9 de jan. de 2014

Teste: Nissan Sentra 2.0 16V SL - Ambições acima da média

Fotos: Jorge Rodrigues Jorge/CZN
Teste: Nissan Sentra 2.0 16V SL - Ambições acima da média
Novo Sentra dobra vendas do antecessor e ruma ao miolo do segmento de sedãs médios

por Raphael Panaro
Auto Press
 
A Nissan deu uma nova chance ao sedã Sentra. A marca japonesa lançou em outubro desse ano a sétima geração do modelo – a terceira por aqui – para tentar um sucesso jamais alcançado no segmento de sedãs médios. Com o veículo remodelado, a Nissan pretende atingir 1.400 vendas mensais – para brigar pelo posto de quarto colocado com o também mexicano Volkswagen Jetta. A princípio, a meta é bastante improvável, já que historicamente o modelo sempre rondou as 600 unidades/mês – o ápice foi em 2011, com média de 874 carros. Os números iniciais desta nova geração do Sentra, porém, indicam que a avaliação da Nissan pode encontrar respaldo na realidade. Em três meses de comercialização, o novo sedã já registra a média de 855 veículos. Em dezembro, foram 1.073 unidades.
 
Vários fatores vêm contribuindo para que o Sentra consiga se sobressair em meio à “multidão” de médios. A começar pelo novo desenho, que em nada lembra o conservador antecessor. As novas dimensões e a melhora do espaço interno, com o aumento do entre-eixos, também mudam a percepção sobre o carro – que dá a impressão de ser maior do que é. Outro bom argumento de vendas é o propulsor bicombustível 2.0 litros, gerenciado por um câmbio CVT. Ele até perdeu potência, mas ganhou eficiência. Tanto que o modelo recebeu nota “A” no Programa de Etiquetagem do InMetro sobre consumo. Quem também ganhou uma nova geração foi a transmissão.
 
 
 
O último e mais importante motivo que torna o Sentra atraente é a etiqueta de preço. A versão testada – a “top” SL – custa R$ 71.990 e traz uma vasta lista de equipamentos. Ele traz tela de 5,8 polegadas com navegação por satélite integrada, sensor de estacionamento com câmara de ré, teto solar elétrico e bancos de couro. Itens como chave presencial, ignição por botão, computador de bordo, controle de cruzeiro, rádio/CD/MP3/Bluetooth e seis airbags. Rivais japoneses com o mesmo recheio custam, no mínimo, 10% mais.
 

Ponto a ponto
 
 
Desempenho – O motor 2.0 litros não faz feio em tirar o sedã de 1.348 kg da inércia. O Sentra arranca com facilidade, mas é “amansado” pela transmissão continuamente variável de relações infinitas. Nessa proposta, o câmbio se encaixa muito bem e transforma a condução do modelo em um passeio extremamente suave e confortável. Nota 7.
 
Estabilidade – O Sentra mostra um comportamento bem equilibrado em uma sequência de curvas. A transferência de peso entre os eixos é bem sustentada nas frenagens e acelerações. O carro também se mantém neutro em velocidades elevadas apesar da direção leve demais. Nota 8.
 
 
Interatividade – Todos os comandos essenciais estão bem distribuídos e ao alcance das mãos do condutor. Ar-condicionado e o sistema multimídia são de fácil entendimento e manuseio. O dispositivo ainda pode ser controlado pelo volante multifuncional, que tem boa pegada. Mas a grande quantidade de botões exige que o motorista desvie a atenção da estrada para acertar a função desejada. Nota 8.
 
Consumo – De acordo com os testes do InMetro, o Sentra SL registrou um consumo médio de 6,9 km/l na cidade e de 9,1 km/l na estrada com etanol e de 10,2 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada com gasolina. Estes números renderam nota “A” dentro de sua categoria e “C” no geral no programa de etiquetagem do InMetro. Nota 8.
 
Conforto – Os espaços para as pernas são amplos graças às dimensões maiores do atual modelo. Mesmo com o ajuste do banco do motorista bem para trás, o ocupante traseira ainda esbanja certa comodidade. Somente a adição de um quinto elemento atrás comprometer o conforto. A Nissan também fez um bom trabalho ao adaptar o Sentra às estradas brasileiras – a suspensão filtra bem as imperfeições do asfalto. O isolamento acústico também ganhou materiais mais robustos de absorção e quase não há ruídos na cabine. Nota 9.
 
Tecnologia – Nas versões básica S e intermediária SV, o Sentra vem bem equipado. Mas é na SL que a Nissan pôs tudo que tinha a oferecer. Além de chave presencial, ignição por botão, computador de bordo, controle de cruzeiro e rádio/CD/MP3/Bluetooth, a configuração topo de linha ainda tem como destaque o display de 5,8 polegadas com GPS integrado airbags laterais e de cortina, teto solar, rodas de 17 polegadas e sensor de estacionamento com câmara de ré. O sedã também fez uma “dieta” de 33 kg em relação à geração anterior graças à nova plataforma – criada em 2012. Nota 9.
 
Habitabilidade – Entrar e sair do Sentra é fácil. O ângulo de abertura das portas chega a quase 90°. A posição de dirigir também é bem ergonômica e os ajustes são simples. No console central, há dois porta-copos, mas por falta de opção acabam sendo usado como nichos para chaves, carteira ou celular – os bolsões nas portas não são tão práticos. Já o porta-malas tem capacidade para bons 503 litros – 61 litros a mais que o anterior. Nota 7.
 
