21 de mai. de 2013

Charlotte: a capital do automobilismo americano


Pilotos na saída da curva 4 em Charlotte (Foto: Gerry Broome/AP)Pilotos na saída da curva 4 em Charlotte (Foto: Gerry Broome/AP)
 
Nessas duas semanas, a Nascar vive a festa do automobilismo em sua casa. Como já disse aqui há algumas semanas, Charlotte possui um complexo de cidades ao seu redor que respira, trabalha e vive Nascar. Quem tem a intenção de um dia assistir a maior categoria do automobilismo americano in loco tem que considerar a cidade da Carolina do Norte como um roteiro considerável tanto quanto Daytona, Bristol ou Talladega.

Quem puder ficar mais de uma semana pode simplesmente chegar à cidade na sexta-feira em que competem os trucks, acompanhar o All Star Race no sábado à noite e aproveitar toda a semana para visitar as equipes, conhecendo as cidades ao redor de Charlotte e também visitar o Hall of Fame. Para os amantes da velocidade, seria uma semana inesquecível.
Para dizer que nem tudo são flores, vou relatar aqui uma cena que participei assim que botei meus pés nos Estados Unidos no início desse ano e que prova que, mesmo com tudo isso, há quem não goste da categoria mais popular do automobilismo americano.

Ao chegar a Charlotte, na imigração americana, ao ser questionado o que faria lá, respondi que pretendia assistir a uma prova da Nascar. A jovem senhora, que tinha por volta de 45 anos, e faz aquele tipo clássico de autoridade durona, fez uma cara não muito amigável e eu já imaginando uma possível deportação por algum motivo desconhecido.
Em seguida, ela explica o motivo e pega um pequeno papel, rabiscando o que deveria ser o oval de Charlotte e a localização de sua casa. Bem próximos.
Inocentemente, pergunto se era pelo barulho, pela agitação. E ela me diz simplesmente que o trânsito na cidade piora muito por causa das corridas que ocorrem por lá.
Resumindo: com cara feia da imigração ou não, vá fazer essa visita. Vale muito a pena e se tornará uma das viagens mais inesquecíveis da sua vida.
Agora vamos a um pouco que já aconteceu nesse primeiro fim de semana.
Fachada do Nascar Hall of Fame, em Charlotte (Foto: Erick Gabriel/Tazio)
Fachada do Nascar Hall of Fame, em Charlotte (Foto: Erick Gabriel/Tazio)
Evolução de Miguel Paludo
Para chegar à conclusão de que um piloto está evoluindo, isso não necessariamente se faz com vitórias. Miguel Paludo ainda não teve sua primeira vitória na Nascar, mas dá boas demonstrações que ela pode acontecer ainda este ano.
Na prova de Charlotte da última sexta-feira, ele conseguiu acertar uma boa estratégia com sua equipe e andou na frente. Mais do que isso, ao chegar lá foi muito seguro, brigando com pilotos que fazem temporada na Sprint Cup, como Kyle Busch e Brad Keselowski. Foi vencido somente pelo desgaste dos pneus e terminou em sétimo lugar.
Muitos podem até comparar seu desempenho com Nelsinho Piquet, o que é natural, já que ambos chegaram à Truck Series praticamente juntos. Isso não quer dizer que seus desempenhos têm que ser iguais.
Paludo, mais lentamente que Piquet, vem ganhando mais terreno na categoria e isso é tão importante quanto vencer corridas. É claro que chegar ao Victory Lane é muito importante, mas o gaúcho vem se solidificando como um bom piloto na Nascar. Um pouco mais de paciência e ele tende a chegar à Cup tranquilamente daqui a alguns anos.
Paludo duela com Kyle e Keselowski em Charlotte (Foto: CIA Stock/RF1)
Paludo duela com Kyle e Keselowski em Charlotte (Foto: CIA Stock/RF1)
Ponto para Nascar
A busca da Nascar em tornar seu campeonato cada vez mais competitivo é incessante. Ano passado, no All Star Race, recebeu críticas da estratégia adotada por Jimmie Johnson que, por falta de competitividade, ajudou a deixar a corrida morna no seu miolo.
Mais uma vez, o regulamento foi mudado e agora com muito mais sucesso. O vencedor não mudou, mas as 90 voltas foram pra valer do início ao fim. Só a chuva quis estragar a festa.
O único “porém” destas regras novas foi o que acontece para o início do último segmento. Depois dos pilotos se matarem nas quatro primeiras fases, buscando a melhor média de colocação, há a dependência de um pit stop que não comprometa todo o trabalho realizado até então.
A única mudança que eu faria é que a ordem da média das colocações dos quatro segmentos servisse para a relargada e não como ordem de entrada dos pits. Somente isso.
Johnson comemora vitória em Charlotte (Foto: Chuck Burton/AP)
Johnson comemora vitória em Charlotte (Foto: Chuck Burton/AP)
Mesmo sendo improvável, o milhão de dólares extra oferecido para quem vencer o All-Star ganhando todos os segmentos sempre foi comentado. No início do ano, a apresentação dessa novidade foi num evento com a participação de Brad Keselowski (atual campeão) e Chad Knaus (mecânico chefe do então último vencedor do All Star) e ao lado deles havia um carro feito de dinheiro, ou seja, esse “detalhe” monetário vem sendo falado desde fevereiro.
Marqueteiramente falando, é um sucesso. Detalhe: o carro feito de dinheiro era com notas de verdade. Soldados do exército estavam presentes com armamento pesado.
Jimmie Johnson
Estratégia perfeita. Sabia que dificilmente alguém ganharia os quatro segmentos e se deu ao luxo de ser mais discreto nas duas primeiras partes. Contou com um ótimo trabalho nos pits e talento na hora H. Tudo muito planejado. Resultado: 1 milhão a mais na conta.

Participe! Deixe aqui seu comentário. Obrigado!
Disponível no(a)http://tazio.uol.com.br/

Nenhum comentário: