, o modelo demora a subir os giros e ganhar velocidade acima dos 100 km/h.

Em termos de rendimento, o motor 1.6 Flex, com quatro cilindros em linha e oito válvulas, é melhor nas arrancadas que nas retomadas – como comprovam os números do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Para arrancar de zero a 60 km/h, a station precisou de bons 4,9 segundos, tempo que sobe para 11,9 segundos saindo da inércia para atingir os 100 km/h. Já para retomar dos 60 km/h aos 100 km/h foram necessários 11,8 segundos, aproximadamente um segundo menos que 12,9 necessários para ir dos 80 km/h aos 120 km/h. Ainda assim, na estrada não houve falta de fôlego nas ultrapassagens.

E se entrega força suficiente, o bloco 1.6 Flex também oferece um bom nível de consumo – nada excepcional, mas um bom número. A média com etanol na cidade foi de baixos 6,9 km/l, mas com gasolina o modelo é capaz de rodar 11,2 km por litro em vias urbanas. Já na estrada, o rendimento com o combustível vegetal segue muito inferior ao com o combustível fóssil: as médias foram de 11,9 km/l e de ótimos 16,6 km/l, respectivamente. Diante desses números, fica clara a vantagem de se usar gasolina no SpaceFox em vez de etanol – mas é preciso sempre checar os preços nas bombas.

Dinamicamente, a perua da Volkswagen se mostrou firme, apesar da sua altura elevada em relação ao solo. Em curvas e retas a station wagon compacta se manteve segura, sem pregar sustos mesmo quando exigida em manobras mais intensas. A suspensão, como de costume nos Volkswagen, é mais rígida que macia. Mas o conjunto, além de absorver bem as imperfeições do nosso asfalto, segura bem a perua sem comprometer o conforto a bordo. Outro ponto positivo é a direção, nem leve nem pesada, que conversa afinadinha com as rodas dianteiras, com ótima precisão nas manobras de estacionamento.

O SpaceFox é um carro de certa forma racional, sem grandes extravagâncias, feito para atender principalmente às famílias de classe média. Na versão Sportline avaliada, o preço não condiz com o nível do acabamento, que é bem feito, mas ao mesmo tempo preza pela simplicidade. Há basicamente plástico cobrindo o habitáculo. Tudo bem que o nível de equipamentos é ótimo. Além dos básicos ar-condicionado, direção assistida e trio elétrico, há sensores, chave do tipo canivete, volante multifunção, o moderno I-System, sistema “Follow me Home”, que mantém os faróis acesos por alguns segundos após travar as portas, rebatimento automático do retrovisor direito em manobras de ré (Tilt Down) e rádio/CD/MP3 com Bluetooth e entradas USB e para cartões de memória (SD Card).

Também são de série na versão de apelo jovial o sistema ABS, com distribuidor eletrônico EBD, e as bolsas infláveis frontais. As rodas de liga leve têm aro 15. E como um típico carro-família, a perua traz mesinhas do tipo aviação e uma gaveta embaixo do assento do motorista – além do espaçoso porta-malas de 430 litros, expansíveis a 527 litros com o banco traseiro corrediço posicionado à frente. Atualmente, o SpaceFox é a segunda perua mais vendida do nicho no País, com média de 1,7 mil vendas/mês, atrás apenas da líder Fiat Palio Weekend. E a reestilização recente, sem dúvida, fez bem à perua, agora ainda mais versátil.

Fonte: carsale
Disponível em:http://carsale.uol.com.br/



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