Citroën injeta tecnologia e potência no C4 Lounge turbo para ressurgir no segmento de sedãs médios
Este
propulsor 1.6 16V, turbo de alta pressão, segue movido apenas a
gasolina, com 165 cv a 6 mil rpm e 24,5 kgfm a baixas 1.400 rotações.
Ele é casado sempre com a transmissão automática de seis marchas. O
conjunto é suficiente para levar o sedã de zero a 100 km/h em bons 8,8
segundos e à máxima de 214 km/h. Esse motor é usado por diversos modelos
da PSA Peugeot Citroën, como os DS3, DS4, DS5, Peugeot 3008, 508, RCZ e
ainda na versão mais cara do rival 408. Além dos carros do grupo
francês, o propulsor funciona sob o capô dos Mini e dos BMW mais
baratos, como os 116 e 118i, além do recém lançado 316i.
Na
conversão do hatch francês C4 em sedã – que não é comercializado na
Europa –, a equipe de design da marca conseguiu um resultado
interessante. Até a coluna central, o modelo é igual ao hatch e, a
partir daí, a porta é alongada e o entre-eixos esticado. A adição do
terceiro volume não deturpou a harmonia das linhas originais. O vidro de
trás é côncavo, recurso usado também no médio-grande C5, modelo no qual
o Lounge é claramente inspirado. As proporções são corretas e o desenho
final tem personalidade própria. A frente é marcada pela grade
dianteira, que desenha o emblema da Citroën no centro, e pelos faróis
grandes, repuxados para as laterais – num arranjo semelhante ao do visto
nos carros da linha DS, mais luxuosa.
O
C4 Lounge Exclusive é muito bem equipado de série. A versão com motor
turbo incorpora itens importantes em relação à Exclusive com motor 2.0,
como sensores de ponto cego, painel com iluminação personalizável e a
tela de 7 polegadas que inclui GPS e câmara de ré. Além disso, a
Exclusive THP é a única que pode receber opcionalmente teto solar
elétrico e faróis de xenônio. De resto, ar-condicionado automático de
duas zonas, bancos em couro, airbags frontais, laterais e de cortina,
controle de estabilidade ESP e partida por botão são de série em todos
os Exclusive.
Completo,
ele custa R$ 83.280 e mira os conterrâneos Peugeot 408 THP, com
exatamente o mesmo conjunto mecânico e preço de R$ 78.590, e Renault
Fluence Privilège de R$ 83.799 com motor 2.0 litros de 143 cv e câmbio
automático CVT. Os líderes do segmento, Honda Civic EXR e Toyota Corolla
Altis custam mais, R$ 83.990 e R$ 85.890 respectivamente. Todos usam
propulsores 2.0 litros, mas apresentam desempenhos mais modestos que o
Citroën. Assim como o terceiro mais vendido, o Chevrolet Cruze, que
conta apenas com motor 1.8 de 140 cv e sai, na versão top, a R$ 83.190.
As exceções são o Volkswagen Jetta Highline TSI, com motor 2.0 turbo de
211 cv e preço completo de R$ 105.652, e o Ford Focus Titanium sedã e
seu motor 2.0 litro com injeção direta e 178 cv, de preço de R$ 90.990. A
briga pelo topo é acirrada.
Ponto a ponto
Desempenho – Os 165 cv
produzidos pelo valente 1.6 THP são bem suficientes para empurrar os
1.512 kg do C4 top sem esforço aparente. A aceleração de zero a 100 km/h
ocorre em bons 8,8 segundos e a máxima chega aos 214 km/h. O propulsor
consegue tirar o carro da inércia sem dificuldade, tem retomadas
consistentes e dá leveza ao conjunto. O câmbio automático de seis
marchas tem atuação correta para tirar o melhor do motor. O torque e
24,5 kgfm aparece pleno já a baixas 1.400 rotações e confere vitalidade
ao sedã. Nota 9.
Estabilidade – A
suspensão firme do C4 Lounge cumpre bem o trabalho de controlar os
movimentos da carroceria e honra as boas tradições da marca nesse
quesito. O comportamento é bem neutro, embora a frente tenha alguma
tendência de escapar, rapidamente controlada pelo ESP. A direção tem boa
relação com as rodas e peso correto, com boa sensação de segurança. O
conjunto é bem acertado e até aceita uma tocada mais agressiva sem
perder a compostura. Nota 8.
