Ford Fusion Titanium AWD tem visual inspirado e muita tecnologia para conquistar clientela
por Igor Macário
Auto Press
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A Ford não tem do que reclamar com o
novo Fusion. Se a primeira geração foi um sucesso, responsável por
recolocar a marca no segmento de sedãs no Brasil e nos Estados Unidos, a
segunda fase do modelo não fez feio. E ainda elevou as vendas do carro.
Em 2013, a Ford conseguiu vender cerca de 800 Fusion no Brasil por mês
–
lidera com folga entre os sedãs médio-grandes e, mesmo entre os médios,
só vendem mais que ele o Honda Civic, o Toyota Corolla e o Chevrolet
Cruze. Um desempenho bem superior às 460 unidades, ainda do modelo
antigo, que saíram das concessionárias em cada mês de 2012. E a
tendência parece ser de alta – em janeiro desse ano, já foram 1.341
emplacamentos. A primeira variante a chegar ao mercado brasileiro, no
fim de 2012, foi a “top” Titanium, com motor 2.0 turbo e tração
integral. Ela custa R$ 118.900 e vem recheada de equipamentos. E ainda é
envolvida por uma carroceria com design sofisticado.
Um dos atrativos do Fusion topo de linha
é a lista de equipamentos de série. A Ford dotou o carro de itens só
vistos em modelos bem mais caros. Além dos já quase triviais monitor de
ponto cego e assistente de estacionamento, o carro tem controlador de
velocidade de cruzeiro adaptativo – que regula a velocidade de acordo
com o ritmo do tráfego – e um equipamento que mantém o carro numa mesma
faixa de rolagem. Ao detectar que o carro tende a ir para a faixa ao
lado, ele faz uma leve força contrária ao volante para impedir a manobra
e alertar o motorista. A câmara de ré também avisa sobre carros vindo
na perpendicular ao movimento do carro e o Fusion ainda freia sozinho na
cidade, caso algo entre no caminho. Além disso, a tela sensível ao
toque de 8 polegadas do MyFord Touch dá um ar quase futurista ao
interior.
Para animar esse conjunto, a versão é
equipada com o motor 2.0 litros turbo EcoBoost. Ele rende 240 cv a 5.500
rpm e 34,5 kgfm constantes entre 1.750 e 4.500 giros. Com isso, o
Fusion Titanium acelera de zero a 100 km/h em ótimos 7,3 segundos e
segue até a máxima de megalômanos 240 km/h. A força é gerenciada por um
câmbio automático convencional de seis marchas e enviada às quatro rodas
pelo sistema de tração integral. Esse motor substituiu o antigo V6 de
3.0 litros usado na primeira geração do Fusion. O seis cilindros era
mais potente, com 243 cv, mas rendia apenas 30,8 kgfm a 4.300 rpm.
O visual instigante é um dos pontos
altos do sedã. A Ford conseguiu um ótimo resultado com o modelo, que
ostenta linhas musculosas e ao mesmo tempo elegantes. A frente baixa tem
faróis estreitos e a grade que remete aos superesportivos da Aston
Martin – e que se parece bastante com o arranjo do novo Ford Mustang. A
traseira é curta e com o terceiro volume bem integrado ao caimento do
teto, onde quase não há ângulo entre o vidro de trás e a tampa do
porta-malas. As lanternas traseiras são grandes e com uma luz de leds
que contorna toda a peça e contribui para a beleza do conjunto. O perfil
é mais sóbrio, com um friso cromado em torno das janelas, que demarca
bem a linha de cintura alta do sedã. As rodas de 18 polegadas com raios
finos completam o conjunto.
Os R$ 118.900 que a Ford pede pelo carro
parecem bastante adequados ao que o modelo oferece. A quantidade de
mimos e itens de segurança é grande e superior à maior parte dos rivais.
Sedãs do mesmo porte, como o Nissan Altima e o Hyundai Sonata, tem
motorização inferior – compatível com a versão mais barata do Fusion, a
2.5 flex. Quem mais se aproxima é o Volkswagen Passat, com seu 2.0
litros também turbo de 211 cv. Mas, equipado à altura do Fusion, o
Passat sobe dos R$ 118.150 iniciais para elevados R$ 154.700. Pelo valor
do Fusion, a real concorrência vem com emblemas cheios de status, como
Mercedes-Benz C180, BMW 316i e Audi A4 2.0. Eles têm preços semelhantes,
mas são menos equipados, já que são todos versões de entrada. O Fusion
pode não ter o mesmo status de um sedã alemão, mas oferece em troca
espaço, design elegante e bastante conveniência.
