Muito da resistência dos brasileiros em não gostar de
acompanhar a Nascar é o fato que ela possui um tempo de duração acima do
normal, em comparação a categorias como F1, Indy, Stock Car e as sobre
duas rodas, como MotoGP e Superbike. A principal categoria do
automobilismo americano só perde para as provas declaradamente de
endurance.
A comparação com as de curta duração não é válida, já que a Nascar está inserida num contexto de esporte americano e não do automobilismo mundial. Nem ligada à FIA ela é. Beisebol, basquete da NBA, futebol americano e o hóquei no gelo da NHL têm duração semelhante à Nascar. Com isso, apesar do público fã de automobilismo acompanhar outras corridas do esporte a motor, essa comparação pode parecer estranha.
Nos Estados Unidos, os esportes de maior popularidade sempre vêm carregados de patrocinadores e com a intenção de que o consumo no entorno do evento seja altamente explorado. É quase impossível você gastar seu dinheiro apenas com o ingresso. Desde antes de entrar no local, você já é convidado a consumir. Na Nascar, há desde os caminhões de cada equipe vendendo qualquer tipo de souvenir, até os lanches, refrigerantes, cervejas, doces, etc. Ora, tanto tempo sentado vendo os carros passando a seco não faz sentido. A economia agradece.
Obviamente, o tempo também conta a favor para a televisão. É um choque para quem assiste a Nascar pela primeira vez e percebe que, durante a prova, há intervalos comerciais. Até se acostumar é um pouco difícil. É compreensível, já que outras categorias mais rápidas tem transmissão de um tiro só. Aqui no Brasil, o número de inserções é até menor se compararmos com a americana. E é claro que, com mais comerciais, mais dinheiro chegando às emissoras, que pagam caro pelos direitos de transmissão. Tudo funciona como uma grande ciranda e a duração das provas é uma peça muito importante nesse contexto.
Indo para a pista, o fato de durar tanto possibilita aos pilotos um bom poder de recuperação. Há muitos exemplos de competidores que rodaram ou até mesmo bateram no início da prova que chegaram a vencer. Um exemplo mais recente foi a reação de Kurt Busch, em Sonoma, no último domingo. O #78 chegou a ficar uma volta atrás e acabou recebendo a bandeira quadriculada na quarta posição. Se a corrida tivesse metade das voltas, por exemplo, teria sido um fim de semana trágico para o “Buschão”. Esta foi uma pequena amostra. Com certeza o seu piloto favorito já teve uma chance dessas, sendo feliz ao final.
O único porém disso tudo são os ovais conhecidos como chatos até para os padrões americanos, devido ao formato da pista e a impossibilidade acontecer muitas coisas, como ultrapassagens e bandeiras amarelas. Pocono, Fontana e Michigan são alguns exemplos que considero. Porém, a redução em 100 milhas – de 500 para 400 – na etapa de Pocono e a retirada de uma data para a de Fontana amenizaram esse efeito. Nesse caso, a duração mais extensa serve para dar um tiro no pé, já que o telespectador pode simplesmente trocar de canal ou até mesmo desligar a TV.
Mesmo sendo a favor do tempo de uma corrida da Nascar, entendo o argumento de quem não gosta da categoria por esse motivo. Faz parte da nossa cultura termos esportes com duração mais enxuta. Somente com um trabalho de médio/longo prazo poderemos ter um público que encare com naturalidade essa característica da categoria. E acredito que podemos, sim, chegar à aceitação plena. Os outros esportes da América contam com isso, por que não a Nascar?
A comparação com as de curta duração não é válida, já que a Nascar está inserida num contexto de esporte americano e não do automobilismo mundial. Nem ligada à FIA ela é. Beisebol, basquete da NBA, futebol americano e o hóquei no gelo da NHL têm duração semelhante à Nascar. Com isso, apesar do público fã de automobilismo acompanhar outras corridas do esporte a motor, essa comparação pode parecer estranha.
Nos Estados Unidos, os esportes de maior popularidade sempre vêm carregados de patrocinadores e com a intenção de que o consumo no entorno do evento seja altamente explorado. É quase impossível você gastar seu dinheiro apenas com o ingresso. Desde antes de entrar no local, você já é convidado a consumir. Na Nascar, há desde os caminhões de cada equipe vendendo qualquer tipo de souvenir, até os lanches, refrigerantes, cervejas, doces, etc. Ora, tanto tempo sentado vendo os carros passando a seco não faz sentido. A economia agradece.
Obviamente, o tempo também conta a favor para a televisão. É um choque para quem assiste a Nascar pela primeira vez e percebe que, durante a prova, há intervalos comerciais. Até se acostumar é um pouco difícil. É compreensível, já que outras categorias mais rápidas tem transmissão de um tiro só. Aqui no Brasil, o número de inserções é até menor se compararmos com a americana. E é claro que, com mais comerciais, mais dinheiro chegando às emissoras, que pagam caro pelos direitos de transmissão. Tudo funciona como uma grande ciranda e a duração das provas é uma peça muito importante nesse contexto.
Indo para a pista, o fato de durar tanto possibilita aos pilotos um bom poder de recuperação. Há muitos exemplos de competidores que rodaram ou até mesmo bateram no início da prova que chegaram a vencer. Um exemplo mais recente foi a reação de Kurt Busch, em Sonoma, no último domingo. O #78 chegou a ficar uma volta atrás e acabou recebendo a bandeira quadriculada na quarta posição. Se a corrida tivesse metade das voltas, por exemplo, teria sido um fim de semana trágico para o “Buschão”. Esta foi uma pequena amostra. Com certeza o seu piloto favorito já teve uma chance dessas, sendo feliz ao final.
O único porém disso tudo são os ovais conhecidos como chatos até para os padrões americanos, devido ao formato da pista e a impossibilidade acontecer muitas coisas, como ultrapassagens e bandeiras amarelas. Pocono, Fontana e Michigan são alguns exemplos que considero. Porém, a redução em 100 milhas – de 500 para 400 – na etapa de Pocono e a retirada de uma data para a de Fontana amenizaram esse efeito. Nesse caso, a duração mais extensa serve para dar um tiro no pé, já que o telespectador pode simplesmente trocar de canal ou até mesmo desligar a TV.
Mesmo sendo a favor do tempo de uma corrida da Nascar, entendo o argumento de quem não gosta da categoria por esse motivo. Faz parte da nossa cultura termos esportes com duração mais enxuta. Somente com um trabalho de médio/longo prazo poderemos ter um público que encare com naturalidade essa característica da categoria. E acredito que podemos, sim, chegar à aceitação plena. Os outros esportes da América contam com isso, por que não a Nascar?
Nascido em 1980, em São Paulo, ERICK GABRIEL é jornalista e assessor de imprensa da editora Panda Books. Há alguns anos, foi tomado pela paixão pelos carros norte-americanos, aqueles que têm a mania de baterem uns nos outros para vencerem uma corrida. No fim das contas, esta paixão acabou superando uma outra, pelo velho esporte praticado por onze jogadores e uma bola. No Tazio, Erick escreve às terças-feiras sobre as categorias da Nascar. No Twitter, @erickjornalista.
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