Acabamento –  O habitáculo vem com um revestimento com materiais emborrachados e agradáveis ao toque em todos os pontos de contato com os passageiros. Os plásticos rígidos estão presentes apenas em áreas nas portas e em partes do painel menos acessíveis. As portas e o console central ainda recebem um aplique metálico que, junto dos bancos em couro, dão um toque refinado ao modelo. Nota 8.
 
 
Design – O Sentra evoluiu muito em relação ao antecessor. As linhas são harmoniosas e em sintonia visual com a atual gama da marca – caracterizada pela grande grade dianteira cromada em formato de trapézio invertido. Como marca oriunda do Japão, a Nissan preferiu não arriscar e o sedã adota sobriedade nipônica – sem provocar grandes suspiros. As lanternas de led na frente e atrás, porém, dão um “ar” de contemporaneidade. Nota 7.
 
Custo/benefício – A Nissan pede R$ 71.990 pelo Sentra SL. A versão “top” do modelo é mais em conta até que as configurações intermediárias dos concorrentes Honda Civic 2.0 LXR, que tem valor de R$ 74.490, e Toyota Corolla 2.0 XEi, que custa R$ 75.620 – a diferença é a transmissão automática convencional dos rivais. Se comparado no andar de cima, a diferença fica mais evidente. O Civic 2.0 EXR chega a R$ 83.990 e o Corolla Altis 2.0 custa exatos R$ 85 mil. O valor de R$ 71.990 se mostra bastante competitivo para o que Sentra oferece. Nota 8.
 
Total – O Nissan Sentra somou 79 pontos em 100 possíveis.
 
Impressões ao dirigir
 
Pragmatismo orientado
 
 
O Nissan Sentra representa bem a racionalidade japonesa. E isto está longe de ser um ponto negativo. Esteticamente, o Sentra não arrisca nada muito arrojado, mas definitivamente é mais atraente que a geração anterior. Destaque para a traseira que traz lanternas em leds com formato irregular, mas que dão um aspecto moderno ao sedã. Pressionado o botão de ignição e com o sedã em movimento, o lado prático vem à tona. O Sentra é bem competente naquilo que se propõe, mas não instiga emoção.
 
O motor 2.0 litros de 140 cv tem potência suficiente para mover o sedã. Com o torque de 20 kgfm a 4.800 giros, o ganho de velocidade se dá gradativamente e não permite uma tocada mais esportiva – sempre dando prioridade ao conforto. A transmissão CVT executa o seu trabalho perfeitamente, sem “soluços” nem “muxoxos”. A direção tem respostas rápidas, mas não muda o peso em altas velocidades. Entretanto, a sensação de segurança permanece. 
 
 
O interior relativamente simples do Sentra é compensado pela vasta lista de equipamentos. “Gadgets” como tela sensível ao toque, entrada USB e conexão Bluetooth são de série desde a versão “básica”. A cabine é bastante confortável, com bancos macios e largos, além do bom isolamento acústico, que ajuda a dar um ar ainda mais “sereno” ao sedã.
 
Ficha técnica
 
Nissan Sentra 2.0 16V SL
Motor: Bicombustível, dianteiro, transversal, 1.997 cm³, com quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, comando variável nas válvulas de admissão e escape e duto de admissão de dupla geometria. Acelerador eletrônico e injeção eletrônica multiponto sequencial.
Transmissão: Câmbio continuamente variável à frente (CVT) e marcha a ré. Tração dianteira. Não oferece controle de tração.
Potência máxima: 140 cv a 5.100 rpm com etanol/gasolina.
Torque máximo: 20 kgfm a 4.800 rpm etanol/gasolina.
Diâmetro e curso: 84 mm X 90,1 mm. Taxa de compressão: 9,7:1.
Suspensão: Dianteira independente do tipo McPherson com barra estabilizadora. Traseira com eixo de torção, barra estabilizadora e molas helicoidais.
Freios: Discos ventilados na dianteira e discos sólidos na traseira. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e quatro lugares. Com 4,63 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,51 metro de altura e 2,70 metros de entre-eixos. Oferece airbags duplos de série.
Peso: 1.348 kg.
Capacidade do porta-malas: 503 litros.
Tanque de combustível: 52 litros.
Produção: Aguascalientes, México. 
Itens de série: i-Key, freios ABS com EBD, airbags frontais, rodas de liga-leve de 17 polegadas, lanternas e faróis de led, ar-condicionado, direção elétrica com assistência variável, retrovisores externos com regulagem elétrica, botão de ignição , faróis de neblina, volante multifuncional com acabamento em couro, rádio rádio/CD/Mp3/Aux/USB/Bluetooth e GPS integrado ao painel e seis alto-falantes, câmbio CVT, bancos de couro, airbag duplo dianteiro, laterais e do tipo cortina, sensor crepuscular, tetol solar elétrico, retrovisores eletricamente rebatíveis, sensor de estacionamento com câmara traseira, sistema multimídia com tela de 5,8 polegadas sensível ao toque.
Preço: R$ 71.990.
 
 

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