Segunda prova da F1 na pista de Barcelona foi utilizada para promover os Jogos na cidade
A Espanha estava toda animada em 1992. Era o ano da virada do
país, o ano para mostrar ao mundo uma nação moderna e de cultura
fascinante, deixando para trás a imagem de quem passou décadas sob uma
ditadura de inspiração fascista e ficou atrasada em relação ao resto da
Europa Ocidental. Tudo virava especial. Houve grande envolvimento na
Expo, em Sevilha, e na comemoração dos 500 anos de descobrimento das
Américas. Os Jogos Olímpicos coroavam todo o processo, mas nem o GP de
F1 escapou.
A principal categoria do automobilismo mundial demorou a se consolidar na Espanha. Houve provas desde os anos 1950, algumas investidas na década de 1970, mas foi só na segunda metade dos anos 1980 que o GP espanhol se tornou fixo no calendário. Nessa fase, as provas foram em Jerez de la Frontera até 1990. No ano seguinte, o autódromo andaluz foi substituído por Barcelona. Assim, em 1992, a F1 estava na cidade que sediaria as Olimpíadas. E, para aumentar o marketing em volta do evento, a corrida foi chamada extraoficialmente de GP dos Jogos Olímpicos.
Foi apenas uma denominação para o público. Obviamente, a prova não fez parte do programa olímpico (e nem poderia, pois foi realizada em 3 de maio, dois meses e meio antes da cerimônia de abertura dos Jogos) e não distribuiu medalhas. O que não faria diferença para o Brasil, pois não foi uma corrida das mais felizes para os pilotos brasileiros.
Até foi uma corrida interessante, algo pouco comum em um ano dominado por Nigel Mansell e sua Williams de suspensão ativa. Naquele ano, Senna defendia seu título com uma McLaren fraca e que tentava usar um motor Honda V12 que nunca chegou a empolgar. Schumacher era um novato com menos de uma temporada completa na categoria. A Ferrari vivia do ímpeto de Jean Alesi e da decadência de Ivan Capelli. Para o Brasil, além da luta de Senna, também era possível acompanhar a temporada de estreia de Christian Fittipaldi e as brigas de Maurício Gugelmin e Roberto Moreno com seus carros.
Em Barcelona, Moreno, com a fraca Andrea Moda, não passou da pré-classificação, disputada na sexta-feira. Aquela sessão marcou a primeira aparição de um futuro campeão mundial, já que, a partir daquele GP, Damon Hill ficou com a vaga da italiana Giovanna Amati na moribunda Brabham. O inglês passou na pré-classificação, mas não conseguiu um lugar entre os 26 que largaram e teve de adiar sua estreia efetiva.
A largada ocorreu com pista levemente molhada. Mansell assumiu a ponta logo na largada, seguido por Patrese, Alesi, Schumacher, Senna, Martin Brundle e Gerhard Berger. Logo depois, Brundle bateu e Schumacher ultrapassou Alesi. Em seguida, recomeçou a chover e o francês não conseguiu mais acompanhar o ritmo dos líderes, perdendo posição para a dupla da McLaren (Senna e Berger).
A dobradinha da Williams parecia certa, mas Patrese abandonou na 20ª volta após um acidente. Pouco depois, foi a vez de Gugelmin, no pelotão intermediário, rodar e sair da prova. A chuva apertou e Alesi decidiu ir aos boxes para colocar pneus de pista molhada.
O francês da Ferrari iniciou uma impressionante recuperação. Schumacher e Senna fazem o mesmo, e se aproximam de Mansell na liderança. O inglês aumenta seu ritmo e mostra que tem condições de manter a posição. A partir daí, a maior emoção ficou por parte de Alesi, que ultrapassou seu companheiro, Capelli, e Berger com facilidade. Na penúltima volta, estava prestes a alcançar Senna quando o brasileiro rodou e abandonou. O ferrarista ainda tentou o segundo lugar e tirou 9 segundos de Schumacher na última volta, mas não foi o suficiente. O alemão ficou com o segundo lugar, sua melhor colocação na carreira (até aquele momento, óbvio).