Interatividade – É
possível encontrar facilmente a melhor posição de dirigir no C4 Lounge –
apesar do volante ter um tamanho um tanto exagerado. Todos os comandos
vitais estão bem posicionados e apenas o console central confunde quem
utiliza o carro pela primeira vez. A quantidade de botões é grande e a
configuração do GPS e do sistema de som, por exemplo, é um tanto
complicada. Uma tela sensível ao toque facilitaria bastante a interação
com o sistema. Nota 7.
Consumo – O InMetro não
testou nenhuma unidade do Citroën C4 Lounge THP, mas o computador de
bordo acusou média de 7,5 km/l de gasolina em ciclo urbano e 12,3 km/l
em ciclo rodoviário. Nota 6.
Conforto – O acerto
mais rígido que dá ao sedã um bom comportamento dinâmico tira pontos do
modelo no conforto de marcha. No entanto, o isolamento acústico é muito
bom – mesmo em velocidades elevadas, pouco se ouve motor ou vento. Os
bancos têm densidade firme, boa para horas a bordo do carro, e os
revestimentos são sempre agradáveis ao toque. Quatro passageiros viajam
com bastante espaço disponível e mesmo um terceiro ocupante atrás não
viaja com aperto. Nota 8.
Tecnologia – O C4
Lounge é construído sobre a plataforma PF2 da segunda geração do C4
hatch francês, lançado na Europa no fim de 2010. A base, no entanto, é
uma evolução da usada no primeiro C4 e já está sendo substituída na
Europa pela modular EMP2, do novo Peugeot 308. O motor da versão topo é o
badalado 1.6 litro THP, desenvolvido numa parceria entre a PSA e a BMW.
Há sistemas de segurança importantes, como seis airbags e controles de
estabilidade e tração de série, assim como monitor de ponto cego. Nota 8.
Habitabilidade – As
dimensões generosas do habitáculo facilitam o uso do carro no dia-a-dia.
As portas são grandes e com bom ângulo de abertura. O porta-malas
acomoda 450 litros e pode ser expandido com o rebatimento do banco
traseiro. No entanto, o interior merecia mais porta-objetos. O vão sob o
apoia-braço central é raso e à frente da alavanca de câmbio há apenas
um pequeno porta-trecos. Na prática, somente os bolsões das portas ou o
porta-luvas cavernoso são realmente úteis. Nota 7.
Acabamento – A
impressão inicial da cabine é boa. O alto do painel é emborrachado e os
materiais usados em geral são de qualidade. No entanto, em regiões menos
visíveis do interior, os plásticos são simples demais e contrastam com o
padrão adotado no restante. Nota 8.
Design – A Citroën
conseguiu um resultado feliz ao criar a versão sedã do C4. O visual
manteve a harmonia das linhas, sem que o terceiro volume pareça um mero
enxerto. Os traços são elegantes e o uso contido de cromados dá um toque
de sofisticação ao conjunto. Nota 8.
Custo/benefício – Na
briga acirrada entre os sedãs médios, a Citroën oferece um conjunto
equilibrado e ainda atual com o C4 Lounge. A versão topo Exclusive THP é
bem fornida de equipamentos e custa R$ 78.690 – chega a R$ 83.280 com a
adição de um pacote que inclui pintura metálica, teto solar e faróis de
xenônio direcionais. Um Peugeot 408 com o mesmo conjunto mecânico é
ligeiramente mais barato, por R$ 78.590, enquanto o terceiro
franco-argentino do segmento, o Renault Fluence, vai a R$ 82.799 na
versão topo Privilège em igualdade de equipamentos. Os líderes do
segmento, Honda Civic e Toyota Corolla, custam ligeiramente mais – na
casa dos R$ 85 mil em suas versões topo – e oferecem conjuntos mecânicos
menos refinados. Apenas o Volkswagen Jetta tem motor turbo na
configuração top, mas o preço passa dos R$ 100 mil. Nota 7.
Total – O Citroën C4 Lounge Exclusive THP somou 76 pontos em 100 possíveis.
