28 de dez. de 2013

Teste: Maserati Ghibli - Ponto estratégico

Fotos: Divulgação
Teste: Maserati Ghibli - Ponto estratégico
Maserati Ghibli é nova arma da marca italiana para alavancar vendas e ganhar presença mundial
O nome Ghibli não é novo para Maserati. O primeiro foi um esportivo de motor dianteiro e design inspirado, produzido do final dos anos 60 ao início do anos 70. O nome foi reutilizado nos anos 90 em um cupê que redundou em um completo fracasso comercial.
Apesar disso, em abril desse ano a Maserati apresentou o terceiro Ghibli no Salão de Shanghai, na China. Agora ele é um sedã de visual elegante que se parece muito com o novo Quattroporte – com o qual compartilha plataforma, mas é menor e mais barato. O modelo faz parte de uma estratégia agressiva da marca para comercializar mais produtos com seu emblema – a expectativa é de elevar as vendas mundiais da Maserati para 50 mil carros por ano até 2015. Mais que o dobro do volume atual – a marca deve encerrar 2013 com 23 mil carros vendidos. 
A gama compreende dois motores. Um V6 biturbo a gasolina de 3.0 litros em versões de 330 e 410 cv – esta para o Ghibli S –, e um outro V6 também de 3.0 litros diesel, com 275 cv e voltado para o mercado europeu. A linha disponível por lá ainda inclui a versão S Q4, com o motor a gasolina mais potente aliado a uma tração integral. O Ghibli “ básico ” a diesel acelera de zero a 100 km/h em 6,7. Na versão a gasolina fica em 5,6 segundos. O modelo S baixa o tempo para 5 segundos cravados e o Q4 reduz para 4,8 segundos. O mais veloz é o S, que tem máxima de 285 km/h. 
O visual é parecido com o sedã Quattroporte, mas o “ baby ” Maserati tem as marcas próprias de estilo. O ar esportivo e quase exótico foi mantido, com linhas “ parrudas ” e muita presença. Apesar de ser o menor Maserati, ele não é exatamente pequeno. São quase cinco metros de comprimento e dois de largura, que o deixa com porte para competir com carros como Jaguar XF, Audi A7, BMW Série 6 Grand Coupé e Mercedes-Benz CLS, todos sedãs com visual esportivo. A linha de cintura é alta e ajuda no estilo agressivo. Entradas de ar nos para-lamas são um clássico da marca, assim como os faróis repuxados. As lanternas de led dão um ar de modernidade.
Por dentro, a tela de 8,4 polegadas no meio do painel traz o sistema Maserati Touch Control, que comanda rádio, navegador, ar-condicionado e outras funções do carro. Além disso, ainda oferece como opcional um sistema de som da marca Bowers & Wilkins, com 15 alto-falantes e 1.200 watts. Esse pacote, no entanto, não é barato. Na Itália, o Ghibli mais em conta custa 67 mil euros, o equivalente a R$ 216 mil. Na versão S, a conta se eleva para mais 85 mil euros, ou R$ 274 mil. No Brasil, o modelo deve chegar à nova revenda da marca em São Paulo no início de 2014 com preços entre R$ 590 mil e R$ 690 mil.
 
Primeiras impressões
Estilo italiano
Nas fotos, o Maserati Ghibli é muito parecido com o maior Quattroporte. Pessoalmente, porém, a percepção é outra. Ele é bem menor que o icônico sedã italiano e traz um foco mais apurado no dinamismo e esportividade. Detalhes clássicos como os faróis afilados, os extratores de ar nos para-lamas e o vidro traseiro bem inclinado definitivamente destacam o Ghibli de qualquer concorrente alemão. 
O motor V6 biturbo ronca bonito desde a partida, com direito a pequenos “ tiros ” no escapamento durante as trocas de marcha. Os 330 cv do Ghibli mais “ simples ” já são bem suficientes para empurrar o sedã com decisão e compostura dignas da marca do tridente. O câmbio automático de oito marchas trabalha bem, com trocas rápidas e muito suaves. Além disso, o modo manual é envolvente e permite boa dose de diversão ao volante do modelo, com as mudanças feitas pelas aletas fixas atrás do volante, num arranjo bem esportivo.
A cabine é muito bem acabada, com materiais de alta qualidade que justificam o preço cobrado pelo carro. Características como a ignição do lado esquerdo do volante foram mantidas, assim como o fundo azul dos mostradores. A enorme tela de 8,4 polegadas sensível ao toque no centro do painel é fácil de usar, com comandos intuitivos e ícones bem definidos. Certamente, ele transpira o luxo e a sofisticação da marca italiana, com muito requinte a bordo.
Ficha Técnica
Maserati Ghibli
Motor: A gasolina, dianteiro, longitudinal, 2.979 cm³, seis cilindros em V, biturbo, quatro válvulas por cilindro, duplo comando variável de válvulas. Injeção direta de combustível multiponto e acelerador eletrônico.
Transmissão: Câmbio automático de oito marchas à frente e uma a ré. Tração traseira. Oferece controle de tração.
Potência máxima: 330 cv a 5 mil rpm.
Aceleração 0-100 km/h: 5,6 segundos.
Velocidade máxima: 263 km/h.
Torque máximo: 20,9 kgfm a 4.500 rpm.
Diâmetro e curso: 86,5 mm X 84,5 mm. Taxa de compressão: 9,7:1
Suspensão: Dianteira independente, do tipo double wishbone com molas helicoidais e barra estabilizadora. Traseira independente multilink, com molas helicoidais e barra estabilizadora. Oferece controle de estabilidade.
Pneus: 235/50 R18.
Freios: Dianteiro com discos ventilados e traseiro com discos sólidos. Oferece ABS e EBD.
Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,97 m de comprimento, 1,94 m de largura, 1,46 m de altura e 2,99 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais e de cortina.
Peso: 1.810 kg
Capacidade do porta-malas: 500 litros.
Tanque de combustível: 80 litros.
Produção: Turim, Itália.
Lançamento mundial: 2013.
Itens de série: Ar-condicionado automático, direção hidráulica, vidros, travas e retrovisores elétricos, airbags frontais, laterais e de cortina, freios ABS, controle de estabilidade ESP, faróis de xenônio, lanternas traseiras de led, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, rádio/CD/MP3 com entrada USB e tela sensível ao toque de 8,4 polegadas, câmara de ré, controlador de velocidade de cruzeiro, bancos em couro aquecidos, volante multifuncional com regulagem de altura, banco traseiro bipartido.
Preço na Europa: 69.132 euros, cerca de R$ 225 mil. 



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