Foi a quarta vitória de Mansell em quatro corridas disputadas na temporada. O inglês disparou na liderança do campeonato, com 40 pontos (22 a mais que Patrese e Schumacher). Senna, ainda sofrendo com o McLaren MP4-7A, tinha apenas quatro pontos.
Classificação final
1º. Nigel Mansell (ING/Williams-Renault)
2º. Michael Schumacher (ALE/Benetton-Ford)
3º. Jean Alesi (FRA/Ferrari)
4º. Gerhard Berger (AUT/McLaren-Honda)
5º. Michele Alboreto (ITA/Footwork-Mugen Honda)
6º. Pierluigi Martini (ITA/Minardi)
7º. Aguri Suzuki (JAP/Footwork-Mugen Honda)
8º. Karl Wendlinger (AUT/March-Ilmor)
9º. Ayrton Senna (BRA/McLaren-Honda)
10º. Ivan Capelli (ITA/Ferrari)
11º. Christian Fittipaldi (BRA/Minardi-Lamborghini)
12º. Paul Belmondo (FRA/March-Ilmor)
Não completaram: JJ Lehto (FIN/Dallara-Ferrari), Gabriele Tarquini (ITA/Fondmetal-Ford), Mika Hakkinen (FIN/Lotus-Ford), Erik Comas (FRA/Ligier-Renault), Bertrand Gachot (BEL/Venturi Larousse-Lamborghini), Olivier Grouillard (FRA/Tyrrell-Ilmor), Gianni Morbidelli (ITA/Minardi-Lamborghini), Maurício Gugelmin (BRA/Jordan-Yamaha), Andrea Chiesa (ITA/Fondmetal-Ford), Riccardo Patrese (ITA/Williams-Renault), Johnny Herbert (ING/Lotus-Ford), Thierry Boutsen (BEL/Ligier-Renault), Martin Brundle (ING/Benetton-Ford) e Andrea de Cesaris (ITA/Tyrrell-Ilmor).
Não qualificados: Ukyo Katayama (JAP/Venturi Larousse-Lamborghini), Eric van de Poele (HOL/Brabham-Judd), Stefano Modena (ITA/Jordan-Yamaha) e Damon Hill (ING/Brabham-Judd).
Não pré-qualificados: Roberto Moreno (BRA/Andrea Moda-Judd) e Perry McCarthy (ING/Andrea Moda-Judd).
A principal categoria do automobilismo mundial demorou a se consolidar na Espanha. Houve provas desde os anos 1950, algumas investidas na década de 1970, mas foi só na segunda metade dos anos 1980 que o GP espanhol se tornou fixo no calendário. Nessa fase, as provas foram em Jerez de la Frontera até 1990. No ano seguinte, o autódromo andaluz foi substituído por Barcelona. Assim, em 1992, a F1 estava na cidade que sediaria as Olimpíadas. E, para aumentar o marketing em volta do evento, a corrida foi chamada extraoficialmente de GP dos Jogos Olímpicos.
Foi apenas uma denominação para o público. Obviamente, a prova não fez parte do programa olímpico (e nem poderia, pois foi realizada em 3 de maio, dois meses e meio antes da cerimônia de abertura dos Jogos) e não distribuiu medalhas. O que não faria diferença para o Brasil, pois não foi uma corrida das mais felizes para os pilotos brasileiros.
Até foi uma corrida interessante, algo pouco comum em um ano dominado por Nigel Mansell e sua Williams de suspensão ativa. Naquele ano, Senna defendia seu título com uma McLaren fraca e que tentava usar um motor Honda V12 que nunca chegou a empolgar. Schumacher era um novato com menos de uma temporada completa na categoria. A Ferrari vivia do ímpeto de Jean Alesi e da decadência de Ivan Capelli. Para o Brasil, além da luta de Senna, também era possível acompanhar a temporada de estreia de Christian Fittipaldi e as brigas de Maurício Gugelmin e Roberto Moreno com seus carros.
