4 de ago. de 2012

Impressões de pista: Volkswagen Golf R 2012



Volkswagen Golf R 2012


O Volkswagen Golf GTI sustenta uma boa fama de desempenho nos últimos 35 anos, mas durante um bom tempo não foi um esportivo nato, e sim uma versão com tempero a mais. Em 2004, a VW decidiu que era hora de mudar esta história e deu ao Golf tração nas quatro rodas, uma carroceria alargada, e um VR6 3.2. Assim nascia o R32.

Depois de um breve retorno em 2008, o R32 voltou novamente em 2012, mas desta vez a VW substituiu o VR6 por um quatro cilindros turbo 2.0 e o chamou de Golf R. Será que o quatro cilindros mantém o espírito de torque e afinação sinfônica do original? Aceleramos um deles no Summit Point Raceway, para conferir.
As duas primeiras gerações do R32 ficaram marcadas pela presença sonora e pelo torque do VR6. Mas carregava também uma distribuição de peso que pendia para a dianteira, o que fazia o carro seguir em frente em quase qualquer coisa que se parecesse com uma curva. E já que ele quase não tinha tração integral – o diferencial Haldex só fazia as rodas traseiras girarem de vez em quando – um estranho comportamento da traseira no meio da curva também marcou o modelo.
Mas o novo R deixa o VR6 para trás e, com isso, libera um pouco de peso à frente. O quatro cilindros turbo tem mais potência e também é melhor para o meio-ambiente. A VW prometeu ainda melhorias no decepcionante sistema de tração. Isso tudo parece ser a receita que põe a mira do R diretamente no Mitsubishi Evo e no Subaru WRX STI. E ele chega perto… mas não o suficiente.

Exterior

Tem algo no R que eu simplesmente adoro. A VW não coloca tomadas de ar gigantes, arcos de roda exuberantes e logos por toda a parte. Ao invés disso, você encontra alguns LEDs, um spoiler dianteiro diferente, rodas 18 polegadas de bom gosto e saída de escape central duplo. É maduro, diferente da mesa de jantar que a Subaru usa de asa no STI. O R educadamente dá a entender que é um esportivo, não sente a necessidade de se auto afirmar no grito.

Interior


VW! O interior do R é incrível! Bancos esportivos que acomodam bem, materiais macios ao toque, um belo volante recortado na parte inferior e detalhes em black piano são apenas algumas das ótimas características a bordo.
Parece ser um carro 20 mil, 25 mil dólares mais caro do que é. Também faz com que pareça ser um carro para um adulto, não um moleque. Minha única ressalva é que o Golf R europeu (que eu também guiei) oferece a opção de bancos Recaro ainda melhores.

Aceleração

Partindo da imobilidade, o VêDáblio é rápido, desde que você mantenha o giro acima dos 3.000. Diferente dos antigos R32s, você precisa esperar pelo turbo para que o carro comece a entregar todos os 259 cavalos e 33,6 kgfm do motor 2.0 de quatro cilindros da versão vendida nos EUA.
Se você está em uma marcha mais alta e quer acelerar, você pode tanto reduzir duas vezes, ou esperar um tempo torturantemente demorado para que o turbo acorde e se faça presente. Com o giro baixo, ele desaparece, o que é uma pena.

Frenagem

Agora que eu pude mesmo testar os freios na pista, posso dizer que gostei do que encontrei. O pedal é progressivo com uma boa resposta e pegada. O carro permanece firme; do jeito que eu gosto.
O desgaste é evidente depois de algumas voltas, mas eu nunca achei que não fossem mais suficientes. O ABS também não é muito intrusivo e funciona quando você precisa. Muito bem VW!

Conforto

Não é de quebrar a coluna, mas também não é nenhum marshmellow. A VW conseguiu um equilíbrio entre uma credencial esportiva e o conforto para longas viagens. O conforto ao rodar parece mais sofisticado que o do WRC e Evo.
Mas quando você quer um pouco mais de esportividade, o R ainda é um pouco macio demais para ser guiado super agressivamente. Um ajuste um pouco mais firme de fábrica poderia romper essa barreira.

Controle


Eu tinha muita esperança que o motor mais leve e o sistema de tração aprimorado tornariam o R um devorador de curvas. A esperança foi por terra assim que encarei algumas curvas. Subesterço ao entrar em curvas ainda é uma característica do R. E isso graças ao fato de 60 por cento do peso estar concentrado sobre o eixo dianteiro. O que não é pouco.
Acelere um pouco cedo demais, e você terá o desagradável som dos pneus implorando aos berros para que alivie o pé no acelerador e pegue mais leve. E o sistema de tração da Haldex continua aprontando das suas no meio da curva, tracionando as rodas traseiras quando você não espera. Mas claro, isso é o que ocorre numa pista, quase sempre no limite. Em estradas normais, em condições normais, tudo parece perfeito.

Transmissão

Apesar do R32 2008 ter sido oferecido nos EUA apenas com a embreagem dupla DSG, por lá o novo R está disponível apenas com um câmbio manual de seis velocidades, o que não deixa de ser admirável. O curso da alavanca é maior do que eu gosto, mas pelo menos é direto. Eu nunca senti que iria errar a marcha, o que é positivo.
Um curso mais curto faria milagres.

Valor


Nos Estados Unidos, o R parte de US$ 33.990 e vai até pouco menos de US$ 37.000. Pode parecer muito para um Golf. Mas aí você lembra que ele é um carro esportivo que, sob circunstâncias normais, pode acompanhar praticamente qualquer outra coisa na estrada, e aí se torna uma opção viável. Some a isso o fato que ele possui a praticidade de um hatchback, e é uma boa opção para um pai jovem que quer um carro no qual pode levar os filhos a qualquer lugar ao mesmo tempo em que pode andar rápido por aí.
Ele precisa de alguns ajustes na suspensão, ajustes no sistema de tração nas quatro rodas e um tom mais instigante no motor para capturar as mentes dos entusiastas, mas não se engane, o carro é uma ótima opção para alguém que quer algo esportivo e ao mesmo tempo maduro.

Fonte: Jalopnik
Disponível no(a): http://www.jalopnik.com.br
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