Ponto a ponto
Desempenho – Os 240 cv
produzidos pelo valente 2.0 litros são bem suficientes para o Fusion não
fazer feio. Há boa dose de força em praticamente qualquer rotação e o
sedã, apesar dos 1.599 kg, deslancha com notável facilidade. O torque de
34,5 kgfm aparece por completo entre 1.750 e 4.500 rotações e permite
uma tocada sempre consistente. O câmbio automático de seis marchas
cumpre bem a função, com trocas suaves e escalonamento correto. As
marchas são mais longas, mas o motor dá conta de empurrar sem problemas.
Nota 9.
Estabilidade – É um dos
pontos altos do modelo. Apesar de grande, o sedã se mantém sempre
colado ao asfalto, com comportamento excelente. A suspensão controla bem
os movimentos do “corpanzil” do Fusion em mudanças de direção e curvas
acentuadas. A tração integral contribui muito e até corrige eventuais
escapadas antes da atuação do controle de estabilidade. Nota 9.
Interatividade – A
quantidade de sistemas e funções no interior do Fusion é grande e o
motorista precisa de algum tempo para aprender tudo. Mas passada a
confusão inicial, as operações correm sem muito mistério. O MyFord Touch
é relativamente simples de usar e a tela sensível ao toque está ao
alcance das mãos sempre. O cluster de instrumentos é configurável e
exibe uma infinidade de informações úteis, como direções do GPS e
indicações do computador de bordo. Fora o comando dos vidros, muito
avançado nas portas em relação ao banco do motorista, todos os comandos
são bem posicionados. Nota 8.
Consumo – O InMetro
testou o Ford Fusion Titanium 2.0 AWD e conseguiu média de 7,8 km/l na
cidade e 11,0 km/l de gasolina na estrada. As marcas conferem ao modelo
notas C em sua categoria e D no cômputo geral. Nota 5.
Conforto – Os 2,85 m de
entre-eixos do carro abrem bastante espaço no interior, que tem bancos
de couro bastante confortáveis. O motorista consegue logo uma boa
posição de dirigir e o Fusion se torna um ótimo companheiro para
viagens. A mesma suspensão que dá um bom comportamento dinâmico ao carro
ainda consegue ser macia em uso urbano. A “buraqueira” do asfalto das
grandes cidades é menos sentida do que as rodas de 18 polegadas fariam
supor. O isolamento acústico é muito bom e também deixa de fora ruídos
de rua e motor. Nota 8.
Tecnologia – O Fusion é
um carro bastante moderno. A segunda geração é de 2012 e a versão topo
trocou o antigo V6 de 3.0 litros por um mais eficiente 2.0 litros
turbinado da linha EcoBoost – que produz praticamente a mesma força do
V6. Dentro, a Ford instalou a geração mais recente do MyFord Touch, com
uma tela sensível ao toque de 8 polegadas. O carro ainda tem
dispositivos eletrônicos de segurança como monitor de ponto cego,
sistema de estacionamento automático, controlador de velocidade de
cruzeiro adaptativo e até um sistema que ajuda a manter o carro na faixa
de rolamento. Nota 9.
Habitabilidade – Mesmo
com ar de carro “executivo”, a cabine do Fusion tem diversos
porta-objetos que facilitam a vida a bordo. Há dois porta-copos fundos
no console e um grande nicho sob o descansa braço dianteiro. Nas portas,
espaços para garrafas e outros itens que ficariam soltos pelo interior.
O porta-malas leva bons 453 litros, tem rede para segurar objetos
menores e os bancos traseiros ainda podem ser rebatidos. Nota 7.
Acabamento – Os
materiais usados no interior são de qualidade, com couro e imitação de
metal usados em profusão. O problema é a montagem das peças, que não
está à altura dos R$ 118.900 cobrados. Os encaixes mereciam melhor
precisão, principalmente em áreas que trabalham sob maior estresse, como
os revestimentos próximos aos puxadores de porta, que não passam muita
firmeza e se soltam com facilidade. Ao menos, o isolamento acústico é
dos melhores e as costuras das partes revestidas em tecido ou couro não
decepcionam. Nota 7.
Design – Certamente o
ponto alto do modelo. As linhas são muito elegantes e esportivas, com
traços finos e bem resolvidos. A frente em cunha, com a grade que imita
os Aston Martin, dá bastante personalidade, enquanto a traseira alta é
ornada por belas lanternas de led. O perfil é sóbrio e as dimensões
sutilmente avantajadas do carro são notadas. Nota 10.
Custo/benefício – O
Ford Fusion Titanium EcoBoost AWD reina praticamente sozinho no
segmento. Seus principais concorrentes – como Nissan Altima e Hyundai
Sonata – trazem motores menores e são mais emparelhados com a versão 2.5
flex do sedã da marca norte-americana. Pelos R$ 118.900 pedidos, ele já
consegue brigar com as versões mais baratas de Mercedes-Benz Classe C,
Audi A4 e BMW Série 3 que, no entanto, são carros menos equipados e mais
fracos. O Ford ainda traz uma extensa lista de itens de série, com
várias comodidades ainda raras em seu nicho, visual instigante e muita
tecnologia. Nota 7.