Em Barcelona, Moreno, com a fraca Andrea Moda, não passou da pré-classificação, disputada na sexta-feira. Aquela sessão marcou a primeira aparição de um futuro campeão mundial, já que, a partir daquele GP, Damon Hill ficou com a vaga da italiana Giovanna Amati na moribunda Brabham. O inglês passou na pré-classificação, mas não conseguiu um lugar entre os 26 que largaram e teve de adiar sua estreia efetiva.
A largada ocorreu com pista levemente molhada. Mansell assumiu a ponta logo na largada, seguido por Patrese, Alesi, Schumacher, Senna, Martin Brundle e Gerhard Berger. Logo depois, Brundle bateu e Schumacher ultrapassou Alesi. Em seguida, recomeçou a chover e o francês não conseguiu mais acompanhar o ritmo dos líderes, perdendo posição para a dupla da McLaren (Senna e Berger).
A dobradinha da Williams parecia certa, mas Patrese abandonou na 20ª volta após um acidente. Pouco depois, foi a vez de Gugelmin, no pelotão intermediário, rodar e sair da prova. A chuva apertou e Alesi decidiu ir aos boxes para colocar pneus de pista molhada.
O francês da Ferrari iniciou uma impressionante recuperação. Schumacher e Senna fazem o mesmo, e se aproximam de Mansell na liderança. O inglês aumenta seu ritmo e mostra que tem condições de manter a posição. A partir daí, a maior emoção ficou por parte de Alesi, que ultrapassou seu companheiro, Capelli, e Berger com facilidade. Na penúltima volta, estava prestes a alcançar Senna quando o brasileiro rodou e abandonou. O ferrarista ainda tentou o segundo lugar e tirou 9 segundos de Schumacher na última volta, mas não foi o suficiente. O alemão ficou com o segundo lugar, sua melhor colocação na carreira (até aquele momento, óbvio).
Foi a quarta vitória de Mansell em quatro corridas disputadas na temporada. O inglês disparou na liderança do campeonato, com 40 pontos (22 a mais que Patrese e Schumacher). Senna, ainda sofrendo com o McLaren MP4-7A, tinha apenas quatro pontos.
Classificação final
1º. Nigel Mansell (ING/Williams-Renault)
2º. Michael Schumacher (ALE/Benetton-Ford)
3º. Jean Alesi (FRA/Ferrari)
4º. Gerhard Berger (AUT/McLaren-Honda)
5º. Michele Alboreto (ITA/Footwork-Mugen Honda)
6º. Pierluigi Martini (ITA/Minardi)
7º. Aguri Suzuki (JAP/Footwork-Mugen Honda)
8º. Karl Wendlinger (AUT/March-Ilmor)
9º. Ayrton Senna (BRA/McLaren-Honda)
10º. Ivan Capelli (ITA/Ferrari)
11º. Christian Fittipaldi (BRA/Minardi-Lamborghini)
12º. Paul Belmondo (FRA/March-Ilmor)
Não completaram: JJ Lehto (FIN/Dallara-Ferrari), Gabriele Tarquini (ITA/Fondmetal-Ford), Mika Hakkinen (FIN/Lotus-Ford), Erik Comas (FRA/Ligier-Renault), Bertrand Gachot (BEL/Venturi Larousse-Lamborghini), Olivier Grouillard (FRA/Tyrrell-Ilmor), Gianni Morbidelli (ITA/Minardi-Lamborghini), Maurício Gugelmin (BRA/Jordan-Yamaha), Andrea Chiesa (ITA/Fondmetal-Ford), Riccardo Patrese (ITA/Williams-Renault), Johnny Herbert (ING/Lotus-Ford), Thierry Boutsen (BEL/Ligier-Renault), Martin Brundle (ING/Benetton-Ford) e Andrea de Cesaris (ITA/Tyrrell-Ilmor).
Não qualificados: Ukyo Katayama (JAP/Venturi Larousse-Lamborghini), Eric van de Poele (HOL/Brabham-Judd), Stefano Modena (ITA/Jordan-Yamaha) e Damon Hill (ING/Brabham-Judd).
Não pré-qualificados: Roberto Moreno (BRA/Andrea Moda-Judd) e Perry McCarthy (ING/Andrea Moda-Judd).
Fonte: tazio
Disponível no(a): http://tazio.uol.com.br
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