26 de jan. de 2013

Os comunistas até tentaram vender o Trabant para o ocidente, mas…

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No verão de 2011 eu estava tomando o café da manhã com meus amigos ingleses em um restaurante bacana à beira do Danúbio quando começamos a falar sobre carros. Não foi surpresa alguma, já que depois de terminar nossos cafés partimos para Etyek, uma região vinícola não muito longe de Budapeste. Dois carros nos esperavam no estacionamento: um Maserati Coupé e um Aston Martin V8 S3 1974 – o qual eu estava prestes a guiar.

Os ingleses diziam que o Mini havia sido um feito maior que o Trabant, enquanto meu voto foi para os comunistas. Vão por mim dessa vez!
Embora eu adore o Mini original e ache o design de Sir Alexander Issigonis brilhante, não consigo esquecer o fato de que na Alemanha Oriental os engenheiros precisavam fazer um carro usando apenas restos da Segunda Guerra.
Veja bem, aço não era uma opção, portanto eles usaram o tal Duroplast, que era praticamente uma versão barata da fibra de vidro, produzida com algodão reciclado vindo de outras fábricas. É mais forte que o aço (mas não tornava o Trabi menos perigoso em um acidente), e também podia ser prensado como as chapas de metal. O carro também precisava acomodar quatro pessoas com sua bagagem na traseira, pesar menos de 650 kg e ter tração dianteira, enquanto o único motor disponível era o já obsoleto dois-tempos de 600 cm³ com pouco mais de 20 cv. Enquanto isso, o partido comunista negava qualquer plano dos engenheiros de tornar o carro mais atraente, e como eles não gostavam da ideia de ter um carro alemão superando as vendas soviéticas, o produto final só pôde chegar à linha de produção depois que os cartolas viram a imensa demanda do público alemão oriental.
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O 601 era capaz de tolerar muitos abusos, e depois ser consertado com um martelo. Ele também tinha boa aceleração em baixa velocidade, e você podia levá-lo para fora da estrada graças à tração dianteira e à carroceria leve. Barulho e fumaça eram equipamentos de série, mas o Trabant era um carro divertido (e disponível) para as massas de trás da Cortina de Ferro, onde ele era mais do que necessário. Mais de três milhões de unidades foram produzidas entre 1963 e pouco depois da queda do muro de Berlim.
Embora ele fosse muito bom para uma economia planificada, as exportações nunca deram muito certo, mesmo com este filme publicitário. Não imagino o porquê.
[Foto: sludgegulper. Aquele Trabant azul vive no centro de Londres]

Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br/
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