30 de nov. de 2012

Por que não temos uma fabricante brasileira? Parte 1

golruffo

Recentemente, a Folha de S.Paulo publicou um artigo que senti inveja por não ter escrito. Mas fico feliz de ter sido precedido pelo professor Ronaldo de Breyne Salvagni, da Poli-USP. Ele trouxe à discussão algo que eu, pessoalmente, nunca entendi: por que não temos uma fabricante brasileira? Se alguém com a capacidade dele também não entende, é mau sinal.


Como Salvagni deixa claro em seu artigo, o Brasil é o único BRIC, ou país emergente (como virou moda chamar Brasil, Rússia, Índia e China), que não tem uma autêntica fabricante de automóveis. Uma fundada por brasileiros e ainda conduzida por capital nacional (não adianta fundar e vender, como aconteceu com tantas de nossas indústrias). Poderíamos não ter engenharia capacitada para isso ou mão de obra. Mas nós temos. De não haver mercado para consumir estes carros. Mas nós temos. De os fornecedores serem todos estrangeiros. Mas eles estão aqui. De não existir um empresário disposto a correr o risco. Mas existe (e existiram).
E aí?
Salvagni não entra no desafio de responder à pergunta que lança. Ele só fala das condições que deveriam existir, como proteção governamental à iniciativa. Que não poderia ser estatal, sob pena de virar um cabide de empregos, como é comum em empresas públicas, mas teria de adotar uma postura ambientalmente correta e realmente inovadora, com invenções brasileiras e materiais corretos. É um caminho…
Para começarmos, recomendo que vocês leiam o artigo inteiro. Para jogar mais lenha na fogueira, anteontem saiu no Estadão, na coluna de Sonia Racy, que Antonio Maciel Neto, ex-presidente da Ford e da Suzano Papel e Celulose, deve assumir a presidência da CAOA em 2013. Seria um esforço para profissionalizar a gestão, já que a empresa quer se tornar a primeira fabricante brasileira.

[ Foto: HSM Brasil @ Flickr ]
Maciel é conhecido pela competência: foi o primeiro brasileiro a chegar à vice-presidência mundial da Ford. Vale a pena para aprofundarmos a discussão. Em meus próximos posts sobre o assunto, vou falar das tentativas, por que elas não deram certo e quem está tentando chegar lá, como a CAOA. Tem bastante assunto para a gente prosear.
Mas antes, gostaria de ouvir de vocês: afinal, por qual razão não temos uma marca brasileira hoje?
Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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