29 de jan. de 2011
Por quê a brita está sumindo dos autódromos?
Grama e brita são duas coisas que estão entrando em extinção nos autódromos – principalmente naqueles que a Fórmula 1 compete. A grama é fácil de entender: apesar de bonita, ela é um verdadeiro sabão, induzindo a rodadas e impedindo que os carros percam mais velocidade antes de um impacto. Por outro lado, sua ausência nivela os pilotos por baixo – é fácil arriscar em uma curva quando a área de escape é asfaltada.
Já a brita é uma faca de dois gumes, podendo desacelerar o carro… ou piorar as coisas de vez. É o que vocês verão aqui.
Na teoria, a caixa de brita reduz a velocidade do bólido por uma espécie de atolamento. As rodas afundam nos pedriscos, e o atrito excessivo – do assoalho inclusive – freia o carro com um potencial maior do que se ele estivesse rodando sobre o asfalto. Para as equipes, o prejuízo é grande: o assoalho de titânio de um Fórmula é danificado, radiadores, suspensão, pneus, muitas coisas podem sofrer danos irreparáveis com os saltos e esfregões nas pedrinhas. Fora o trabalho de limpeza.
Mas na prática, as caixas de brita guardam um perigo potencial. Dependendo do ângulo e velocidade de penetração na barreira, o carro pode decolar ou capotar, multiplicando os estragos em relação a uma área de escape asfaltada. Lewis Hamilton experimentou o gosto amargo desta possibilidade na qualficação para o GP da Europa de 2007 (Nurburgring), quando a suspensão dianteira direita de seu McLaren quebrou. Seguindo reto no “S” do Schumacher – curva mais veloz do autódromo -, o monoposto decolou duas vezes sobre a caixa de brita, praticamente não perdendo velocidade antes da violenta batida.
Já neste acidente de 2004, apesar de praticamente desconhecido, é bastante típico em curvas de alta cuja área de escape é formada por caixas de brita. O húngaro Barna Paar perdeu o controle de seu F-Renault após o estouro de um pneu traseiro. A brita agiu como uma plataforma da lançamento lateral, induzindo o carro a uma série de capotagens tão longa que, por muito pouco, o carro não passa por sobre o guard-rail.
É por estas e outras que vemos áreas de escape asfaltadas em algumas curvas críticas, principalmente nos autódromos que a Fórmula 1 utiliza. Laranjinha e Curva do Lago em Interlagos, 130R em Suzuka, Eau Rouge e Blanchimont em Spa… a lista é grande, e tende a aumentar.
Fonte:jalopnik
Disponível em:http://www.jalopnik.com.br/
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