Impressões ao dirigir
Elegância e vigor
A
qualidade da cabine do C4 Lounge chama atenção. Os revestimentos são de
boa qualidade e a atmosfera do interior é razoavelmente refinada. O
enorme volante de quatro raios se destaca e agrupa comandos do som,
computador de bordo e controlador de velocidade de cruzeiro. No entanto,
o painel tem botões demais, que poluem o visual e atrapalham a
utilização do sistema multimídia, cuja tela não é sensível ao toque. Ao
menos, o sedã é recheado de equipamentos interessantes como
ar-condicionado automático de duas zonas e faróis de xenon direcionais. O
isolamento acústico é dos melhores e mal se ouve o motor ou ruídos
externos – mesmo com o carro em velocidade de cruzeiro.
Mas
é sob o capô que mora o melhor atributo da versão topo do C4 Lounge. O
motor 1.6 turbo rende 165 cv e bons 24,5 kgfm constantes entre 1.400 e 4
mil giros, que dá bastante elasticidade ao conjunto. As arrancadas são
decididas e o desempenho muito consistente. O propulsor é bem casado com
o câmbio automático de seis marchas, que consegue extrair o melhor do
quatro cilindros com pouca indecisão sobre qual marcha usar. A
transmissão só carece de alguma suavidade no funcionamento, que tem
trocas bem perceptíveis. Ao menos, o software entende bem as demandas do
pé direito e adapta rapidamente o conjunto conforme os humores do
motorista – no modo esportivo, o câmbio até chega a segurar
exageradamente as marchas, num comportamento agressivo demais para a
proposta do sedã.
Em
movimento, a suspensão firme entrega respostas secas ao passar por
irregularidades no asfalto, mas trabalha bem ao segurar com competência
os 1.512 kg do modelo. Ele não é nenhum esportivo, mas encara uma
sequência de curvas sem decepcionar. O C4 Lounge se sente à vontade em
vias de alta velocidade e segue plantado no chão. Há pouca tendência à
flutuação e qualquer exagero é rapidamente controlado pelo ESP, com
atuação bastante incisiva e quase precoce.
Ficha técnica
Citroën C4 Lounge Exclusive THP
Motor: Gasolina,
dianteiro, transversal, 1.598 cm³, turbo com intercooler, quatro
cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro. Comando duplo de
válvulas no cabeçote com sistema de variação de abertura na admissão e
escape. Injeção eletrônica multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de seis marchas à frente e uma a ré. Tração dianteira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 165 cv a 6 mil rpm.
Torque máximo: 24,5 kgfm a 1.400 rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 8,8 segundos.
Velocidade máxima: 214 km/h.
Diâmetro e curso: 77,0 mm x 85,8 mm. Taxa de compressão: 11,0:1.
Suspensão: Dianteiro
tipo pseudo McPherson e traseira com travessa deformável. Molas
helicoidais, amortecedores hidráulicos pressurizados à gás e barra
estabilizadora nos dois eixos. Oferece controle de estabilidade de
série.
Pneus: 225/45 R17.
Freios: Discos ventilados na frente e sólidos atrás. Oferece ABS com EDB.
Carroceria: Sedã em
monobloco, com quatro portas e cinco lugares. 4,62 metros de
comprimento, 1,78 m de largura, 1,50 m de altura e 2,71 m de
entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina.
Peso: 1.512 kg em ordem de marcha.
Capacidade do porta-malas: 450 litros.
Tanque de combustível: 60 litros.
Produção: El Palomar, Argentina.
Lançamento no Brasil: 2013.
Itens de série: Ar
condicionado automático com duas zonas, direção eletro-hidráulica,
airbags frontais, laterais e de cortina, vidros, travas e retrovisores
elétricos, rádio CD/MP3/USB/Bluetooth com tela de sete polegadas,
navegador GPS, câmara de ré, sensores de estacionamento dianteiro e
traseiro, controle de tração e de estabilidade ESP, volante
multifuncional, bancos em couro, monitor de ponto cego, computador de
bordo, controlador de velocidade de cruzeiro, partida por botão,
sensores crepuscular e de chuva, retrovisor interno fotocrômico.
Opcionais: Teto solar elétrico, pintura metálica e faróis de xenon
direcionais.
Preço básico: R$ 78.690.
Preço completo: R$ 83.280.
Participe! Deixe aqui seu comentário. Muito Obrigado! Disponível no(a):http://motordream.uol.com.br/
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