Designer sul-coreano é responsável pelos projetos do i30, Sonata e do HB20
por Eduardo Rocha
Auto Press
Seul/Coreia do Sul – O
designer Casey Hyun, da Hyundai Motors, vê seu trabalho como uma
tradução dos consumidores de automóvel. E com essa visão, foi artífice
da valorização da marca sul-coreana em três ocasiões, em diversos cantos
do mundo.Primeiro quando desenhou a primeira geração do hatch médio
i30. O modelo, lançado em 2007 – que fez enorme sucesso no Brasil –, foi
o primeiro a colocar a Hyundai no mapa do “congelado” mercado europeu,
amplamente dominado pelos alemães.
Na sequência, Hyun projetou o atual Sonata, que chegou ao mercado em 2009 e tinha como principal destino o mercado norte-americano – ele é, inclusive, produzido na cidade de Montgomery, no Alabama. Foi no Sonata que ele apresentou o conceito Escultura Fluida, aplicado a todos os carros da Hyundai atualmente e que fez da marca objeto de desejo em vários mercados.
A última obra do designer sul-coreano foi o HB20 brasileiro, projetado em 2011. O modelo foi tão bem-sucedido que, em menos de um ano, fez a fábrica localizada na cidade de Piracicaba, São Paulo, chegar recorrer a mais turnos de produção. O caso do HB20 é tão emblemático que costuma ser citado até por rivais como exemplo de fenômeno quase impossível de realizar, mas que todos sonham em repetir. Hyun é uma figura realmente diferente. Desde a infância ele anda pelo mundo. Nasceu na Coreia, cresceu na Austrália, se formou na Inglaterra e foi trabalhar na Alemanha. Seu sucesso o levou de volta à Coreia, onde responde pela estratégia de design de toda a Hyundai. Para chegar ao resultado do HB20, Casey Hyun passou um ano apenas estudando o gosto e o comportamento dos brasileiros. E suas conclusões estão na entrevista a seguir:
Na sequência, Hyun projetou o atual Sonata, que chegou ao mercado em 2009 e tinha como principal destino o mercado norte-americano – ele é, inclusive, produzido na cidade de Montgomery, no Alabama. Foi no Sonata que ele apresentou o conceito Escultura Fluida, aplicado a todos os carros da Hyundai atualmente e que fez da marca objeto de desejo em vários mercados.
A última obra do designer sul-coreano foi o HB20 brasileiro, projetado em 2011. O modelo foi tão bem-sucedido que, em menos de um ano, fez a fábrica localizada na cidade de Piracicaba, São Paulo, chegar recorrer a mais turnos de produção. O caso do HB20 é tão emblemático que costuma ser citado até por rivais como exemplo de fenômeno quase impossível de realizar, mas que todos sonham em repetir. Hyun é uma figura realmente diferente. Desde a infância ele anda pelo mundo. Nasceu na Coreia, cresceu na Austrália, se formou na Inglaterra e foi trabalhar na Alemanha. Seu sucesso o levou de volta à Coreia, onde responde pela estratégia de design de toda a Hyundai. Para chegar ao resultado do HB20, Casey Hyun passou um ano apenas estudando o gosto e o comportamento dos brasileiros. E suas conclusões estão na entrevista a seguir:
P - Antes de desenhar o HB20, o que você conhecia do Brasil?
R – Procurei entender primeiro os brasileiros. Antes desse trabalho eu havia projetado carros para a Índia e para outros países em desenvolvimento. Depois, em 2009 eu visitei o Brasil em diferentes ocasiões, para começar a pensar em que tipo de carro deveria desenhar. Fiquei praticamente um ano inteiro estudando o país. Aprendi sobre a cultura, vi o que os brasileiros fazem no dia a dia. Procurei entender o que o consumidor brasileiro precisa, pois iríamos fazere um desenvolvimento específico para o Brasil. E tive a chance de conversar com vários formadores de opinião, com jornalistas e com designers. E também trouxemos brasileiros para a Coreia para ver o projeto, para tentarmos avaliar se estávamos na direção certa.
P- A esmagadora maioria dos
modelos de grande volume no Brasil são desenhados especificamente para o
mercado brasileiro. Casos dos Volkswagen Gol e Fox, Fiat Palio e Uno,
Chevrolet Onix e Celta. O que há de tão particular com o gosto do
brasileiro para que isso aconteça?
R - Eu acho que o
brasileiro gosta da aparência esportiva para seus carros. Gosta de
desenhos bem-elaborados e expressivos, mesmo em carros pequenos.
P- É mais difícil fazer um desenho sofisticado em um carro pequeno para o Brasil, que tem vários compromissos de utilização?
R - O design tem
sempre limitações. A produção tem sempre limitações. Não é mais difícil,
é apenas um pouco mais desafiador. Mas é um desafio divertido. Também é
desafiador criar um desenho para um mercado novo como o brasileiro.
Todos estão aprendendo no Brasil. Muitos associam a imagem do Brasil a
coisas óbvias, como carnaval, futebol. Na nossa pesquisa, percebemos que
o jeito do brasileiro valoriza o jeito de ser aberto e livre. Há também
uma exigência por novas ideias.
P – Quais são as características mais valorizadas pelo consumidor brasileiro?
R – O brasileiro gosta de cores neutras. Preto, branco, cinza, grafite. E por outro lado, valorizam muito formas mais ousadas. O brasileiro procura mais expressividade nas superfícies do carro. Quando projetamos um carro, tentamos entender para quem estamos desenhando. Antes do HB20, nós fizemos um projeto para a Índia. Mas lá nós tínhamos um escritório de design e fomos para lá. No Brasil foi diferente. Ficamos um ano inteiro rodando. Não podíamos fazer um carro para o Brasil na Coreia. Tinhamos de aprender sobre o Brasil, conhecer os brasileiros e viver o Brasil. Foi um grande projeto.
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