Total – O Ford Fusion Titanium AWD 2.0 EcoBoost somou 79 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Desfile de força
Logo de cara, o visual do Ford Fusion
impressiona. O carro é grande, e as linhas esportivas e bastante
harmônicas ainda chamam atenção nas ruas, mesmo passado mais de um ano
de seu lançamento. A frente com a grade trapezoidal e os faróis
estreitos são radicalmente diferentes da primeira geração do sedã e dão
bastante personalidade – certamente impactante. O desenho é bem
resolvido e elegante. A traseira com caimento suave também ajuda a
formar um conjunto muito interessante e disfarça bem os 4,87 m de
comprimento do Fusion.
Em movimento, o 2.0 litros turbo de 240
cv dá conta de empurrar o modelo sem dificuldades. Superada uma certa
hesitação ao comando do acelerador, os 34,5 kgfm de torque aparecem logo
a 1.750 rotações e dão vitalidade ao Fusion mais caro. No entanto, os
quase 1.600 kg se fazem perceber, já que o carro tem um desempenho muito
bom, mas nem de longe pretensões esportivas. O câmbio automático de
seis marchas tem boas respostas e é bem escalonado – há até um modo
esportivo, que pouco muda o comportamento relativamente calmo do
conjunto. As trocas são suaves e a transmissão pouco se faz notar no uso
cotidiano.
Nas curvas, o Fusion brilha com um
acerto dinâmico excelente. A Ford conseguiu um ótimo equilíbrio entre
conforto de rodagem e estabilidade no modelo, que tem limites elevados.
Ele obviamente não é nenhum kart, mas consegue serpentear uma estrada
sinuosa em ritmo forte e ainda deixar um sorriso no rosto do motorista.
As reações ao volante são precisas e o Fusion se comporta, literalmente,
como “gente grande”. O sistema de tração integral ajuda bastante o
carro a se manter grudado no chão e a passar segurança a quem o dirige.
O interior é sóbrio e bastante moderno,
sem maiores requintes e com a tela sensível ao toque de 8 polegadas
chamando atenção. O sistema MyFord Touch é relativamente simples de
usar, mas demanda algum tempo para se assimilar todas as funções. O
equipamento controla todas as funções do carro, e dispositivos como som e
ar-condicionado ainda têm botões redundantes no painel – que são apenas
sensíveis ao toque e um tanto complicados de se usar com o carro em
movimento, já que não há botão físico e o motorista precisa desviar a
atenção para operar tudo corretamente. Ademais, o interior ainda é
confortável e bem isolado acusticamente.
Ficha técnica
Ford Fusion Titanium 2.0 EcoBoost AWD
Motor: A gasolina,
dianteiro, transversal, 1.999 cm³, quatro cilindros em linha, quatro
válvulas por cilindro, turbo. Injeção direta de combustível e acelerador
eletrônico.
Transmissão: Câmbio
automático de seis marchas à frente e uma a ré com modo sequencial e
trocas no volante. Tração integral. Oferece controle eletrônico de
tração.
Potência máxima: 240 cv a 5.500 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 7,3 s.
Velocidade máxima: 240 km/h.
Torque máximo: 34,5 kgfm entre 1.750 rpm e 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 87,5 mm x 83,1 mm. Taxa de compressão: 10,0:1.
Suspensão: Dianteira
independente do tipo McPherson, com molas helicoidais, amortecedores
hidráulicos e barra estabilizadora. Traseira independente do tipo
Multilink, molas helicoidais, amortecedores hidráulicos e barra
estabilizadora. Oferece controle eletrônico de estabilidade.
Pneus: 235/45 R18.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EBD.
Carroceria: Sedã com
quatro portas e cinco lugares. Com 4,87 metros de comprimento, 1,85 m de
largura, 1,44 m de altura e 2,85 m de entre-eixos. Oferece sete
airbags: dois frontais, dois laterais dianteiros, dois do tipo cortina e
um para o joelho do motorista.
Peso: 1.599 kg.
Capacidade do porta-malas: 453 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: Hermosillo, México.
Lançamento mundial: 2012.
Itens de série: Ar-condicionado
automático, vidros elétricos, travas elétricas,
rádio/CD/MP3/USB/Bluetooth, computador de bordo, direção hidráulica,
freios ABS, airbag frontais, laterais e de cabeça, sensores de
estacionamento, crepuscular e de chuva, bancos em couro, sistema de
navegação GPS, rodas de liga-leve em 18 polegadas, volante
multifuncional, leds de iluminação diurna, controlador de velocidade de
cruzeiro adaptativo e bancos dianteiros com aquecimento.
Preço: R$ 118.900.
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Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br
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